Resumo

A atividade física (AF) e o comportamento sedentário (CS) têm sido constantemente associados com desfechos a saúde, incluindo a mortalidade, onde um têm-se mostrado fator protetor para o risco de mortalidade e outro fator de risco, consequentemente causando modificações na sobrevida da população idosa. Entretanto, ainda existem lacunas científicas quanto as associações conjuntas destes comportamentos com a mortalidade, e se as associações ocorrem de maneira direta ou mediada por outros fatores do cotidiano. O presente trabalho possui três objetivos: 1) Examinar as associações da AF e do CS de forma isolada e combinada na mortalidade por todas as causas; 2) Estimar os efeitos hipotéticos da substituição do tempo de CS e AF no risco de mortalidade; 3) Avaliar as associações diretas e indiretas da AF e do CS com o tempo de sobrevida. Este estudo, trata-se de uma coorte prospectiva de base populacional com seguimento de cinco anos (2015 - 2020), realizado com idosos com idade ≥ 60 anos, de ambos os sexos. Os dois primeiros estudos foram constituídos por 332 idosos (59 óbitos e 273 vivos), e o terceiro estudo foi composto por 319 idosos (54 óbitos e 265 vivos). Os idosos na baseline do estudo responderam a um questionário estruturado em formado de entrevista, contendo informações sociodemográficas, de saúde e comportamentais e teste de desempenho físico. A AF e o CS foram avaliados pelo Questionário Internacional de Atividade Física. Os idosos foram dicotomizados em suficientemente ativo e insuficientemente ativo, e com baixo CS ou elevado, sendo construídas ainda quatro combinações segundo a AF e o CS. Foram utilizadas três técnicas de análise para cada objetivo, para os dois iniciais foi aplicado a regressão de riscos proporcionais de Cox, acrescendo o segundo da modelagem de substituição isotemporal para testar mudanças comportamentais hipotéticas, em ambos houve a complementação do intervalo de confiança de 95% e estimativa de hazard ratio. Para responder ao terceiro objetivo, foi utilizada a path analysis, sendo criados diagramas de trajetória para representar o modelo inicial hipotético e o modelo final do presente estudo. Quanto ao primeiro objetivo foi identificado que ser insuficientemente ativo é fator de risco para a mortalidade, entretanto, o tempo de CS não demonstrou associações com o desfecho. Ao observar as combinações, os participantes insuficientemente ativos e com elevado tempo de CS apresentaram maiores chances de mortalidade, sendo o CS um potencializados do risco. No segundo objetivo foi identificado redução do risco de mortalidade ao realocar o tempo de CS por AF, variando em reduções entre 10% a 46% no risco de mortalidade. Quanto ao objetivo três, foi encontrada que AF apresenta associações indiretas com o tempo de sobrevida, sendo mediada pelas atividades instrumentais da vida diária (AIVD) e pelo desempenho funcional, já o tempo de CS foi mediado por AIVD, SPPB, número de hospitalizações e medicamentos para o tempo de sobrevida. O modelo explica o tempo de sobrevida em 19%. Este estudo demonstra que AF e o CS apresentam associações com o risco de mortalidade. Entretanto essas associações podem estar sendo mediadas por outros fatores

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