Resumo

Resgata-se a par5ticipação de alunos e/ou professores do Liceu Maranhense na prática de atividades físicas e esportivas

Integra

OS “MENINOS DO LICEU” [1] E OS ESPORTES

 

DELZUITE DANTAS BRITO VAZ [2]

Centro de Ensino Médio “Liceu Maranhense”

 

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ [3]

Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão

leopoldovaz@elo.com.br

 

INTRODUÇÃO

O que é o esporte ? Esporte é um fenômeno ou forma de manifestação de nossa vida cotidiana sobre a qual se discute muito mas que é mal interpretado. A palavra provém do verbo latino 'deportare', distrair-se, e logo se substantivou em francês e inglês na forma 'desport' ou 'sport', o que significa diversão" (HAAG, 1981) [4]. Apoiando-se neste conceito, o lúdico aparece como sua  característica básica, visto que o termo tinha, então, a conotação de prazer, divertimento, descanso.

Apesar das diversas nuances que o esporte assumiu ao longo de nosso século, as pessoas continuam fieis ao seu sentido original, na medida em que o esporte será sempre um jogo, antes de mais nada. (OLIVEIRA, 1983, p. 75) [5].

Analisando-se  as alterações havidas na terminologia desportiva, após constatar que a antiga ginástica já não faz parte da área do esporte, pergunta-se "o que houve ? uma simples alteração terminológica ?".  Conclui-se, como DIEM (1977) [6], que:

"... mais do que isso, pois os conceitos básicos mudaram. Eles mudam de conformidade com os padrões individuais e sociais de cada época e a nova terminologia geralmente reflete a mudança de pensar do homem ...

“A 'ginástica', no sentido clássico da palavra (como instrumento para o equilíbrio interno e externo do homem), constitui a forma mais primitiva da atividade desportiva e é nesse sentido geral que Guts Muths emprega o termo em sua obra metodológica 'Gymnastik fur die Jugend', publicada em 1793.

“Em  princípio do século XIX introduziu-se na área géo-linguistica alemã, com os trabalhos de F.L. Jahn, a versão germânica do termo 'ginástica' (Turnen), atividade física definida como forma de 'educação cívica através de exercícios físicos polivalentes'." (p. 11-12).

Firmou-se, então, o conceito de ginástica como sendo atividade física:

"... era a ginástica racional e científica, considerada agora como elemento da Educação Física, expressão cunhada em fins do século XVIII." (OLIVEIRA, 1983).

Essa artificialidade começou a ser combatida quando K. Gaulhofer e M. Streicher sugeriram uma nova denominação para designar a atividade desportiva tipicamente escolar: "a educação física natural" (DIEM, 1977).

OLIVEIRA (1983) esclarece que

" ...  a ginástica artificial utiliza-se exclusivamente de exercícios analíticos, aqueles que, pela fixação deliberada de alguns segmentos do corpo, localizam o trabalho muscular e articular pretendido. O exercício natural, por sua vez, implica a movimentação do corpo entendido como uma totalidade." (p. 64) .

Como a confusão perdurava, STREICHER então declara todo o seu descontentamento:

"Oficializem o termo que quiserem - 'esporte', 'ginástica', ou 'educação física'- contanto que o termo escolhido denote uma atividade material. Importante é lembrar que a Educação Física efetivamente só existe quando se baseia no princípio do desempenho (Lei do Esporte), no princípio da educação físico-ética-social (Lei da Preparação Física) e no princípio da forma (Lei da Ginástica)". (citada por DIEM, 1977, p. 12).

Difundiu-se, então, o termo "esporte" com o significado de "qualquer modalidade de exercício físico" (DIEM, 1977). Hoje, compreendemos por esporte, em geral, uma

" atividade motriz espontânea originada em um impulso lúdico, que aspira a um rendimento mensurável, e a uma competição normalizada" (HAAG, 1981, p. 95).

PILATTI (2002) [7] apresenta-nos algumas características dos esportes modernos ao discutir o pensamento de ALLEN GUTTMANN [8] (From ritual to record):

  • Secularismo -  culturas primitivas raramente tinham uma palavra para definir o esporte em nosso senso; originalmente todos os jogos tiveram caráter de cultismo e foram jogados de forma cerimonial (posição de Culin, S; e Diem, C.):

“... ao definir o esporte como uma competição física sem fins utilitários – ao contrário da posição assumida por Diem, na qual os jogos e as competições tinham simplesmente um caráter religioso natural e um fim utilitário – cria-se a idéia de que os povos primitivos não tiveram esportes”. (p. 65)

 

Outro equívoco é a tendência de se considerar os esportes gregos como antecessores dos esportes modernos. Nos jogos gregos, o caráter religioso nunca ficou em dúvida. Já os romanos não tinham nem competições, nem festivais tributados para os “deuses”, eles se exercitavam para manter a forma física e para participar de seus eventos. Os esportes gregos eram considerados efeminados pelos romanos. Para os romanos, esportes eram brigas, corridas de bigas e coisas do gênero (p. 66).

Entre os séculos XVII e XIX, o esporte passou a ser visto com suspeição por lideranças religiosas:

“Sua prática foi situada pela Igreja Católica, principalmente, na esfera do profano. Hoje, no entendimento de Guttmann, o esporte é um fenômeno secular. A ligação entre o secular e o sagrado foi quabrada; entre o real e o transcendental também. O tempo do esporte não é mais um tempo ritual”. (PILATTI, 2002, P. 66-67).

 

  • Igualdade de oportunidades de participação –os esportes atuais assumem as igualdades, condições não encontrada nos povos primitivos, pois o caráter das práticas desses povos era mais religioso que qualquer outra coisa. Os gregos, em suas práticas, atribuíam os mesmos direitos a todos os participantes, porém homens e meninos eram separados pela maturidade sexual, havendo oficiais e uma certa condição igual de participação. Por sua vez, os romanos, mesmo aceitando tal igualdade, não a colocavam em prática no seu evento maior, as lutas de gladiadores nos circos. Na atualidade, o esporte tem uma noção de igualdade muito superior à proporcionada pelos gregos, pois essa igualdade é conformada pela regras e pelas transformações sofridas por elas no curso da história (p. 67):

“A noção de regras amadoras deriva de noções medievais, tendo em seu interior um vagaroso caminho trilhado na direção da igualdade de oportunidades. Nesse curso, essa noção representou inclusive um instrumento de luta de classes ... As regras esportivas acompanharam o processo de civilidade da humanidade. Os escritos de Norbert Elias são bastante profícuos para descortinar essa face do esporte...””. (PILATTI, 2002, p. 68).

 

  • Especialização – Os gregos foram os primeiros a adequar as aptidões às suas práticas esportivas, característica também presente nos esportes romanos, diferentemente dos esportes pós-modernos. Os jogos medievais caracterizavam-se pela não seleção de habilidades e por regras indefinidas e/ou pouco claras. Guttmann aponta três características nos “jogos populares” medievais e pré-modernos:

Estes jogos eram relativamente semelhantes em três aspectos: (1) elementos do que depois se tornaram jogos altamente especializados como rúgbi, futebol, hóquei, luta livre e pólo eram contidos freqüentemente em um único jogo; (2) havia pequena divisão de trabalho entre os jogadores; e (3) nenhuma tentativa foi feita para esboçar uma distinção forte e rápida entre jogar e assistir”. (GUTTMANN, 1978, p. 38, citado por PILATTI, 2002, p. 70).

De acordo com Pilatti, o esporte moderno é exatamente o oposto, aparecendo como dentre suas características, a especialização de funções e a divisão do trabalho; também a organização dos eventos se modificou (modernizou-se), transformando-se em megaespetáculos. Essas transformações, impostas pela especialização, geraram o profissionalismo, ou seja, transformaram o tempo de trabalho do atletas em um tempo de especialização (p. 70).

  • Racionalização: regras, sempre existiram, mesmo entre os povos primitivos; o que mudou foi a natureza dessas regras, deixando de ser “instruções divinas” para se transformarem em artefato cultural, especialmente daquelas ligadas às performances humanas, expressas no treinamento esportivo. A performance espetacular’ tornou-se uma espécie de fim único (Pilatti, 2002, p. 71).
  • Burocratização: todas as transformações ocorridas advêm de um aparato burocrático (p. 71), pois é a instituição burocrática que passou a administrar o desenvolvimento dos esportes, conferindo-lhes um sentido moderno e, na época presente, passou a transforma esses esportes em produtos adequados à mídia, controlando-o. A primeira modalidade esportiva a construir o mencionado aparato burocrático, numa concepção moderna, foi o críquete, ainda em 1787.

“A configuração do processo pode ser percebida, entre outras características, na universalização das regras, na elaboração de estratégias de desenvolvimento mundial implantadas pelas organizações gestoras, no controle de recordes, na produção de espetáculos, tudo dentro de uma visão administrativa racionalmente moderna.” (PILATTI, 2002, p. 72) 

  • Quantificação,  e Recordes. No resgate feito por Guttmann (Pilatti, 2002, p. 72-73), a quantificação dos esportes pode ser simbolizada pela invenção do cronômetro, ocorrido em 1730. Toda performance atlética tornou-se mensurável. A busca de recordes, por sua vez, é a única característica, entre todos o elenco de características levantadas, que se encontra presente somente nos esportes modernos. Mesmo existindo nos esportes anteriores uma tendência à comparação, efetivamente a busca de recordes nunca existiu (p. 72).

SOBRE O LICEU MARANHENSE [9]

O Centro de Ensino Médio "Liceu Maranhense" - CEM “LICEU MARANHENSE” - , pertencente ao sistema estadual de ensino, foi  criado pela Lei Provincial de no. 77 de 24 de julho de 1838:

"VICENTE TOMÁS PIRES DE FIGUEIREDO DE CAMARGO, Presidente da Província do Maranhão, faço saber a todos os seus habitantes que a Assembléia Legislativa  Provincial decretou, e eu sancionei a Lei seguinte:

Art. 1o. Formar-se-á um Liceu na Capital da província com a reunião das seguintes cadeiras:

1a     Filosofia Racional e Moral

2a     Retórica e Poética

3a     Geografia e História

4a     Gramática Filosófica da Língua, e análise dos nossos clássicos

5a     Língua Grega

6a     Língua Grega

7a     Língua Francesa

8a     Língua Inglesa

9a     Desenho

10a   Aritmética, 1a. parte de Álgebra, Geometria, e Trigonometria Plana

11a   2a. Parte de Álgebra, Cálculo,  e Mecânica

12a   Navegação, Trigonometria Esférica, e Observações Astronômicas

13a   Cálculo Mercantil, e Escrituração por Partidas Dobradas, formando esta Cadeira  com a 10a. o Curso de Comércio, e as 10a., 11a. 12a. o de Marinha.

Art. 2o. Os Professores das Cadeiras mencionadas no artigo antecedente, ou existente, ou novamente criadas, formarão a Congregação do Liceu Maranhense, que organizará estatutos adequados, tanto ao método de ensino que se deve adotar. como ao bom regime das aulas.

Art. 3o. Os Estatutos serão feitos sob as seguintes bases: 1a.) Aula uma só vez no dia; 2a.) Feriados às 5a.-feiras, quando não houverem Dias Santos na semana; 3a.) Ferias pelo Natal, Semana Santa, e no fim do ano letivo, contanto que estas não excedam a dous meses em  cada ano. Estes Estatutos serão organizados com a possível brevidade, e submetidos à aprovação da Assembléia Provincial, enquanto porém não forem definitivamente aprovados serão postos em execução com aprovação do Governo.

Art. 4o. O Liceu terá um Diretor, Secretário, e Porteiro nomeados pelo Governo. Os dous primeiros serão retirados dentre os Professores do Liceu, e perceberão, além dedos seus respectivos ordenados, uma gratificação equivalente à quarta parte dos mesmos cada um, e o último vencerá o ordenado de trezentos e cincoenta mil réis. As obrigações destes empregados serão designados nos Estatutos.

Art. 5o. Todas as Aulas Públicas provinciais ficam sujeitas à inspeção da  Congregação do Liceu, que poderá servir-se de Inspetores de sua nomeação nos lugares fora da Capital para melhor desempenho desta obrigação.

Art. 6o. Os Professores das Cadeiras novamente criadas no Art.. 1o. vencerão o mesmo ordenado que atualmente vence o Professor de Filosofia Racional.

Art. 7o. Quando para reger qualquer das cadeiras da  Província senão apresente em concurso cidadão algum brasileiro com os requisitos necessários, o Presidente da Província abrirá novo concurso para o qual serão também convidados estrangeiros que tiverem conduta regular, e a necessária idoneidade. Se  neste segundo concurso, não se apresentarem nenhum cidadão brasileiro com os requisitos necessários para reger a Cadeira que se pretende prover, será admitido a exame o estrangeiro, e verificando-se que é idôneo a regê-la, será nela provido por tempo que não excederá a seis anos, findo o qual será a cadeira novamente posta a concurso. Quando porém no sobredito segundo concurso se não consiga ainda a habilitação de algum cidadão brasileiro, ou estrangeiro na forma referida, poderá o mesmo Presidente nomear dentre nacionais, ou estrangeiros quem sirva interinamente, renovando em tal caso o concurso todos os anos, e com a admissão dos estrangeiros até que se obtenha algum com os requisitos necessários.

Art. 8o.  Os estudantes que fizerem o exame público, e forem aprovados nas matérias especificadas nos Estatutos depois de aprovados pela Assembléia receberão o grau de Bacharel em Letras.

Art. 9o. A Congregação apresentará todos os anos à Assembléia Legislativa Provincial, por intermédio do Governo, um Relatório circunstanciado do número e aproveitamento dos alunos, tanto do Liceu, como das Aulas Públicas da Província, acompanhando-o de observação tendentes ao melhoramento do ensino público.

Art. 10o. O Governo  providenciará a respeito do edifício para o Liceu, assim como dos utensílios, e quaisquer despesas necessárias a este estabelecimento.

Art. 11. Ficam revogadas as disposições em contrário.

Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e execução da referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam  cumprir tão inteiramente como nela se contém. O Secretário da província a faça imprimir, publicar e correr. Palácio do Governo do Maranhão, aos vinte quatro de julho de mil oitocentos e trinta e oito, décimo sétimo da Independência e do Império. Vicente Tomás Pires de Figueiredo Camargo.". (O PUBLICADOR OFICIAL - 16/8/1838, in CARVALHO, Estevão Rafael de. A metafísica da contabilidade comercial. São Luís : Secretaria da  Fazenda, 1987 (Prefácio).)

 

OS MENINOS DO LICEU E A PRÁTICA ESPORTIVA [10]

           A primeira referência de uma atividade esportiva praticada por alguém relacionado ao Liceu Maranhense foi sobre a adolescência e juventude de um de seus mais eminentes professores: Frederico Magno de Abranches, o Fidalgote [11]. Dunshe de Abranches – outro menino do Liceu - referindo-se a esse seu tio, em seu festejado romance histórico “A Setembrada” (movimento revolucionário ocorrido em 1831), relembra que

 “... os dois namorados [Frederico e Maricota Portinho] tiveram assim, momentos felizes de liberdade e de alegria, fazendo longos passeios pelos bosques, em companhia de Milhama, ou passando horas inteiras a jogar a péla de que o Fidalgote era perfeito campeão”. (grifos meus). [12]

Além dessa primitiva forma de jogo de tênis, Frederico Magno de Abranches - o Fidalgote - era

 “... Atirador emético e adestrado nos jogos atléticos, alto, magro e ágil, trepava como um símio até os galhos mais finos das árvores para apanhar uma fruta cobiçada pelas jovens ali presentes.  Encantava-as também a precisão dos seus tiros ao alvo. E causava-lhes sustos e gritos quando trepava sem peias por um coqueiro acima ou se balançava no tope de uma jussareira para galgar as ramas de uma outra em um salto mortal, confirmando o título que conquistara entre os da terra de campeão da bilharda.”(DUNSHE DE ABRANCHES, 1970, p. 28)

Já as primeiras referências que encontramos sobre atividade física praticada por um “menino do Liceu” data de 1869, quando Aluísio Azevedo[13], ainda estudante, nos seus 12 anos de idade, considerava que havia uma coisa verdadeiramente série para ele:

"era brincar, estabelecendo-se entre minha divertida pessoa e a pessoa austera de meus professores a mais completa incompatibilidade".

Narra as estripulias da época, em companhia dos amigos de infância:

"Criado a beira-mar na minha ilha, eu adorava a água. Aos doze anos já era valente nadador, sabia governar um escaler ou uma canoa, amarrava com destreza a vela num temporal, e meu remo não se deixava bater facilmente pelo remo de pá de qualquer jacumariba pescador de piabas." (citado por MÉRIEN, 1988: 47).

Esse escritor se bateu pela educação física e pelos esportes[14]. Um dos fundadores de “O Pensador” (1879), jornal anticlerical, publica várias crônicas onde traça o perfil da mulher maranhense, comparando-as à lisboeta desocupada e denunciando o ócio em que viviam. Considerava que todo o mal vinha do ócio e da preguiça das mulheres e apenas uma mudança na educação e na concepção do casamento poderia permitir a realização da mulher:

"Do procedimento da mulher (...) depende o equilíbrio social, depende o equilíbrio político, depende todo o estado patológico e todo o desenvolvimento intelectual da humanidade (...) Para extinguir essa geração danada, para purgar a humanidade desse sífilis terrível, só há um remédio: é dar à mulher uma educação sólida e moderna, é dar à mulher essa bela educação positivista, que se baseia nas ciências naturais e tem por alvo a felicidade comum dos povos. É preciso educá-la física e moralmente, prepará-la por meios práticos e científicos para ser boa mãe e uma boa cidadã; torná-la consciente de seus deveres domésticos e sociológicos; predispor-lhe o organismo para a procriação, evitar a diásteses nervosa como fonte de  mil desgraças, dar-lhe uma boa ginástica e uma alimentação conveniente à metiolidade de seus músculos, instruí-la e obrigá-la principalmente a trabalhar... “. (Aluísio AZEVEDO, Crônica, "O Pensador", São Luís, 10.12.1880, citado por MÉRIEN, 1988:166,  167).

O mesmo tema é retomado quando da publicação de "O Mulato" – 1879, em forma de folhetos publicado em jornal de São Luís, e em forma de livro, em 1880 -, criando-se enorme polêmica na imprensa, ora acusando o autor, ora vozes se levantando para defendê-lo acerca de sua posição sobre a condição feminina. Dois amigos de Aluísio Azevedo, Paulo Freire e Luís de Medeiros, fazem publicar cartas sob pseudônimo - Antonieta (carta a Julia, "Diário do Maranhão", São Luís, 6.6.1881) e Júlia (carta a Antonieta, "Pacotilha", São Luís, 9.6.1881), respectivamente - falando “de suas impressões e do impacto que o livro lhes causara" (MÉRIEN, 1988:291). 

Julia/Luís de Medeiros faz longas considerações sobre a condição da mulher maranhense, "lastimando-se da educação retrógrada que recebera em sua família e no colégio" (p. 290), onde fora do português, não se ensinava mais nada às moças além de algumas noções de francês, de canto, de piano e de bordado. Para ela, "a falta de exercícios físicos é a origem das perturbações do sistema nervoso que atingem a maioria das moças maranhenses" (p. 290).

Mas Aluísio Azevedo não se limitou às palavras, sugerindo - mesmo incentivando, e se debatendo pela educação física e esportiva. Tornou-se um grande “sporteman” – como se dizia à época – praticando várias modalidades esportivas, como o “law tennis”, o “foot-ball”, e competindo nos chamados “concursos gaiatos” realizados no Fabril Athletic Club [15]. Acredita-se que tenha sido o introdutor do “jiu-jitsu” em Maranhão, ainda em 1908; fora cônsul brasileiro no Japão, no final dos anos 1800... 

Aluísio participou do movimento de implantação do esporte moderno em Maranhão, deflagrado por Nhozinho Santos a partir de 1905, quando de seu retorno a São Luís, fundando o clube da Santa Isabel em 1907... [16]

De outra manifestação esportiva tem-se conhecimento anos mais tarde, quando da visita do Conde D’Eu ao Maranhão, em campanha para que a Princesa Isabel - sua mulher - sucedesse ao Imperador Pedro II no trono brasileiro. Os estudantes do Liceu, das janelas do Convento do Carmo – onde era a sua sede – deram vaias à comitiva, gritando vivas à República. Esse episódio é lembrado por Dunshe de Abranches, em suas memórias (1941), quando informa que o Velho Figueiredo, o decano dos fígaros (barbeiro) de São Luís, mantinha em sua barbearia - a princípio na rua Formosa e depois mudada para o Largo do Carmo - um bilhar, onde:

"... ahí que se reuniam os meninos do Lyceo depois das aulas, e, às vezes, achavam refúgio quando a polícia os expulsava do pátio do Convento do Carmo por motivos de vaias dadas aos presidentes da Província e outras autoridades civis e militares. Essas vaias era quasi diárias...". (p. 155; 157).

 

Nova referência à Educação Física aparece em 1910, quando Miguel Hoerhan começa a prestar à mocidade ludovicence seus serviços como professor de Educação Física do Liceu Maranhense.  Foi o fundador do Club Ginástico Maranhense.        

Em 1915, diante de uma das primeiras crises do esporte maranhense, surge nesse cenário o vice-cônsul inglês no Maranhão, Mr. Charles Clissold, incentivando a prática de vários esportes. Muitos jovens tinham feitos suas inscrições no Fabril Athetic Club, sendo oferecidas várias modalidades, como salto em altura simples, com vara, distância; corridas de velocidade, de resistência, com obstáculos; lançamento de peso, de disco, do martelo; placekick (pontapé na bola, colocando-a na maior distância); cricket; crockt; ping-pong (Tênis de mesa); bilhar; luta de tração, etc. Certamente alunos do Liceu estavam entre esses jovens que principiavam a praticar um esporte. Graças ao empenho do cônsul inglês, os estudantes movimentam-se para reabilitar o futebol:

"FOOT-BALL

"Um esforçado grupo de rapazes, no intuito de elevar o sport entre nós, resolveu adquirir o campo do Fabril, para as pugnas do elevado jogo britânico, 'foot-ball'.

Existe grande animação nos preparativos, entre os sportamen, a idéia do Campeonato Maranhense de Foot-ball o qual será disputado em 15 de novembro, contando ao 'team' vencedor, 11 medalhas de ouro". (O JORNAL, 31 de julho de 1915).

 

           O primeiro encontro desse abnegados "sportistas" aconteceu logo em seguida

"FOOT-BALL

"No grond da Fabril, jogaram hontem, um match de trenagem. Alguns moços de nosso escol, que cogitam de fundar dois clubs desse sport, afim de diliciar o público maranhense, com algumas de suas partidas" (O ESTADO, 9 de agosto de 1915)

Esses estudantes uniram o agradável - reorganizar os "sports" no Maranhão - ao útil, chamando a atenção da sociedade para o movimento que iniciavam. Juntam-se à Maçonaria, oferecendo-se para realizar uma partida de futebol, em benefício dos flagelados da grande seca de 1914/15, pois  as lojas maçônicas desta capital nomearam comissões com o fim de arrecadar fundos para socorrer os flagelados, dentre as atividades programadas - seção de cinema, passeios marítimos - haveria um jogo de futebol, a ser realizado no mês seguinte:

"FOOT-BALL

"Um grupo de moços de nossa melhor sociedade offerecem ao comité Pró-flagelados, uma partida de foot-ball, entregando-lhe a renda verificada.

"Essa partida terá lugar no grond da Fabril e será opportunamente anunciada" (O ESTADO, 13 de agosto de 1915).

Em função desse movimento em prol dos flagelados dos estados vizinhos - Ceará e Piauí - reuniram-se - na Cervejaria Maranhense, localizada na Praça João Lisboa - os idealizadores do Campeonato Maranhense de Foot-ball, para a organização do grande "match" que pretendiam realizar (O JORNAL, 14 de agosto de 1915). Nessa reunião ficou resolvido que

"... na impossibilidade de fundação do Clube, se organizem dois 'team' denominados Franco Alemão - que terá de se bater em benefício dos flagelados da seca.

"Ficam assim compostos os team

"Presidente: Carlos Alberto Moreira

"Thesoureiro: Affonso Guillon Nunes

"Secretário: Hugo Burnett

"TEAM FRANCEZ

"Forwards - Gastão Vieira; Trajano Lebre, Carlos Moreira, Hugo Burnett, Manoel Borges, Antonio Ferreira;

"Half-backs - Carlos Leite; Antonio Cunha;

"Backs - Affonso Guillon Nunes; João Torres, dr.;

"Goal-keeper - Antonio Carvalho Branco

"Captain - Carlos Moreira

"TEAM ALLEMÃO

"Forwards - Nestor Madureira; Gentil Silva, José Souza; José Cantanhede; Maralteno Travassos;

"Half-backs - João Guedes; Antonio Paiva;

"Backs - Julio Gallas; Raul Andrade

"Goal-keeper - Albino Faria

"Captain - José Souza". (O JORNAL, 14 de agosto de 1915)

           

Para FRYDENBERG (1999) [17], a adoção do esporte estava associada à fundação de clubes. Os jovens sentiram a necessidade de ter um terreno, um espaço próprio, para ser usado como field, como campo de futebol. Assim, o processo de popularização do futebol que se iniciou contou com três ingredientes estreitamente unidos: a iniciação na prática do jogo, a fundação de um clube e a busca de uma cancha própria.

No Domingo, dia 15 de agosto, foi realizado um jogo-treino:

"FOOT-BALL

"Conforme noticiamos, realizou-se hontem, às 16 horas, o primeiro match de trenagem da série instituída.

"O público já principia a tomar interesse pelas partidas, tanto que a concorrência foi animadora. " (O ESTADO, 16 de agosto de 1915).

Estavam envolvidos os alunos do Liceu Maranhense, do colégio Marista Maranhense e do Instituto Maranhense (este, inaugurado um ano antes). Segundo MARTINS (1989),

“... promoveram sessões, usando as próprias salas de aula, estimulados pelos mestres. Graças a essas reuniões, surgiram os quadros do Brasil F. Club, do S. Luís F. Club, do Maranhão Esporte Club, e do Aliança F. Club. Essas entidades, aos poucos, foram agrupando-se, tornando-se clubes. A cada dia, os estudantes melhor se integravam, e para exercitar-se utilizavam o velho 'field' da Fabril, que tinha sido desativado pela FAC. Estávamos com o campo da rua Grande muito mal, mato tomando conta de todas as dependências, inclusive das arquibancadas." (p. 328).

 

Em 1932, é criado o GRÊMIO “8 DE MAIO”, por estudantes  do Liceu Maranhense, liderados por Tarcísio Tupinambá Gomes. Como entidade representativa dos estudantes junto à direção do Liceu, foi um fracasso, por falta de interesse da rapaziada, que só queria se divertir. Mas os outros fundadores, dentre eles Paulino Rodrigues de Carvalho Neto [18] e Dílio Carvalho Lima resolveram levar o Grêmio para o esporte, com o intuito de jogar Voleibol, pois as opções de esportes para os jovens da época eram, além do futebol, o voleibol.  O pessoal do “8 de Maio” também se envolvia com o Basquetebol.

O grupo representou o Maranhão em um Campeonato Brasileiro de Basquete disputado em Belém do Pará em 1938; viajaram de navio. Paulino largou tudo em 1942, deixando o Grêmio “8 de Maio” para a nova geração, liderada por Rubem Goulart e Zé Rosa...

Sobre JOSÉ ROSA, pouco se sabe, a não ser que foi um dos pioneiros do esporte e aparece em todos os depoimentos, seja como jogador, professor e incentivador, sobretudo do basquete, ao lado de Rubem e Ronald. Um de seus alunos no Liceu, Aldemir Carvalho de Mesquita – um dos maiores goleiro de Futsal e de Futebol -, lembra do Professor José Rosa, com quem aprendeu a gostar da educação física:

“... o prof. Zé Rosa, que foi o diretor de Liceu, e uns dos professores de educação física. Esse foi um dos incentivadores. Quando eu era garoto - 9, 10 anos -, mas eu ouvia falar muito do prof. Zé Rosa - era treinador de basquete daqui dentro de São Luís, no Liceu, Colégio São Luís e era professor de Historia -, foi um dos que foram daquela turma da década de 40, que foi junto com o prof. Braga, [Rinaldi] Maia...

“No basquete, todo mundo sabia, pelo menos quando cheguei do interior 9, 10 anos, era o Rubem Goulart. Todo mundo sabia a paixão que o prof. Braga tinha pelo boxe. No basquete falava muito bem do prof. Zé Rosa... (MESQUITA, Aldemir Carvalho de. Entrevistas).[19]

Outro grande astro dos esportes e incentivador do basquete em São Luís – ao lado de Rubem Goulart, Ronald Carvalho e Raul Guterres e que pertencia ao time dos “erres” - foi RINALDI LASSALVIA LAULETA MAIA. Nascido em São Luís do Maranhão no dia 05 de fevereiro de 1914, filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e de Júlia Lauleta Maia. Iniciou sua carreira esportiva como crack de futebol, no América - clube formado por garotos do 2º ano do ginásio, e que praticava o "futebol com os pés descalços". Em 1939, o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, sagrando-se bi-campeão estudantil invicto, nos anos de 1941 e 1942. Além de jogar no Liceu, Rinaldi figurava em quadros da 1ª divisão da Federação Maranhense de Desportos - FMD -, primeiramente no Vera Cruz (o clube que nunca perdeu no primeiro tempo...), onde fez "misérias" ao lado de Sarapó, Jenipapo, Cícero, Sales, etc. Depois, figurou na equipe do Sampaio Corrêa. No "Bolívia", Rinaldi foi elemento destacado, muito embora jogasse ao lado de um Domingão. Foi considerado "O Menino de Ouro" da "Bolívia".

Em 1941, Rinaldi começa a praticar o Basquetebol, tendo ao lado Gontran Brenha e Eurípedes Chaves e outros, defendendo as cores do Vera Cruz. Nessa época, não havia campeonatos de bola-ao-cesto, contudo, era  público e notório que o Vera Cruz era o campeão da cidade. O grêmio do saudoso Gontran apenas tinha como adversário perigoso o quadro do "Oito de Maio". Nas disputas de Vôlei levava sempre a pior, porém, vencia todos os encontros de bola-ao-cesto. O Vera Cruz era um campeão autêntico...

O melhor ano do esporte para Rinaldi foi 1942. Nessa temporada o jovem atleta conquistou nada menos de três títulos sugestivos: campeão invicto de futebol pelo Sampaio Corrêa; campeão invicto de futebol, pelo Liceu Maranhense; e campeão de basquetebol, pelo Vera Cruz. Em 1943, coberto de louros, Rinaldi embarcou para o Rio de Janeiro, a fim de cursar a Escola Nacional de Educação Física. Voltou a São Luís em 1945. Muita gente julgou que Rinaldi ainda fosse um crack da esfera. Contudo, mero engano! O jovem atleta apenas apareceu em campo, no dia de seu desembarque, para satisfazer o pedido de amigos, mas fez ver que havia abandonado o futebol em definitivo. Seu esporte predileto passa a ser a bola-ao-cesto. Em 1946, Rinaldi figurava na equipe de basquetebol do Moto, sagrando-se campeão do "Torneio Moto Clube".

Quando da visita do "five" rubro-negro a Belém, Rinaldi teve oportunidade de brilhar na capital guajarina e colaborou naquela magnífica campanha dos motenses. Em 1947, Rinaldi tomou outra decisão. Deixou o Moto Clube e tratou de reorganizar o Vera Cruz, seu antigo clube. O seu sonho foi realizado, uma vez que o Vera reapareceu e em 1947 figurava na liderança do campeonato de basquetebol da cidade. E Rinaldi era figura destacada no grêmio cruzmaltense. Atuava na guarda, onde se destacava, juntamente com o professor Luiz Braga, outra grande figura do basquete maranhense. Cabe ressaltar que o Vera Cruz foi campeão naquele ano. [20]

O Prof. Dimas – como é mais conhecido Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo – chegou a jogar Basquetebol em outro clube, tradicional, o Moto Clube de São Luís, também na década de 50, disputando o Campeonato Brasileiro de 1956; lembra de outros clubes famosos e seus atletas:

"Nessa mesma época eu jogava Basquetebol pelo Moto Clube; Quando eu retornei, passei a jogar Basquetebol, pelo Moto Clube, no [Campo do] Santa Isabel, tanto que ai nós fomos disputar um campeonato em 54 ...55 e em 56 eu fui seleção maranhense para disputar o Brasileiro em Recife, eu, Rubem Goulart; Antônio Bento; Vieirão, Major Vieira; Bebeto [Carlos Alberto Barateiro da Costa], também da Policia; Willame Najas, filho Titico ... Então nós fomos Seleção Maranhense em 56; disputamos Campeonato Brasileiro em Recife...

"Nessa época, Mauro Fecury era Juvenil, quando eu jogava basquetebol, depois ele já teve um destaque muito grande e ele, Miguel Fecury - o irmão dele -, eles, pode se dizer, que foram os  meus juvenis, os aspirantes...

"nós disputamos o campeonato - era Moto Clube, o time que eu jogava -, era o Vera Cruz, o Oito de Maio - que era de Rubem Goulart -, o General Severiano [Sampaio], que era do Exército; Tiradentes, que era o time Militar [Polícia Militar], e os Milionários, dos jovens – Alemão [Cláudio Vaz] e Poé, esta turma nova, Jesus Itapary, esta turma... do Liceu, do São Luís, basicamente, o Liceu, São Luís e Maristas, foi essa turma que nos acompanhou, que acompanhou os adultos que já jogavam, que era Os Milionários..". (DIMAS, entrevistas). [21]

Efetivamente, a melhor fase do Basquetebol no Maranhão ocorreu nos anos 50 até meados dos anos 60. Era admirável como jogavam Rubem Goulart; Raimundinho Vieira da Silva; Ronald da Silva Carvalho; Raul Guterrez; os irmãos Mauro e Miguel Fecury; Fabiano Vieira da Silva (filho de Raimundinho); Canhotinho (João Carlos de Sousa Martins); Zé Reinado Tavares... Dentre estes ainda se destacava o ala CANDIDO AUGUSTO MEDEIROS.

Aluno do Liceu Maranhense – ingressou aos 12 anos, no ginásio -, lembra que lá pelo início dos anos 60, passou a ter aulas de educação física com o Professor José Rosa. Fanático por Basquetebol, após ver no cinema - Éden - os jogos dos Globen-Trotters (time americano do Harlen, bairro da cidade de Nova Iorque, que se exibia pelo mundo)  e, ao que parece, serviu de inspiração para muitos daqueles jovens que se iniciavam no esporte, em especial, o Basquete, naquelas décadas de 50-60:

"... nas aulas de educação física do professor Zé Rosa era dado um jogo que tinha muito de basquete e futebol americano. O aluno pegava a bola e, sem batê-la no chão, corria em direção ao aro de basquete e arremessava, tentando encestá-la. Eu, no entanto, já queria jogar de verdade, segundo as regras oficiais do Basquetebol...". (em entrevista a BIGUÁ e BIGUÁ, 1998). 

          

Em 1949, o Campeonato Estadual de Basquetebol estava sendo disputado na quadra do Liceu entre os grupos do Grêmio “8 de Maio”, Moto Clube de São Luís, Vera Cruz (de Rinaldi Maia) e o Nacional. Cândido se apaixonou pelo “8 de Maio”, em que jogavam Zé Rosa (seu professor); Walter; Raul Guterrez; Rubem Goulart; e Ronald Carvalho.  

Aos 15 anos (1952), começa a jogar oficialmente Basquetebol como ala. Em 1953, é organizado um Campeonato Juvenil, e Cândido participou jogando pelo Moto Clube – Cândido, Dilson Lago, Roberto Oliveira, João Botão, Paraibano, Benjamim, Coqueiro, e Bandeira -; só perderam para “Os Milionários”, que contava com Mauro e Miguel Fecury, Alcy, Poé (Palmério César Maciel de Campos); Canhotinho (João Carlos de Sousa Martins). Quando os dois times se enfrentavam, era uma verdadeira guerra entre Mauro Fecury (14 anos, 1,84 metros de altura), dos Milionários; e Dilson Lago, (15 anos, 1,84 m), do Moto Clube. Os campeonatos eram disputados em uma quadra de cimento, do Moto, no Estádio Santa Isabel [22]; usavam uma bola de couro. Nesses jogos, havia grande afluência de público...

Em 1955, houve uma primeira convocação de uma seleção juvenil, para a disputa de um Campeonato Brasileiro, em Guaratinguetá – SP. Foram chamados os cinco titulares do Moto e os cinco do Milionários – Cândido fora dispensado. Ao retornarem – sem um resultado expressivo – os atletas foram defender seus colégios, nos Jogos Intercolegiais. Cândido foi conduzido à condição de titular do Liceu, ao lado de Nonato Cassas; Ney Belo; Rogério; e César Bragança. Concluído o curso ginasial no Liceu, em 1956, passa para a disputar pela Escola Técnica do Comércio, por onde foi vice-cestinha dos Jogos Intercolegiais de 1959; Mauro Fecury foi o cestinha ...

Com o casamento (1960) deixou de praticar esportes – jogou Futsal e Basquete pelo SESC. Em 1969, voltou a jogar pelo Drible, dos irmãos Saldanha. Pouco depois, o Drible encerrou suas atividades e Cândido pendurou as “basqueteiras”. [23]

A partir de 1958 [24], o futebol começou a tomar conta dos adolescentes de São Luís e o Basquete começou a entrar em declínio, apesar dos seis times inscritos no Campeonato Maranhense, nas categorias Juvenil e Adultos: Grêmio “8 de Maio” (Rubem Goulart); Vera Cruz (Rinaldi Maia), General Sampaio (do 24º BC, Major Goulart); Tiradentes (da PMM), Cisne Branco, Milionários (Cláudio Vaz) e Moto Clube. Esse campeonato foi organizado por Bruno Tolentino e Noskê do Rêgo Castelo Branco, com arbitragem de Joaquim Itapary e Coronel Vieira (Vieirão). O “8 de Maio” era formado por Januário, César Bragança, Lázaro, Bandeira (Reinaldo), Rubem Goulart, João Bragança, Miron e Silvino Goulart.

Januário de Sillos Oliveira Goulart jogava no juvenil do “Milionários”, ao lado de Williame, Canhotinho, Murica, Bita, Edeir, Ney Bello, Mário Brazuca, Aziz Tajra – campeões de 1955. Em 1956, passa para o Grêmio “8 de Maio”, liderado pelo primo Rubem Goulart; em 1957, numa melhor de três partidas, defende o título contra o Moto Clube, de Bebeto, Mozart Tavares, Dilson Lago, Murici, Bita ... Os jogos foram disputados na quadra do Santa Isabel, pertencente ao Moto Clube, com ingressos pagos e grande torcida.

Nos jogos estudantis, organizados pelo Dr. Carlos Vasconcelos – inspetor do MEC, no Maranhão – defendia o Liceu Maranhense. Jogavam, também, no time de Vôlei, tri-campeão estudantil sem perder um set; o sexteto era formado por Zé Augusto, Zé Alberto Lamar, Januário, César Bragança, Jesus Rezzo Cardoso (Troglodita), e Rogério Baima.

O Liceu reunia uma equipe de Basquete de talento, bi-campeã em 57/58: Januário e Silvino Goulart, Mauro e Miguel Fecury, José Reinaldo Tavares, Jaime Santana, Nego Fulô, César Bragança, Aziz Tajra; o técnico era o Sargento Geraldo – da Marinha -, que introduziu alguns esquemas táticos e revolucionou com suas jogadas ensaiadas, novidade para o basquete que se iniciava no Maranhão.

Outro grande atleta – e depois treinador – que também foi “menino do Liceu” - CARLOS ALBERTO FERREIRA ALVES [25] - nasceu em 1928. Em 1945, jogava Basquetebol pelo Liceu Maranhense. Conhecido, nos meios esportivos do Maranhão, como Tenente Alves, por toda uma geração de esportistas, de Basquetebol, de Voleibol, e de alunos de vários cursos de Educação Física que ministrou. Em 1946, jogava pelo Moto Clube de São Luís.

Cursou a Escola preparatória de Cadetes, em Fortaleza, por onde jogava Basquetebol e Futebol de Salão; foi para a Academia Militar das Agulhas Negras e lá também se destacou no Basquetebol.

Em 1953, estava de volta ao Rio de Janeiro, como 2º Tenente; em 1955, retorna à São Luís, formando ao lado de Rubem Goulart, Rinaldi Maia, Carlos Vasconcelos e Ronald Carvalho um dos melhores times de Basquetebol do Maranhão; foi um dos fundadores da Federação Maranhense. Foi presidente da Federação Maranhense de Desportos - FMD -; em 1968, foi administrador do Ginásio Costa Rodrigues, a convite do Secretário de Educação, Cabral Marques; o então Major Alves deva aulas de Basquetebol, Handebol, Voleibol, ao lado de Dimas, Rinaldi Maia e Vanilde Leão.

Foi Diretor de Esportes do SESC até 1972, ano em que foi técnico de Voleibol - masculino e feminino - e Basquetebol - masculino - da seleção que participou dos JEB's de Maceió - na primeira participação do Maranhão.

            FABIANO VIEIRA DA SILVA [26] nascido em 1944, filho de Raimundo Vieira da Silva - (os irmãos Vieira da Silva: Fabiano, Marco Antônio e Paulo, filhos de Raimundinho). Fabiano - e seus irmãos - cresceu vendo o pai e os amigos praticando esportes: Rubem Goulart, Coronel Bebeto, Raul Guterres, Ronald Carvalho, no campo do Moto Clube.

Quando foi para o Liceu, ainda garoto, já praticava o esporte, participando de peladas, porém sem qualquer tipo de treinamento específico. Participou das Olimpíadas Estudantis, ao lado de Nega Fulô, Sá Valle, Salim Lauande, Jaime Tavares (1958). No ano seguinte, foi para o Marista, jogando ao lado de Nonato e Elias Cassas e do irmão Marco Antônio.

Em 1960, vai para Minas Gerais estudar e lá o esporte passa a fazer parte da vida do jovem maranhense, jogando pelo Clube Ginástico, treinado por Luís Adolfo; foi bi-campeão mineiro e cestinha dos campeonatos de 61 e 62, em Belo Horizonte. Treinava também na seleção mineira de voleibol.

Em 1962, transfere-se para o Rio de Janeiro, passando a jogar pelo Flamengo Futebol e Regatas, tendo Canela como técnico - Canela foi técnico da seleção brasileira por muitos anos -. Já era um jogador respeitável - atuava como pivô -, quando foi chamado de volta, pelo pai, em 1963.

Fez vestibular para o curso de Economia e passa a disputar os Jogos Universitários nas modalidades de Basquetebol e Voleibol, ao lado de Gilmar Ferreira, Emílio Ayoub e José Carlos Martins. Participou do Campeonato Brasileiro, em Porto Alegre em 1970. Ao retornar, parou de jogar, dedicando-se apenas às peladas do Jaguarema e na praia.

Trabalha nas empresas da família - TV Cidade, canal 6, do Grupo de Comunicação Vieira da Silva -. Cumpre ressaltar que foi quem abriu a TV para as transmissões esportivas locais, ainda em 1980. Foi Secretário Adjunto de Indústria, Comércio e Turismo.

IVONE DIAS NAZARETH [27]

Nasceu em São Luís em 18 de março de 1949. Filha do famoso maestro João Carlos Nazareth e da não menos famosa cantora Alcione, a Marron. Atleta versátil, jogava Voleibol, Basquetebol, e Handebol, além de praticar o, Atletismo (arremessadora).

Estudou no Instituto de Educação, sendo sua professora de Educação Física Ildenê Menezes – uma das pioneiras da educação física maranhense. Nos intervalos das aulas, permitiam que participasse das peladas de vôlei, das alunas mais velhas, dentre as quais, sua irmã mais velha, Alcione, além de  Tânia Baé e sua irmã gêmea Telma, Jesus Mota, Eneida, dentre outras. As jogadas, eram o “revestréis” – meio de lado, para enganar a adversária -; e o saque “tesoura” – por baixo, com a bola batendo no polegar.

Suas  principais parceiras, nas peladas, eram Telma e Remédinho. Um dia, resolveram desafiar as alunas do curso normal, para um jogo. A professora Ildenê serviu como árbitro; o jogo transcorria normalmente quando sua irmã, Alcione, por deboche, chamou-as de “as pirralhas do ginásio”. Ivone partiu para cima dela e o jogo terminou em pancadaria. O Maestro João Carlos foi informado e Ivone levou uma surra do pai...

No científico, já no Liceu Maranhense, continuou com o Voleibol, ao lado de Délia, Roseana (Sarney), Helena, Sheila, Socorro Ranheta, Leda, Conceição Nina, e Teresa Bandeira. Os treinos eram contra os rapazes – Gimba, Tribi (Sidney), Belira, Timóteo, Domingos Leal, Gutemberg, Jaime, Jorge Duailibe.

As mesmas atletas do Vôlei iniciaram o Basquete, tendo Dirceu – um jogador do Liceu – como técnico. Em um jogo contra o São Vicente de Paula, venceram por 2 x 0 !. Esse mesmo grupo foi disputar um Campeonato Brasileiro, em feira de Santana – Bahia. Helena Bolota, atleta alta e forte, ganhou a bola e partiu com tudo em direção à cesta; errou o arremesso e as companheiras respiraram aliviadas, pois arremetera contra a própria cesta ! Mesmo sem terem qualquer preparo, tanto no basquete como no vôlei, continuaram a participar de competições, inclusive fora do Estado.

Essa fase termina com a chegada de Gilmário Pinheiro, um atleta cearense que passa a treinar as equipes de voleibol feminina.  Para Ivone, o voleibol feminino, em Maranhão, tem duas fases, antes e depois de Gil.

Ivone era canhota, raçuda, um bom bloqueio e ataque forte na saída da rede. Disputava os campeonatos regionais – zonais – ao lado de Telma, Rosângela, Rosão, Terezinha, Tânia Biguá, Fátima Rodrigues, Remédinho, e Carminha.

Em 1974,  já atuava como técnica, do Colégio Rosa Castro, indo para o Estado, dando aulas no Gonçalves Dias, de educação física e voleibol. Passou ainda pelo São Vicente de Paula, Divina Pastora, Cardoso Amorim, Silva Martins, Liceu, Coelho Neto e Escola Técnica...

Em 1977, ingressou na primeira turma do Curso de Educação Física da UFMA, formando-se em 1980, ao lado de Joaquim, Beleleu (Reinaldo Conceição da Cruz, outro grande nome do basquete, e do atletismo maranhense), Osanilda, Cristiano Sá, Francisca, Osmar e Liana. A turma toda cabia no fusquinha do Beleleu... Em 1981, está de volta à UFMA, como professora de voleibol, efetivada no cargo em 1985.

Para Januário Goulart, que jogou pelo Saturno – equipe fundada pelo Coronel Goulart, Nagib Haikel e Samuel Gobel – quem introduziu o Futebol de Salão em São Luís foi um professor de física do Liceu Maranhense, Pedro Lopes dos Santos, quando fundou a equipe do Próton, primeira equipe de Futsal de São Luís formada por alunos daquele estabelecimento de ensino – e também a do Elétron!, (segunda equipe ?). 

Foi o Prof. Pedro quem trouxe para São Luís a primeira bola e as regras da modalidade. Jogavam no Próton, além de Januário, como atacante, Rogério Baima, Chico Tetê, Rui, Nonato Cassas, Ernani Cantanhede. No primeiro jogo interestadual - disputado na quadra do Liceu -, contra o América, de Fortaleza (CE), houve empate de 2 x 2.[28]  

Aldemir Carvalho de Mesquita, outro menino do Liceu, um dos grandes goleiros de futsal do passado - chegou a jogar como profissional do Maranhão Atlético Clube, aos 16 anos de idade -, lembra dessa fase do futebol de salão maranhense:

"O futebol de salão, daqui de São Luís, na época que eu cheguei (1959, aos 10 anos de idade), era um sucesso. Talvez no Nordeste fosse o segundo esporte ... como é que se diz? A segunda força do Nordeste em esporte; o futebol de salão, porque tínhamos muitos craques como Silvinho, Luisinho, Pula-Pula ... Se hoje o Maranhão teve craques no futebol de salão, fosse hoje como era divulgado o esporte do Maranhão era primeiro em  esporte. Como eu vejo, assisto craques como esse da seleção brasileira, Manoel Tobias que é o melhor craque do Brasil. Conheci Djalma, conheci o Jaiminho, o próprio Biné Carcaço que trabalha na parte de esporte lá do Ipem, craque de bola; quero dizer, o Manoel Tobias - vamos usar a expressão de futebol -, não amarrava chuteira, talvez não fosse banco, se tivesse que escolher os três, ele não seria nem a 4º opção do treinador dentro dessa escala." (MESQUITA, Aldemir Carvalho de. Entrevistas).[29]

E sempre que se fala em Futsal, alguns nomes são lembrados, como o de Luizinho Luiz Soares de Sousa, nascido em 1941 – o “canhão da Vila Beira-Mar”. Jogava como ala esquerda, iniciando-se no esporte jogando futebol, junto com os irmãos Inácio e João Carlos, na rua da Saavedra e na crôa formada na Beira-Mar.

Em 1954, com 13 anos, entra no Liceu Maranhense, e passou a jogar pelo Próton, time da escola fundado pelo Prof. Pedro Santos. O Próton foi o primeiro time de futsal de São Luís. Havia ainda o Elétron, formado também por alunos do Liceu, bons de bola também, mas que não foram aproveitados; servia de “sparring’ para o time principal.

Após o Próton, onde só jogou uma temporada (1961), ingressou no Rio Negro, time de Rodolfo Rosa (irmão de João Rosa Filho, também filho de João Rosa); jogavam: Esmagado (Osmario de Ribamar Raposo); Cabeça (João Carlos Soares de Sousa, irmão de Luizinho); Pula-Pula, dentre outros. O Rio Negro – como tantas outras equipes de então, teve vida curta, como também o Vitex, fundado pelo Dr. Vazquez (hoje, dono do Colégio Girassol). Ao sair do Rio Negro, Luizinho vai para o Saturno, de grego Samuel Gobel. Em 1960, passa a jogar pela equipe do 24º BC, pois se alistara para servir ao Exército. O treinador era o major Medeiros.

Em 1962, transfere-se para o “Cometas”, juntamente com Diabo Loiro (Jesus Itapary), Poé, Nonato Cassas, Biné; o técnico era Durval Tavares (Pará) e o Prof. Braga era o preparador físico. Foi campeão estadual nos anos de 64 a 66, com o Drible, seu principal rival não ganhando uma partida sequer contra o Cometas... Formavam pelo Drible: Amado, Chedão, Baiano, Guilherme, e Mota.

Ao ingressar no Banco da Lavoura – por concurso – passa a disputar o Campeonato Bancário de Futebol de Salão, tendo sido campeão e viajado com a Seleção Maranhense de Bancários, em 1964, para São Paulo, e com a Seleção Maranhense para três  campeonatos brasileiros: dois em Fortaleza (CE) e um em Recife (PE). Em 1968, ingressa no curso de Economia, passa a trabalhar no Banco do Brasil (concursado) e, depois, no BASA (concursado), por onde se aposentou. Luizinho jogou até 1974, e chegou a enfrentar os craques da nova geração, como Djalma Campos, Fifi (Fernando Lima do Nascimento), João Bala e outros. Nesse ano, começou a decadência técnica da modalidade em São Luís...

NILSON FERREIRA SANTIAGO [30] nasceu em 1940, e era filho de Nerval Lebre Santiago, secretário do Liceu por 42 anos. Foi incentivado pelo pai  a praticar futebol e acabou no futsal de salão. Um dos fundadores do Sparta, time que marcou época. Jogava futebol - de rua – quando fundou, junto com o Irmão Nerval Filho, Bogéa, caracol, Monteiro, Zé Diniz, Daniel, Índio, Quebrado e outros, a Sociedade Esportiva União. Jogou também Basquete, pelo Cisne Branco, de José Gonçalves da Silva, o Zéquinha, treinador do MAC e árbitro; após a desativação do time, ainda jogou pelo Moto Clube.

O grupo que estudava no Liceu viu nascer o futsal, trazido pelo professor de Física, Pedro Lopes dos Santos (1955), que fundou o Próton, formado inicialmente por Chico Tetê, Ernani Coutinho, Nonato Cassas, e Rogério Baima. Nessa época, aqueles que se descobriam que não podiam jogar futebol de campo, iam para a quadra, jogar salão. Logo, surgiram outras equipes. Os irmãos Ferdinand (Ferdic) Carvalho e Constâncio Carvalho Neto fundaram a Sociedade Esportiva Sparta; além dos dois, jogavam ainda Nilson, os irmãos Bira e Juca Abreu, Airton, Paulinho, Nervalzinho, Paru (Miguel Arcanjo Vale dos Santos), Milson Cordeiro, Ruibasco (Ribasco), Inésio e Roberto Babão. Mais grupos foram surgindo, como o Saturno (de Samuel Gobel, Zequinha Goulart, e Heitor Heluy), e Nilson passou a jogar nele, ao lado de César Bragança, Januário Almeida, Márcio Viana Pereira, Hamilton, tendo como técnico o Capitão Medeiros.

Em 1962, com 22 anos, vai para o interior, mas continua a jogar pelas cidades por onde passou, nas AABBs – passou para o Banco do Brasil -, abandonando o esporte aos 27 anos – por contusão no joelho. 

Outro craque dessa mesma época foi JOÃO PINHEIRO CUNHA [31]– o Manga -, como Luizinho, nascido no ano de 1941, no dia 12 de julho, e como todo garoto de seu tempo, jogava futebol na rua – a famosa Liga dos Pés Descalços do início do futebol no Maranhão -. Sonhava em entrar para o Liceu Maranhense; lá, teve contato com o pessoal da pelada, jogada na hora do recreio e após as aulas (1954): Vilenô, Nonato e Elias Cassas, Nonato Saback, Guilherme Saldanha, Mota, Januário Goulart, Silvinho Goulart, José Reinado Tavares, César Bragança, Nerval e Nilson Santiago, Milson Cordeiro, e outros. Viram nascer o primeiro time de futebol de salão do estado. O prof. Pedro Lopes dos Santos, de Física, em uma de suas viagens ao sul do país, acabou se apaixonando pela modalidade e trouxe para São Luís uma bola e um livro de regras. Em 1955, selecionou uma equipe dentre os peladeiros da escola e fundou o Próton. Daquele grupo que jogava futebol, o único selecionado foi Nonato Cassas. Desse primeiro grupo, a primeira formação do Próton, além de Cassas, figuravam Rogério Bayma (goleiro), Chico Tetê, Ruy Poxo, Ernani Catinga.

João Cunha, como calouro, não tinha escolha – ia para o gol – e acabou gostando da posição, passando a disputar as Olimpíadas Intercolegiais pelo Liceu, como goleiro da equipe de Futsal. Nessa época, os goleiros tinham seus apelidos – Jesus Itapary (do Saturno e Cometas) era o Diabo Loiro; José Augusto Lamar (Drible), era o Pangaré; Dilson (do Próton, depois Saturno e Cometas), Guabirú; João Cunha ficou sendo o João Boi e, depois, Manga.

Outro que escreveu o nome nos anais do Futsal Maranhense foi JOACY FONSECA GOMES [32], nascido em Cururupu em 12 de junho de 1938. Em 1953, então com 15 anos, veio para São Luís, onde fez o ginásio e o científico no Liceu Maranhense, destacando-se no futebol, indo jogar no Flamengo do Monte Castelo. Em 1958, estava disputando o campeonato de Futebol de Salão, em uma competição organizada pela Liga que havia sido fundada por João Rosa Filho e o jornalista Jaffé Mendes Nunes; jogava pelo T8 (Tê Oito). Os clubes de futsal que se destacam eram: Spartakus (Nilson Santiago, Ribarco e Paru); Graça Aranha (Albino Travincas, Canhoteiro, Wallace e Jafer); Santelmo (Cleon Furtado, Poé, Mozart, Biné, Murilo Gago); Rio Negro; Vitex (Enemêr, Luís Portela, Walber, e Vavá); Drible (dos irmãos Saldanha, Zé Augusto Lamar, Manteiga, Mota); SAELTIPA (a companhia de água); e América; depois, vieram Próton, Saturno, Cometas, Flamengo do Monte Castelo. Os jogos eram disputados nas quadras do Lítero e do Casino.

Jogando pelo Liceu, Manga foi campeão nas Olimpíadas Estudantis. Havia uma rivalidade muito grande entre as equipes de futebol de campo do Liceu (Joacy, Nilson, Carlos Alberto, Itamar, Guilherme Saldanha, paciência, Alexandre) e a Escola Técnica (Gogoba, Alípio, Alencar, Chamorro, Canhoteiro); no Salão, o duelo ficava por conta do Liceu (Marinaldo, Guilherme Saldanha, Josenil Souza, e Jacy) e Atheneu (Mota e companheiros); havia o grupo do Colégio São Luís (Biné, Chedão, Jaime Tavares) e dos Maristas (Garrincha, e os irmãos Nonato e Cury Baldez).

LUIS CARLOS MOTTA [33], nascido em 1941, é considerado, até hoje, um “mestre do futsal”. Estudante do Colégio Ateneu de 1952 a 1956 (ganhou uma bolsa de estudos, pela sua habilidade com a bola), passou para o Liceu Maranhense, foi sete vezes campeão do Campeonato Maranhense de Estudantes – tetra pelo Ateneu, e tri pelo Liceu.

Sua habilidade técnica como pivô valeu um convite para ingressar no Drible (1959), time dos irmãos Saldanha [34], recém inaugurado (1958). Em 1961, deixa o Drible e passa para o Santelmo, sagrando-se campeão naquele ano; retorna ao Drible (1962), após uma temporada, conquistando diversos títulos, como o de campeão invicto do Torneio Carneiro Belfort (62); do Torneio do Jaguarema (63); além dos Torneios Major Mota e do “3º aniversário do Elmo” (65). Pelo Drible, foi ainda, hepta-campeão – 66 a 72 -, ano em que o Drible encerrou suas atividades. Motta, em 1974, abandona os esportes, devido a um acidente – foi atropelado por um ônibus.

Para KOWALSKI (2000)[35] no surgimento dos rituais comunitários, responsáveis pelas transformações de sensações encadeadas por impulsos amplos, que vêm de fora: do remo, do futebol, as corridas de carro, o carnaval, o espetáculo da emoção e o delírio das multidões, estabeleceu-se uma sintonia entre a quebra da identidade colonial e a construção da identidade nacional, coletiva, cultural, brasileira.

O esporte é então concebido como uma escola de coragem e de virilidade, capaz de ajudar a modelar o caráter e estimular a vontade de vencer, que se conforma às regras, que adota um atitude exemplar - o fair-play -, jogo justo e honesto, comportamento cavalheiresco:

"Por outro lado, as exigências econômicas e culturais para praticar as novas modalidades esportivas ... reforçariam ainda mais a conotação de que esta prática cultural se afirmava como um signo de distinção social". (p. 393).

          

É nesse sentido específico que certos esportes aparecem como elemento de diferenciação do estilo de vida. A prática esportiva torna-se um indicativo de pertencimento social, tendo em vista que a prática de certas modalidades (tênis, crickt, crockt, remo) estava condicionada, em Maranhão, à participação em associações esportivas (os clubs), enquanto outras (foot-ball) vinham alcançando uma maior difusão social, irradiando-se por todos os lados.

           Emblemático, desse período romântico do esporte maranhense - e em especial do futebol - é a biografia esportiva de vários "sportman" e "cracks" da época.

SPARTA [36]

Time fundado pelos irmãos Constâncio Carvalho Neto (Catim, nascido em 03 de maio de 1939) e José Ferdinand Chaves Carvalho (Férdic, nascido a 08 de abril de 1940). Meninos ainda costumavam jogar futebol de meia (com bola de meia), na Rua São Pantaleão, 147. Adolescentes,  passam a jogar futebol de salão – futsal – fundando o Sparta, junto com o amigo Juca Abreu, em 1955. O Sparta sobreviveu até 1959...

Como muitos outros “clubes” – times – de futebol de salão, o Sparta também surgiu no pátio do Liceu Maranhense, dentre os peladeiros da época – Nilson e Nervalzinho Santiago, Juca Abreu, Constâncio, Januário, José Reinaldo Tavares, Xuxuca, Negão, César Bragança, Malheiros, Macieira, Canhotinho, dentre outros.

Esses “gazeteiros” costumavam jogar bola de meia no pátio; e quando eram encontrados pelo Secretário (durante 42 anos do Liceu, Nerval Lebre Santiago, pai de Nilson e Nervalzinho), eram colocados para fora da escola. Iam, então, para na Praça do Quartel (do Panteon), para continuar o jogo; nos intervalos, sentavam-se debaixo dos oitizierios, para observar a saída das meninas do Rosa Castro ...

 

[1] Usamos o termo “meninos do Liceu” para nos referirmos aos estudantes do Liceu, conforme termo usado por Dunshe de Abranches em uma de suas obras autobiográficas. O mesmo termo foi usado por outro “menino do Liceu”, o historiador Carlos de Lima, em um excerto de sua autobiografia, enviada aos Autores, sobre sua passagem pelo Liceu Maranhense, nos anos 30 ...

[2] Professora de História; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; CEM “Liceu Maranhense”.

[3] Professor de Educação Física; Mestre em Ciência da Informação; CEFET-MA/DCS

[4] HAAG, Hebert. Deport y tiempo libre. (in) KOCH, Karl. HACIA UNA CIÊNCIA DEL DEPORTE.  Buenos Aires : Kapelusz, 1981, p. 95-115.

   HAAG, Herbert. Deport y salud. (in) KOCH, Karl. HACIA UNA CIÊNCIA DEL DEPORTE.  Buenos Aires : Kapelusz, 1981, p. 116-126.

[5] OLIVEIRA, Vítor Marinho de. O QUE É EDUCAÇÃO FÍSICA ? São Paulo : Brasiliense, 1983.

[6] DIEM, Liselott. ESPORTE PARA CRIANÇAS: UMA ABORDAGEM PEDAGÓGICA. Rio de Janeiro : Beta, 1977.

[7] PILLATI, Luiz Alberto. Guttmann e o tipo ideal do esporte moderno. In PRONI, Marcelo; LUCENA, Ricardo (org.). ESPORTE: HISTÓRIA E SOCIEDADE. Campinas, Autores Associados, 2002, p. 63-76

[8] GUTTMANN, Allen. From ritual to record: the nature of modern sports. New York:  Columbia University Press, 1978

[9] Para saber mais, ver VAZ, Delzuite Dantas Brito; Vaz, Leopoldo Gil Dulcio. LICEU MARANHENSE: memória, estudos e documentação. São Luís : (Inédito)

[10] Para saber mais, ver:

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. TÊNIS NO MARANHÃO. In O IMPARCIAL, São Luís, Segunda-feira, 17 de janeiro de 2000, p. 16. Caderno de Esportes

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. O ESPORTE NO MARANHÃO. In O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 16 de maio de 2000, Terça-feira, p. 4, Caderno Opinião

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A inauguração do foot-ball em Maranhão. In LECTURAS: EDUCACIÓN FÍSICA Y DEPORTES, Buenos Aires, año 5, no. 24, agosto de 2000, disponível em www.efdeportes.com

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. O NASCIMENTO DE UMA PAIXÃO. In O IMPARCIAL, São Luís, Domingo, 29 de outubro de 2000, Caderno Cidade - Esportes, p. 7.

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio O lúdico e o movimento em Maranhão. In LECTURAS: EDUCACIÓN FÍSICA Y DEPORTES, Buenos Aires, año 7, no. 37, junho de 2001, disponível em www.efdeportes.com

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. O Futebol em São Luís – 1907 – 1917. In LECTURAS: EDUCACION FISICA Y DEPORTES, Buenos Aires, no. 64, agosto de 2003, disponível em www.efdeportes.com

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. O "SPORTMAN" ALUÍSIO AZEVEDO. In O IMPARCIAL, São Luís, Domingo, 16 de junho de 2000, p. 5, Caderno Impar

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. “O ‘Sportman’ Aluísio Azevedo. LECTURAS: EDUCACIÓN FÍSICA Y DEPORTES, Buenos Aires, año 5, no. 25, setembro de 2000, disponível em www.efdeportes.com

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; VAZ, Delzuite Dantas Brito. A implantação do esporte em Maranhão. In CONGRESSO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE, LAZER E DANÇA, VIII, Ponta Grossa-Paraná, 14 a 17 de novembro de 2002. Coletâneas .... Ponta Grossa : UEPG, 2002.

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; ARAÚJO, Denise Martins; VAZ, Delzuite Dantas Brito. Querido Professor Dimas (Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo) e a educação física maranhense – uma biografia (autorizada). São Luís (Inédito), 468 pg.

[11] FREDERICO MAGNO DE ABRANCHES, o Fidalgote, nasceu em São Luís do Maranhão em 1804; professor de Phylophofia Racional; Secretário da província do Maranhão; deputado geral de 1835 a 1838; Cônsul geral em Cayenna, onde veio a falecer em 1880.

[12] Os jogos de bola estão presentes em todas as culturas e em todas as épocas. Galeno, o famoso médico grego, recomendava os jogos com bola para fins higiênicos e até mesmo escreveu um tratado específico sobre “o jogo da pequena bola”. Os jogos de bola, na Grécia, já aparecem nos poemas homéricos.

Nos séculos XIV, XV, e XVI  os jogos de bola destacaram-se mais que os outros,  fundindo-se às manifestações folclorísticas, no novo contexto das estruturas renascentistas.

  OLIVEIRA MARQUES ao referir-se às distrações na Idade Média em seu “A Sociedade Medieval Portuguesa”, faz referência ao “jogo da péla”, como pertencente ao campo dos desportos violentos. Conforme esse autor, D. Duarte não louvava o jogo da péla, antes pelo contrário o incluía na lista dos jogos que entretinham a mocidade da sua época, em detrimento dos exercícios de cavalaria.

   Já  D. João I encarava o jogo da péla como muito útil para o treino das armas: “é hoje em neste dia alguns, quando estão folgados e lhes é mister fazerem em armas, jogam alguns dias a péla, porque este jogo lhes faz tender os membros”.

   Não possuímos descrição deste jogo de bola, que deveria ser de arremessos, talvez com o intuito de derrubar qualquer obstáculo ou simplesmente de atingir um ponto distante.

  Outro autor português, FORTUNADO DE ALMEIDA, ao referir-se aos costumes e aspectos sociais falando dos jogos desportivos e passatempos diversos, faz referência a um jogo, que seria o jogo da péla: “Nas ruas e outros lugares públicos concorriam muitos eclesiásticos e seculares a jogar e a ver jogar a ‘bola ou mancaes’.

   Em 1591, o Bispo de Coimbra,  D. Afonso de Castelo Branco, nas suas constituições, proibia aos eclesiásticos semelhantes exibições; e proibia em especial o jogo da pela nos jogos públicos, “principalmente despindo-se em calças e gibão, como alguns com poucos respeito de seu estado fazem”.

No século XVIII chamava-se a este jogo o “jogo dos paus”. “Mancais” era o nome  que no século XVI se dava aos paus destinados a ser derribados com a bola. Em Lisboa, jogava-se a “péla” num pátio descoberto e público em cuja porta esteve este dístico latino:

                 Lude pede, insulta, suda, contende, labora; Si tibi contingat perdere, solve, tace.

   Jogavam seis parceiros, três de cada parte, com “péla” (bola) de couro, que se enchia de ar com uma seringa.

   Jogou-se a princípio com a palma; no início do século XVIII, introduziu-se, em Portugal, o uso francês de jogar com raqueta.

   Na França, particularmente, a bola (de dimensões maiores da normal), nascido no tardo-medievo, como instrumento de contenda incruenta, torna-se momento lúdico e agonístico, aberto a todos.

   Os jogos mais conhecidos são a paume, o pallone, a soule, a crosse, aos quais seguiram-se, na Itália, o calcio-fiorentino, o pallone al bracciale, a pallacorda, a palla al vento, a palla-maglio, o tamburello.

   A paume (jeu de paume) consiste em bater a bola com a mão e substituiu os ludus pilae cum palma romano. Conhecido já no século XII foi jogado melhor no período sucessivo, até dar vida ao atual tênis.

[13] ALUÍSIO TANCREDO GONÇALVES DE AZEVEDO, nasceu em 14 de abril de 1857 em São Luís do Maranhão. Em sua infância e adolescência foi caixeiro e guarda-livros, demonstrando grande interesse pelo desenho. Torna-se caricaturista, colaborando em “O Fígaro”, “O Mequetrefe”, “Zig-Zag” e “A Semana Ilustrada”, jornais do Rio de Janeiro. Obrigado a retornar ao Maranhão, em 1878, pela morte do pai, abandona a carreira de caricaturista e inicia a do escritor.

Publica em 1879, “Uma lágrima de mulher”. Com a publicação de “O Mulato”, em 1881, introduz o Naturismo no Brasil. Publica, ainda : Memórias de um condenado (1882); Mistério da Tijuca (1882); Casa de Pensão (1884); Filomena Borges (1884); O Homem (1887); O Coruja (1890); O Cortiço (1890); Demônios (1893);  A Mortalha de Alzira (1894); Livro de Uma sogra (1895). Em 1895, abandona a carreira de escritor e torna-se diplomata (AZEVEDO, 1996).

[14] VAZ, 1999; VAZ e VAZ, 2.000c; VAZ e VAZ, 2000d

[15] ver “O ‘Sportman’ Aluísio Azevedo. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. In LECTURAS: EDUCACIÓN FÍSICA Y DEPORTES, Buenos Aires, año 5, no. 25, setembro de 2000, disponível em www.efdeportes.com

[16] Ver “A ‘inauguração’ do foot-ball em Maranhão. VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. In LECTURAS: EDUCACIÓN FÍSICA Y DEPORTES, Buenos Aires, año 5, no. 24, agosto de 2000, disponível em www.efdeportes.com

[17] FRYDENBERG, Júlio David. Espacio urbano y practica del futebol, Buenos Aires 1900-1915. In LECTURAS: EDUCACION FISICA Y DEPORTES, Buenos Aires, ano 4, n. 13, 1999. Disponível em www.efdeportes.com

[18] BIGUÁ, Edivaldo Pereira; BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Paulino, fundador do 8 de Maio. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 8 de novembro de 2000, 2ª feira, p. 4. Caderno de Esporte.

[19] VAZ, ARAÚJO; VAZ, Inédito, op.cit.

[20] O ESPORTE, São Luís, 25 de outubro de 1947, p. 2. Recordar é Viver.

[21] VAZ, ARAÚJO, VAZ. Inédito, op. Cit.

[22] Antigo campo do Fabril Atletic Clube, fundado em 1907, por Nhozinho Santos; na década de 40, César Aboud (adquiriu a fábrica de tecidos da família de  Nhozinho Santos, em 1938...), instalou o Moto Clube, do qual era presidente, nas instalações esportivas existentes na Fábrica Santa Isabel; ficava no Canto da Fabril, onde hoje está localizada a Igreja Universal, e a TV Difusora, e parte do Parque Bom Menino ...

[23] BIGUÁ, Edivaldo Pereira e BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Cândido e sua paixão pelo Basquete. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 10 de agosto de 1998, Segunda-feira, p. 4. Caderno de Esportes

[24] BIGUÁ, Edivaldo Pereira; BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Januário de Sillos Oliveira Goulart. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 09 de agosto de 1999, 2ª feira, p. 4. Caderno de Esporte.

[25] BIGUÁ, Tânia; BIGUÁ, Edivaldo Pereira. Onde anda você ? Alves - atleta e técnico. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 17 de novembro de 1997, Segunda-feira, p. 4. Caderno de Esportes.

   VAZ, ARAÚJO, VAZ,  Inédito), op.cit.

[26] BIGUÁ, Tânia; BIGUÁ, Edivaldo Pereira. Onde anda você ? O grande Fabiano do basquete. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 16 de fevereiro de 1998, Segunda-feira, p. 4. Esportes.

   VAZ, ARAÚJO, VAZ. Inédito, op.cit.

[27] BIGUÁ, Edivaldo Pereira; BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Ivone Dias Nazareth. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 18 de março de 2002, Segunda-feira, p. 4. Esportes.

[28] BIGUÁ, Edivaldo Pereira; Biguá, Tânia. Onde anda você ? Januário de Sillos Oliveira Goulart. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 09 de agosto de 1999, 2ª feira, p. 4. Caderno de Esporte.

[29] VAZ, ARAÚJO, VAZ. Inédito, op.cit.

[30] BIGUÁ, Edivaldo Pereira; BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Nilson ferreira Santiago. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 14 de dezembro de 2000, 2ª feira, p. 4. Caderno Esporte.

[31] BIGUÁ, Edivaldo Pereira; BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Goleiro João “Manga” Cunha. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 14 de fevereiro de 2000, 2ª feira, p. 4. Caderno Esporte.

[32] BIGUA, Edivaldo Pereira; BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Joacy Fonseca Gama. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 10 de abril de 2000, 2ª feira, p. 4. Caderno Esporte

[33] MOREIRA, Carlos. Onde anda você? Motta, o “mestre” do futsal.  O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 18 de agosto de 1997, Segunda-feira, p. 4. Caderno de Esportes

[34] Em janeiro de 1958, os irmãos Saldanha – Sérgio, Guilherme e Roberto – fundaram a Associação Esportiva Drible. O novo time viria a fazer frente às equipes de elite do futsal de então – o Santelmo e o Próton (este, do Liceu Maranhense) -. Mesmo sem dinheiro, conseguem formar uma das maiores equipes que o futsal maranhense já viu jogar. (MOREIRA, Carlos. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 18 de agosto de 1997, Segunda-feira, p. 4. Caderno de Esportes).

[35] KOWALSKI, Marizabel. Estilo de vida e futebol. IN CONGRESSO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE, LAZER E DANÇA, VII, Gramado-RS, 29 de maio a 01 de junho de 2.000. COLETÂNEAS .... Porto Alegre : UFRGS, 2.000, p. 390-395

[36] BIGUÁ, Edivaldo Pereira; BIGUÁ, Tânia. Onde anda você ? Irmãos Constâncio e Ferdinad. O ESTADO DO MARANHÃO, São Luís, 22 de outubro de 2001, 2ª feira, p. 4. Caderno Esporte