Padrão de Actividade Física. Estudo em Crianças de Ambos os Sexos do 4º Ano de Escolaridade
Por Luísa Magalhães (Autor), José Maia (Autor), Rui Silva (Autor), André Seabra (Autor).
Em Revista Portuguesa de Ciências do Desporto v. 2, n 2, 2002. Da página 47 a 57
Resumo
RESUMO O presente estudo visa conhecer os níveis de actividade física no tempo de lazer e o padrão (ao nível do modo, da intensidade, da duração e da frequência) da actividade física habitual de crianças em contexto escolar. Foi seleccionada uma amostra de 120 crianças, de ambos os sexos, de 10 anos de idade (em média), a frequentar o 4º ano de escolaridade em duas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico de Vila Nova de Gaia. A avaliação da actividade física no tempo de lazer foi efectuada através do questionário de Godin e Shephard (21). Para avaliar a actividade física no tempo escolar, solicitou-se a 49 crianças o uso de um acelerómetro portátil (Tritrac-R3D) durante cinco dias. Os procedimentos estatísticos usados foram as medidas descritivas média, desvio-padrão, frequências absolutas e relativas; o tteste de medidas independentes e o teste não-paramétrico de Mann-Whitney. Os principais resultados foram os seguintes: (1) os rapazes apresentam um índice superior de actividade física no tempo de lazer, quando comparados com as raparigas, principalmente no que se refere à actividade física de intensidade elevada; (2) as crianças evidenciam um padrão de actividade física que se caracteriza pela aleatoriedade com oscilações na sua intensidade e duração; (3) as crianças evidenciam durante o período escolar um predomínio de actividade física de intensidade baixa, não realizando, no mínimo, 30 minutos de actividade física moderada a vigorosa diária; (4) os rapazes apresentam valores significativamente (p<0.05) mais elevados do que as raparigas de actividade física moderada a vigorosa no recreio; (5) as crianças, mesmo em sessões organizadas de Educação Física, apresentam um padrão de actividade física caracterizado pela sua baixa intensidade, não despendendo pelo menos 50% do tempo total da aula em actividade física moderada a vigorosa; (6) o dispêndio energético não expressa um comportamento diferente nas sessões organizadas de Educação Física e nos momentos de actividade livre de recreio. Palavras-chave: Actividade física; crianças; 1.º ciclo do ensino básico, acelerometria.