Resumo

Introdução: Há ainda muita dúvida acerca da execução técnica de exercícios de musculação e suas implicações nas adaptações promovidas no organismo. As diferenças entre uma rosca-direta realizada com uma barra reta e uma barra W, por exemplo, não são bem conhecidas para que se possa decidir entre uma ou outra na seleção de exercícios para um programa de força. Objetivo: Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar o padrão de ativação muscular na rosca direta com o uso de uma barra reta e uma barra W.
Métodos: Nove universitários de ambos os sexos com médias de idade de 25 (± 2,73), massa corporal 78,7 (± 9,50) kg, estatura 1,76 (± 0,05) m, IMC 22,5 (± 2,23) kg/m², frequência semanal de treino 4,88 (± 0,60) e tempo de prática 5 (± 4,06) anos participaram voluntariamente da pesquisa. Todos os indivíduos realizaram teste de uma repetição máxima (1RM) para a rosca-direta com barra reta e W, e duas semanas depois, executaram 7 repetições com 70~75% da carga máxima para os dois exercícios de forma randomizada por sorteio, quando foi coletada a atividade eletromiográfica (EMG SYSTEM DO BRASIL, 1000 Hertz) da segunda à sexta repetição (5 repetições) dos músculos bíceps e tríceps braquial do braço direito, descartando-se a primeira e última repetições. Foi realizado aquecimento prévio para ambos os exercícios com duas séries de 40% de 1RM. A cadência dos movimentos foi ajustada para dois segundos por fase concêntrica e excêntrica com o auxílio de um metrônomo digital (Jo and Andy – Stonekick) para evitar a possível influência de diferentes velocidades de contração muscular. A ativação muscular em Root Mean Square (RMS) foi normalizada pela contração isométrica voluntária máxima; os dados foram testados para normalidade com o teste de Shapiro Wilk e as diferenças entre os exercícios foram verificadas com T-student pareado bicaudal com nível de significância ajustado para P < 0.05. A Figura abaixo mostra graficamente a diferença na ativação muscular do bíceps e tríceps braquial nos dois exercícios. Resultados: Não foi encontrada diferença significante para o tríceps braquial, mas foi verificada uma tendência à uma maior ativação muscular no bíceps braquial na rosca-direta realizada com a barra reta em relação à realizada com a barra W (P = 0.07). Conclusão: A tendência observada nos permite especular que a posição mais pronada da mão na barra W pode ser uma disposição anatômica menos eficiente no aumento da ativação do bíceps braquial, já que esse é um potente músculo supinador radioulnar que pode ter sido relativamente inibido pelo sistema nervoso central durante a flexão de cotovelo para evitar que a articulação radioulnar tivesse sido supinada.

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