Papel da aptidão cardiorrespiratória na relação entre obesidade, amamentação, prematuridade e peso ao nascer em escolares
Por Letícia de Borba Schneiders (Autor), Brenda Lamb de Saibro (Autor), Rafaela Cavalheiro do Espírito Santo (Autor), Anelise Reis Gaya (Autor).
Em XIX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Diversos fatores associam-se ao excesso de peso, alguns deles evidenciados ainda na infância ou até mesmo no nascimento. A aptidão cardiorrespiratória (APCR) é um importante indicador de saúde, que em condição adequada pode reduzir riscos de complicações de saúde. Objetivo: Avaliar as relações do excesso de peso com o peso ao nascer, prematuridade e aleitamento materno em escolares de acordo com a APCR. Metodologia: Estudo transversal, com 1874 escolares, de 6 a 17 anos de idade do sul do Brasil. O sexo, idade, peso ao nascer, prematuridade e aleitamento materno foram obtidos por meio de questionário respondidos pelos pais. O estágio maturacional foi avaliado pelo estagiamento de Tanner. O excesso de peso foi classificado considerando os pontos de corte da Organização Mundial da Saúde pelo índice de massa corporal (IMC) calculado pela razão peso(kg)/estatura2(m) e após recategorizado em duas categorias (1-baixo peso/normal; 2-sobrepeso/obesidade). A APCR foi avaliada através do teste de seis minutos pelo protocolo do Projeto Esporte Brasil (PROESP-Br) e categorizada em zona de risco a saúde e zona saudável. Para analisar as relações entre os fatores de risco isolados e agrupados com o excesso de peso de acordo com a APCR, aplicou-se regressão de Poisson, com razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança de 95%, sendo diferenças significativas para p<0,05. As análises foram realizadas no programa SPSS v.23.0. Resultados: Associação de risco para excesso de peso foi encontrada nos escolares em zona de risco a saúde para APCR, sendo ela o peso ao nascer inadequado agrupado com o aleitamento materno (RP=1,066; IC=1,013-1,126; p=0,015). Já para os escolares em zona saudável para APCR as associações foram de caráter protetor, o peso ao nascer inadequado (RP=0,934; IC=0,888-0,982; p=0,008), peso ao nascer adequado agrupado ao uso de fórmula (RP=0,927; IC=0,875-0,983; p=0,011) e o peso ao nascer inadequado agrupado a não prematuridade (RP=0,925; IC=0,874-0,978; p=0,006). Conclusões: A APCR parece exercer um papel protetivo para as relações de risco ao excesso de peso para o peso ao nascer adequado mas com o uso de fórmula como meio de alimentação, para peso ao nascer inadequado isolado e também agrupado a não prematuridade.