Padrão de Marcha, Prevalência de Quedas e Medo de Cair em Idosas Ativas e Sedentárias
Por Roberta Pellá Abdala (Autor), William Barbieri Junior (Autor), Carlos Roberto Bueno Júnior (Autor), Matheus Machado Gomes (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 23, n 1, 2017. Da página 26 a 30
Resumo
Introdução: O envelhecimento desencadeia alterações da marcha e aumenta o risco de quedas e o medo de cair, comprometendo a saúde e a capacidade funcional do idoso. Estudos anteriores investigaram a prática de exercício físico como possível fator de redução desses problemas, porém os resultados encontrados até o momento são inconclusivos. Objetivo: Analisar os parâmetros da marcha, a prevalência de quedas e o medo de cair em idosas ativas e sedentárias. Métodos: Trinta e cinco mulheres com idades entre 60 e 75 anos foram divididas em dois grupos: grupo sedentárias (GS), que não praticavam exercícios físicos regularmente no último ano e grupo ativas (GA), que praticavam exercício físico em um projeto de extensão de uma universidade pública, há pelo menos seis meses. Os dados referentes aos parâmetros espaço-temporais da marcha foram coletados por meio de um tapete (4,88 m) com sensores de pressão. As idosas caminharam sobre o tapete em duas condições experimentais: velocidade preferida e maior velocidade possível. Foram realizadas três tentativas em cada condição de forma aleatória, totalizando seis tentativas. As voluntárias também responderam dois questionários: questionário de Baecke, para avaliar a aptidão física, e questionário de quedas para avaliar a ocorrência e consequências das quedas. Resultados: A velocidade da marcha, a cadência, e o comprimento da passada foram significativamente maiores nas idosas ativas, enquanto o tempo em duplo suporte foi significativamente maior nas idosas sedentárias em ambas as condições analisadas. Além disso, as idosas ativas apresentaram menor prevalência de quedas (22%) e de medo de cair (22%) comparadas às idosas sedentárias (58% e 70%, respectivamente). Conclusão: A prática de exercícios físicos realizados de forma sistemática em programas de educação física para idosos parece ser uma estratégia interessante para minimizar os efeitos do processo de envelhecimento na marcha, no risco de quedas e no medo de cair em mulheres idosas.