Resumo

O desequilíbrio entre o excesso de exercício físico e o período adequado de recuperação está associado com sinais de hipertrofia cardíaca patológica, diminuição da fosforilação da proteína AMP-activated protein kinase (AMPK) no resíduo tirosina 172, e aumento das concentrações de interleucina-6 (IL6) no soro e tecido cardíaco de camundongos. Sabe-se que o aumento da IL6 é capaz de inibir o processo de autofagia, cuja ativação é considerada um alvo terapêutico promissor para a prevenção e o tratamento de doenças cardiovasculares. Nesse sentido, o objetivo foi investigar o papel da IL6 nas respostas da via da autofagia no coração de camundongos submetidos ao exercício físico agudo exaustivo. Para tanto, camundongos wild-type C57BL/6J (WT) e knockout de IL6 (IL6KO) foram submetidos a um protocolo de exercício físico agudo exaustivo. Amostras de soro e do músculo cardíaco foram coletadas no tempo basal, 1h e 3h após o protocolo de exercício físico exaustivo. Os parâmetros funcionais, séricos e moleculares foram analisados pelo ecocardiograma, fluxo autofágico, além das técnicas de Real time-RTqPCR e immunoblotting. De acordo com a distribuição estatística dos dados, foram utilizados testes paramétricos ou não paramétricos para a análise dos resultados, sendo adotado o nível de significância de p≤0, 05. Foi observado nos camundongos knockout de IL6, menor tolerância ao exercício físico (p=0,003), maior consumo de oxigênio no estado basal (p=0,001), e três horas após a sessão de exercício os níveis de mRNA de Mtco1, Mtnd1 e Nampt foram menores (p=0,001; p=0,002; p=0,005). Portanto, a IL6 parece ter importante papel no desempenho físico e consumo de oxigênio, porém não foi observado nenhuma alteração no fluxo autofágico em resposta ao exercício.

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