Padrão de Mobilidade Urbana de Adultos de Rio Claro-SP Entre 2008 e 2014: Estudo de Coorte
Por L. Campos (Autor), I. P. Teixeira (Autor), Priscila Missaki Nakamura (Autor), Eduardo Kokubun (Autor).
Resumo
Os avanços tecnológicos têm favorecido mudanças no estilo de vida das pessoas e conduzido à uma diminuição progressiva da atividade física. No âmbito do transporte não é diferente, pois segundo dados do VIGITEL de 2009 até 2013 o número de ativos no deslocamento reduziu de 17% para 12,1%. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi analisar o padrão de mobilidade urbana (transporte ativo e sedentário) entre os anos de 2008 a 2014 em adultos de Rio Claro-SP. Método: estudo de coorte realizado em 2008 e 2014 na cidade de Rio ClaroSP. Na primeira avaliação foram avaliados 1588 adultos de ambos os sexos e no segundo momento dos 1588 participantes avaliados inicialmente, 519 foram reavaliados no ano de 2014. Em ambos os momentos os participantes foram entrevistados sobre o nível socioeconômico e a prática de atividade física no domínio do deslocamento foram acessados pelo questionário da Associação Brasileira de Empresa de Pesquisa e International Physical Activity Questionnaire (versão longa), respectivamente. Como transporte ativo foi considerado deslocar-se a pé ou de bicicleta para ir de um lugar para o outro e transporte sedentário foi considerado o deslocamento de carro, moto, ônibus ou carroça. Os resultados são apresentados em porcentagem (%). Para comparar a diferença entre as proporções foi utilizado o intervalo de confiança para proporções de 95% utilizando o Excel. Resultados: foram coletados 519 sujeitos (55,2±16,1 anos) de ambos os sexos. Entre 2008 a 2014 a amostra estudada apresentou uma ascensão econômica (12,8%), aumentou o número de trabalhadores remunerados (3,9%), aumento no nível de escolaridade (2,8%) e aumento na posse de carro (10,3%). Para o padrão de mobilidade, o número de pessoas que eram ativas no deslocamento diminuiu significativamente, passando de 17,9% (IC95% = 14,6-21,2) para 9,8% (IC95%= 7,3-12,4). Porém, o número de pessoas que utilizam apenas transporte sedentário como meio de transporte não se diferiu entre os dois momentos (25,8%; IC95%=22,0-29,6 vs 32,6%; IC95%= 28,5-36,6). Conclusão: Esses resultados vão de encontro com o padrão observado nas capitais brasileiras, onde o número de pessoas que utilizam de transporte ativo também está diminuindo. Algumas suposições são os avanços tecnológicos, facilidade de compra de automóveis ou a falta de incentivo para o uso de transporte ativo. Como a atividade física independente do domínio (lazer, ocupacional, doméstico ou transporte) traz benefícios a saúde da população seria interessante novos olhares e políticas públicas para promoção do transporte ativo.