Resumo

Introdução: a canoagem slalom é um esporte olímpico desde de 1992 e que cresce a cada ano no mundo todo. No entanto, poucas informações científicas têm sido encontradas na literatura, sobretudo, em relação a avaliação fisiológica e treinamento. Objetivo: padronizar testes específicos em remada atada e livre para avaliação da aptidão aeróbia de canoístas slalom de elite e verificar a correlação dos índices de aptidão aeróbia fornecidos pelos testes com o desempenho em prova simulada. Métodos: a amostra foi composta por 12 atletas pertencentes a Seleção Brasileira Permanente de Canoagem Slalom com idade média 18 ± 2 anos. Os testes de canoagem atada foram realizados com o auxílio de um aparato denominado Sistema de Medição de Força Atado (SIMFA), composto por célula de carga e módulo amplificador de sinais. Todas as avaliações foram realizadas em piscina de 25m e sob caiaque modelo K1. A máxima fase estável de lactato (MFEL) atada foi determinada a partir de três intensidades que variaram de 35,5N à 70,3N. Para a obtenção da força crítica (FC) foram utilizadas quatro cargas preditivas e ajustes matemáticos hiperbólico (FChiper) e linear (FClin). As avaliações em remada livre (velocidade crítica (VC) e MFEL) foram realizadas em lagoa. A VC foi obtida pelo modelo "distância vc. tempo" utilizando desempenhos máximos nas distâncias de 300, 450 e 600 metros. Para determinar a iMFEL os atletas foram submetidos a três testes contínuos com duração de 30 min, separados por intervalo de 24 horas entre eles, realizados em sistema de vai e vem na distância de 50 metros. Como indicador de desempenho adotou-se o tempo em prova simulada de canoagem slalom (TP), executada em canal artificial. Em adição o lactato sanguíneo (LACsang) pós prova foi mensurado. Resultados: os principais resultados das avaliações atadas, indicam não haver diferença entre a iMFEL e FChiper e entre FChiper e FClin, no entanto, a FClin foi significantemente maior que iMFEL. A FChiper foi altamente correlacionada com iMFEL (r= 0,78, p=0,002), bem como iMFEL foi correlacionada com desempenho (r = -0,67, p=0,016). Em relação as avaliações livres os resultados revelaram não haver diferença significativa entre a intensidade de VC (7,77 ± 0,28 Km/h) e iMFEL (7,50 ± 0,32), além disso, correlação significativa foi encontrada entre a intensidade de VC e desempenho em prova simulada (r= 0,84, p=0,03). Conclusões: em relação as avaliações atadas, foi possível padronizar testes atados para avaliação aeróbia de canoístas slalom, utilizando as metodologias de MFEL e FC, e também a possibilidade de utilizar o parâmetro aeróbio obtido pelo modelo de FC como uma avaliação não invasiva para estimar a MFEL. Já em relação as avaliações livres a VC obtida pelo modelo distância-tempo é válida para estimar a iMFEL em canoístas slalom de elite, além de se correlaciona com o desempenho em prova simulada.

Acessar