Resumo

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição clínica complexa que acarreta redução da capacidade física e piora na qualidade de vida (QV). A redução do fluxo sanguíneo característico do processo fisiopatológico da doença leva a hipoperfusão periférica e restrição da oferta de oxigênio, contribuindo para a redução da capacidade física e limitação ao exercício, incluindo a atividade sexual. Objetivo: verificar a oxigenação muscular periférica em pacientes com insuficiência cardíaca sedentários e participantes de programa de reabilitação cardiovascular, durante a realização de um teste submáximo de capacidade física, bem como, a interação destas variáveis com os aspectos físicos da QV e função erétil (FE). Método: estudo transversal, com indivíduos do sexo masculino, diagnóstico de IC, clinicamente estáveis, classe funcional II ou III segundo o New York Heart Association fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 45%, divididos em dois grupos: grupo sedentários (GS), composto por pacientes sedentários a no mínimo 3 meses e grupo reabilitação cardiovascular (GRC), composto por pacientes em reabilitação cardiovascular convencional. A QV foi avaliada pelo Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ). Para a avaliação da FE foi utilizado o índice Internacional de função erétil (IIEF). A oxigenação tecidual por meio da espectroscopia no infravermelho próximo foi coletada antes, durante e após o teste de caminhada de seis minutos (TC6). Foram extraídos os valores do índice de saturação tecidual (IST%), Oxihemoglobina (HbO2), Deoxihemoglobina (HHt) e Hemoglobina Total (HbTotal). Resultados: Foram avaliados 22 indivíduos com IC.Na análise da oxigenação muscular periférica em durante um teste submáximo em pacientes com IC, foram encontradas correlações moderadas inversamente proporcional entre o domínio AF e as medidas de HbO2 no terceiro minuto e sexto minuto do TC6’ para o grupo GS. Enquanto no GRC essas os valores de HHt pré-teste se correlacionaram forte de forma diretamente proporcional com o domínio AF. A distância percorrida foi maior para o GRC. Verificamos aumento significativo do HbO2 pós teste para o GRC. A dinâmica da oxigenação muscular periférica se mostrou mais adequada durante o exercício no GRC. Ao avaliar a relação da FE e oxigenação muscular periférica, primeiramente, os indivíduos foram agrupados em homens se disfunção ou com disfunção erétil suave (GSS) e sujeitos com disfunção erétil suave para moderada, moderada e severa. Verificamos correlações inversamente proporcionais entre o HbO2 e FE e diretamente proporcionais entre o IST% e FE no grupo GSS. Conclusão: as medidas de oxigenção se correlacionaram com os aspectos físicos relacionados à qualidade de vida em indivíduos com IC. Adicionalmente, perimitiram verificar a dinâmica da oxigenção muscular perférica, sendo que os sujeitos ativos apresentaram uma cinética mais adequada durante o exercício submáximo, indicando uma melhor interação entre os componentes centrais e periféricos. Adicionalmete concluímos que indivíduos com IC sem DE ou com disfunção suave as medidas de IST% e hemoglobina demonstram relação com a FE, sendo plausível serem utilizadas como avaliação objetiva indireta complementar nesses indivíduos.


 

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