Pacientes com síndrome metabólica apresentam diminuição da aptidão cardiorrespiratória frente ao exercício progressivo máximo
Por Alexandre Galvão da Silva (Autor), Alessandra Medeiros (Autor), Giulliano Gardenghi (Autor), Débora Dias Ferraretto Moura Rocco (Autor), Mariana Antônio Corrêa (Autor), Caroline Simões Teixeira (Autor).
Em Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFex) v. 20, n 3, 2021.
Resumo
A síndrome metabólica representa um conjunto de fatores predisponentes para desenvolvimento de doenças cardiovasculares e outras repercussões fisiopatológicas como diminuição da capacidade aeróbia, importante marcador de mortalidade. Devido a limitações na mensuração do VO2max, estudos sobre o comportamento dos parâmetros ventilatórios em fases submáximas do exercício se fazem necessários para que possa reproduzir o desempenho geral do paciente durante esforço físico máximo. Objetivo: Comparar a capacidade cardiorrespiratória entre mulheres com síndrome metabólica e mulheres eutróficas sedentárias. Métodos: Foram avaliados 277 indivíduos (42,1 ± 5,5 anos) do sexo feminino, divididos em dois grupos, Grupo 1 – Síndrome Metabólica (SMet = 210) e Grupo 2 – Controle saudável (CS = 67), todos os pacientes realizaram o teste ergoespirométrico, que consiste na execução de exercício graduado com análise direta dos gases respiratórios. Os dados foram expressos em média e desvio-padrão e a análise inferencial realizada com o Teste T student. Para as correlações multivariadas, foi utilizado o modelo de regressão linear de stepwise. Para todos os testes, o nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: O Grupo com SMet apresentou prejuízo quando comparado ao CS no peso, índice de massa corpórea e nos fatores de risco da SMet (circunferência abdominal, glicemia, triglicérides, HDL-c (lipoproteínas de alta densidade) e pressão arterial sistólica e diastólica, p < 0,05). No Teste de Exercício Cardiopulmonar (TECP), o grupo SMet apresentou menores valores de consumo de oxigênio pico (VO2pico, 21,2 ± 4,6; e 27,5 ± 9,3 ml/kg/min, respectivamente, Interação; P < 0,05) comparados com CS. Da mesma forma, o SMet obteve menor valor para o limiar anaeróbio VO2LA (14,3 ± 7,1; e 12,1 ± 4,0; Interação; P < 0,05), correlacionando-se diretamente com as IMC (R = -0,48; P < 0,05) e CA (R =-0,47; P = 0,05). Conclusão: Pacientes com SMet apresentam diminuição da eficiência cardiorrespiratória frente ao exercício progressivo máximo.