Os limites da busca pela excitação: uma análise do boxe sem luvas
Por Luiz Felipe Machado Pinto (Autor).
Resumo
O ato de lutar esteve presente em diferentes momentos históricos. Elias e Dunning verificaram através do estudo das sociedades ocidentais, que estas manifestaram ao longo do tempo, uma necessidade de extravasar tensões, sendo o esporte uma alternativa civilizada e simbolicamente segura para tal. Um dos processos que acompanha a esportivização é a redução da violência, dentre seus simbolismos, com a introdução de equipamentos de proteção. A partir de 2018 ganha notoriedade o Boxe sem luvas, através do evento BKFC, modalidade esta que parece caminhar em sentido contrário a construção de civilidade proposta por Elias. Os objetivos do presente estudo são os de analisar um destes combates e a partir dele, refletir sobre as possíveis construções sociais acerca de civilidade e violência. A fim de cumprir os objetivos propostos, analisou-se uma das lutas promovidas pelo evento BKFC através da técnica de análise fílmica. Os meios de comunicação na contemporaneidade, com fins de consumo, ditam o que é ou não civilizado, repercutindo não apenas na visão dos espectadores e praticantes sobre o que seriam as artes marciais e esportes de combate, mas sobre suas construções acerca da violência.