Resumo

Os objetivos deste estudo foram investigar os efeitos de um programa de treinamento físico aeróbio intervalado (TFAI) individualizado e supervisionado nas potências entre 70 a 110% do limiar de anaerobiose ventilatório (LAV) sobre as variáveis cardiorrespiratórias, metabólicas e níveis lipídicos e glicêmicos em pacientes com doença arterial coronariana (DAC). Desenho do estudo: Vinte e seis pacientes (idade= 57±2 anos) com diagnóstico de DAC, divididos em grupo treinado (GT n=15) e grupo controle (GC n=11), foram submetidos ao teste cardiopulmonar (TECP) submáximo antes e após um programa de TFAI em potências de 70%, 80%, 100% e 110% Watts do nível do LAV, 3 vezes/semana, por um período de 16 semanas. Resultados: O TFAI aumentou a potência (24,66%), o consumo de oxigênio (VO2) (mL.kg-1.min-1 e L.min-1) (18,73%; 10,25%), a produção de dióxido de carbono (VCO2) (18,09%) e a ventilação (VE) (20,70%) e reduziu os valores de frequência cardíaca (FC) (-3,93%), pressão arterial sistólica e diastólica (PAS e PAD) (-5,76%; -6,25%) (p<0,05). O GC apresentou redução do VO2 (mL.kg-1.min-1;L.min-1) (-15,80%; -15,25%), VCO2 (-14,54%), VE (-13,35%) e FC (-5,91%) (p<0,05), enquanto que os valores de potência (-7,83%), PAS e PAD (1,54%; 0,45%) foram semelhantes (p>0,05). Para o GT, houve redução nos valores de glicemia (-15,33%) e triglicérides (-19,60%) (p<0,05), e no GC os exames bioquímicos não apresentaram diferença (p>0,05). A regressão linear múltipla mostrou associação do betabloqueador com: VO2 (31%) e pressão arterial diastólica (28%) (GT) e pressão arterial sistólica (38%) (GC); e o tabagismo mostrou associação com a potência (41%) (GC). Conclusão: Esse treinamento físico foi eficaz e contribuiu para aumentar a capacidade aeróbia e reverter os fatores de risco da doença arterial coronariana sugerindo ser útil nos programas de reabilitação cardíaca.

Acessar Arquivo