Resumo

Introdução: O objetivo dos atletas é realizar o movimento biomecanicamente perfeito, com o menor gasto calórico. Avaliações das capacidades físicas e fisiológicas são utilizadas há muito tempo e tem por finalidade disponibilizar aos treinadores informações necessárias na elaboração de treinos cada vez mais específicos. O tempo de reação (TR) é parte do conjunto das capacidades coordenativas que caracterizam o processo de aprendizagem sensório-motor e controle dos movimentos e é a medida de desempenho mais utilizada para mensurar, avaliar e comparar o desempenho do movimento humano (WEINECK, 1983). Entretanto, os modelos metodológicos utilizados esbarram, na sua grande maioria, na falta de padronização. Os testes que se propõem a mensurar o TR devem desconsiderar ou minimizar a participação do movimento realizado pelo membro que irá proporcionar a leitura do tempo de reação, e garantir que o tempo de processamento do equipamento utilizado não seja incorporado no tempo que representa a variável. Objetivo: Este estudo tem como objetivo propor um protocolo para testar a variável tempo de reação embasado nos critérios de objetividade, reprodutibilidade e validade. Material e métodos: Participaram deste estudo 733 indivíduos sadios com idades entre 6 e 83 anos, sendo 278 indivíduos do sexo feminino e 455 do sexo masculino, representando 38% e 62% da amostra, respectivamente, e distribuídos em cinco grupos com base na classificação cronológica proposta por Gallahue (1999). Foi realizada avaliação antropométrica (peso, estatura e percentual de gordura corporal) em todos os participantes para caracterização da amostra e, posteriormente, todos foram submetidos ao protocolo de avaliação do tempo de reação em dois momentos distintos com intervalo de uma semana. O método consistiuem um aquecimento padronizado de cinco movimentos coordenativos e orientado sem um espaço de 10 metros; posteriormente os indivíduos foram posicionados a uma distância de três metros do equipamento, na posição em pé, e após o estímulo o tempo de reação era medido a partir da movimentação do calcanhar. O equipamento utilizado tinha dedicação exclusiva à rotina de mensuração do TR, garantindo que o tempo de reação não sofresse interferência do tempo de processamento do equipamento. Resultados: O protocolo apresentou boa reprodutibilidade tendo havido forte correlação com CCI > 0,8 nos grupos, com exceção do G3 (idade entre 20 e 40 anos) que apresentou correlação moderada com CCI 0,6-0,8. O método de avaliação do TR apresentou validade, conforme demonstrada pelos critérios de validade aparente, baseada nos conceitos teóricos do TR e validade de constructo, mostrada na diferença estatisticamente significativa apresentada entre G3 (idade entre 20 e 40 anos) e G5 (idade acima de 60 anos). Conclusão: Concluímos que o protocolo proposto de um método com dedicação exclusiva de medição do tempo de reação com maior acurácia alcançou o seu propósito, apresentando reprodutibilidade e validade. Entretanto, são necessários mais estudos para que se possa entender melhor o comportamento da variável durante as diferentes fases da vida. 

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