Oxidação Máxima de Gorduras Durante o Exercício Aeróbico em Adolescentes com Diabetes Tipo
Por íncare Correa de Jesus (Autor), Luís Paulo Gomes Mascarenhas (Autor), Valderi Abreu de Lima (Autor), Juliana Pereira Decimo3 (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 25, n 4, 2019.
Resumo
Objetivo:
Comparar as taxas máximas de oxidação da gordura (FATMAX) e analisar a sua associação com a aptidão cardiorrespiratória em adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1).
Métodos:
Vinte e dois adolescentes de ambos os sexos, de 11 a 17 anos, após avaliações clínicas e antropométricas, foram alocados no grupo diabético (GD; n = 10) ou no grupo controle (GC; n = 12). A aptidão cardiorrespiratória foi determinada pelo consumo máximo de oxigênio (VO2max) durante um teste aeróbico máximo em um cicloergômetro utilizando o protocolo Balke. A oxidação máxima da gordura (FATMAX) foi determinada pela razão de troca ventilatória proposta na Tabela de Lusk.
Resultados:
Os adolescentes no GD apresentaram menores valores médios de FATMAX (p<0,01) e % VO2FATMAX (p=0,001) quando comparados com aqueles no GC. Os valores de FATMAX correlacionaram-se inversamente com os níveis de hemoglobina glicosilada sérica (HbA1c) (r = −0,77) e diretamente com o z-score IMC (r = 0,76), enquanto os resultados de %VO2FATMAX correlacionaram-se diretamente com a idade (r = 0,81), z-score IMC (r = 0,65) e VO2max (r = 0,81). Na regressão linear múltipla, os valores de HbA1c explicaram 54% (r² ajustado = 0,54, p = 0,009) e o z-score IMC explicou 3,1% (r² ajustado = −0,031, p = 0,009) da variação no FATMAX no GD. Os adolescentes com DM1 apresentaram aptidão cardiorespiratória similar e taxas de FATMAX menores (35±11 VO2max) quando comparados com os do grupo controle (60±12 VO2max).
Conclusão:
Esses resultados sugerem taxas menores de oxidação da gordura e maior uso da glicose como substrato de energia durante o exercício e pior controle no DM1. Portanto, os resultados podem contribuir com a prescrição de exercício apropriada no DM1, após verificar a intensidade do exercício, a fim de diminuir o risco de hipoglicemia. Nível de evidência III; Estudo de caso-controle.