Resumo

Os avanços tecnológicos têm favorecido mudanças no estilo de vida das pessoas e conduzido à uma diminuição progressiva da atividade física. No âmbito do transporte não é diferente, pois segundo dados do VIGITEL de 2009 até 2013 o número de ativos no deslocamento reduziu de 17% para 12,1%. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar o padrão de mobilidade urbana (transporte ativo e sedentário) entre os anos de 2008 a 2014 em adultos de Rio Claro-SP. Método: estudo de coorte realizado em 2008 e 2014 na cidade de Rio ClaroSP. Na primeira avaliação foram avaliados 1588 adultos de ambos os sexos e no segundo momento dos 1588 participantes avaliados inicialmente, 519 foram reavaliados no ano de 2014. Em ambos os momentos os participantes foram entrevistados sobre o nível socioeconômico e a prática de atividade física no domínio do deslocamento foram acessados pelo questionário da Associação Brasileira de Empresa de Pesquisa e International Physical Activity Questionnaire (versão longa), respectivamente. Como transporte ativo foi considerado deslocar-se a pé ou de bicicleta para ir de um lugar para o outro e transporte sedentário foi considerado o deslocamento de carro, moto, ônibus ou carroça. Os resultados são apresentados em porcentagem (%). Para comparar a diferença entre as proporções foi utilizado o intervalo de confiança para proporções de 95% utilizando o Excel. Resultados: foram coletados 519 sujeitos (55,2±16,1 anos) de ambos os sexos. Entre 2008 a 2014 a amostra estudada apresentou uma ascensão econômica (12,8%), aumentou o número de trabalhadores remunerados (3,9%), aumento no nível de escolaridade (2,8%) e aumento na posse de carro (10,3%). Para o padrão de mobilidade, o número de pessoas que eram ativas no deslocamento diminuiu significativamente, passando de 17,9% (IC95% = 14,6-21,2) para 9,8% (IC95%= 7,3-12,4). Porém, o número de pessoas que utilizam apenas transporte sedentário como meio de transporte não se diferiu entre os dois momentos (25,8%; IC95%=22,0-29,6 vs 32,6%; IC95%= 28,5-36,6). Conclusão: Esses resultados vão de encontro com o padrão observado nas capitais brasileiras, onde o número de pessoas que utilizam de transporte ativo também está diminuindo. Algumas suposições são os avanços tecnológicos, facilidade de compra de automóveis ou a falta de incentivo para o uso de transporte ativo. Como a atividade física independente do domínio (lazer, ocupacional, doméstico ou transporte) traz benefícios a saúde da população seria interessante novos olhares e políticas públicas para promoção do transporte ativo.

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