Resumo
Esse estudo teve como objetivo identificar quais as matrizes presentes nas danças indígenas que aparecem nas danças circulares na contemporaneidade. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, envolvendo uma pesquisa exploratória, desenvolvida por meio de entrevista estruturada, aplicada a uma amostra intencional constituída por 13 sujeitos adultos, de ambos os sexos, com faixas etárias variadas, integrantes da Aldeia do Aguapeú, os quais encontravam-se diretamente envolvidos com os rituais de danças indígenas na população Guarani M’Bya, Município de Mongaguá, SP. Os dados foram analisados descritivamente, utilizando-se a Técnica de Análise de Conteúdo Temático. Os resultados indicam que os Cantos e as danças sagradas são considerados comuns a todas as cerimônias celebrativas indígenas, independente de datas especiais. Os rituais das danças, quando vivenciadas na opy, são como forma de conexão com os Deuses e, do lado de fora da opy, têm o intuito de reunir a comunidade para vivenciar a diversão. Isso demonstra que essas danças inserem-se, tanto nos contextos do sagrado, como no profano, evidenciado no campo do lazer. As danças executadas na comunidade foram: dança Xondaro e dança de Terreiro vivenciadas em círculo. A dança Xondaro é praticada apenas pelo sexo masculino, num contexto de luta semelhante ao da capoeira, com treinamento específico, cujo objetivo é os indígenas permanecerem mais fortes, tanto fisicamente como espiritualmente, além de protegerem a si próprios e à opy. A dança do Terreiro, em círculo, é praticada anteriormente a qualquer apresentação na opy, durante todas às noites, conduzida pelo Pajé, na forma de oração a Nhanderú.