Resumo

O objetivo desta Tese foi investigar a associação entre os padrões de movimentos e o risco de leões musculoesqueléticas. As lesões musculoesqueléticas são bastante incidentes em vários tipos de exercícios físicos, podendo causar o afastamento temporário ou permanente das funções esportivas ou laborais. Programas de prevenção de lesões podem agir nos fatores de risco (FR) modificáveis, o que motivou a realização do primeiro estudo, uma revisão sistemática, que apontou diversos FR, porém idade, lesão prévia, índice de massa corporal e desempenho em testes de corrida foram os mais importantes. Entretanto, certos padrões de movimento foram apontados como potenciais FR, o que motivou a realização do segundo estudo, uma revisão sistemática que avaliou se os padrões de movimentos podem ser utilizados para a predição de lesões. Verificou-se a ausência de estudos com a Avaliação Dinâmica do Movimento (DMA) e que o Functional Movement Screening (FMS) parece ser um método preditor de lesões, porém não foi possível realizar um resultado quantitativo. Desta forma, foi realizado o terceiro estudo, que avaliou se o escore do FMS está associado a uma maior incidência de lesões. Indivíduos atletas ou militares com alto risco apresentaram um maior risco 51% maior de desenvolverem lesões. Entretanto, houve uma alta inconsistência entre os estudos, possivelmente proveniente das diferentes definições de lesões adotadas. Posteriormente, com o intuito de avaliar se um único teste funcional pode ser considerado um preditor de lesões, foram pesquisados estudos de coorte que investigaram a associação entre os testes individuais da DMS e do FMS com lesões, porém só foram encontrados estudos com o teste de agachamento profundo (TAP), o que deu origem ao quarto estudo, uma revisão sistemática que avaliou a associação entre o TAP e lesões musculoesqueléticas. O TAP parece ser associado com um maior risco de lesões, porém os estudos incluídos apresentaram diversas limitações metodológicas. Como os padrões de movimento que tem sido apontados como potenciais fatores de risco de lesões são detectados principalmente em testes com apoio unilateral (salto e agachamento), optou-se por avaliar a concordância e a associação entre a DMA e o risco de lesões, dando origem ao quinto e sexto estudo, respectivamente. Verificouse que o escore em pontos da DMA possui uma boa confiabilidade intra e inter-avaliadores boa e excelente respectivamente, porém ao avaliar a classificação de risco (alto, moderado, médio ou mínimo), a concordância variou de ausente a moderada. No sexto estudo, um estudo de coorte prospectivo avaliou a associação entre diferentes FR e lesões musculoesqueléticas em militares na primeira semana da carreira militar. Uma análise de regressão logística verificou que a procedência (ensino médio civil ou militar) e o histórico de dor ou desconforto musculoesquelético aumentam a chance de lesões. Indivíduos com piores escores na avaliação dos padrões de movimento não apresentaram diferença na chance de lesões. Finalmente, considerando-se o impacto do condicionamento físico no risco de lesões, o sétimo e último estudo investigou os efeitos dos programas de prevenção no risco de lesões. Ao contrário de estudos prévios com atletas, uma metanálise de 14 estudos experimentais mostrou que os programas atualmente existentes não reduzem o risco de lesões em militares.


 

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