Resumo

A hipertensão arterial (HA), associa-se à importantes alterações estruturais, funcionais e moleculares no coração, dentre elas, a hipertrofia cardíaca (HC) do tipo patológica. Por outro lado, o treinamento físico (TF) aeróbico está associado às adaptações cardiovasculares benéficas, incluindo a HC fisiológica. Portanto, o TF têm sido investigadoe utilizadocomo uma importante ferramenta terapêutica não-farmacológica tanto para tratamento quanto prevenção nas doenças cardíacas. O sulfeto de hidrogênio (H2S), o mais recente gasotransmissor reconhecido, é produzido endogenamente nos tecidos, sendo a cistationina-gama liase (CSE), a principal enzima responsável pela sua síntese no coração, exercendo papel cardioprotetor no sistema cardiovascular. Recentes evidências demonstram que os efeitos protetores do H2S podem ser mediados pelos microRNAS (miRNAS) e vice-versa. Os miRNAs são uma nova classe de moléculas reguladoras de RNAs, conservados e não codificadores de proteína, e estão emergindo como potenciais alvos terapêuticos para as doenças cardiovasculares. Está bem estabelecido que os miRNAs são dinamicamente regulados pelo exercício físico. Neste sentido, publicações de nosso grupo de pesquisa já mostraram que dois protocolos de TF em natação (5x semana/10 semanas), promovem HC fisiológica no VE de ratas normotensas, a qual foi associada à melhora da função cardíaca. Os dois protocolos de treinamento (P1 e P2), diferem-se somente pelo volume, sendo o P1 de menor volume e o P2, maior volume de treino. Dados prévios de micro-array (ainda não publicados) do nosso laboratório, realizados no VE destas ratas, mostrou uma pronunciada redução na expressão do miRNA-34c-3p nos grupos treinados, em comparação ao grupo controle, o que motivou o nosso estudo. Portanto, a proposta deste estudo treinamento físico aeróbico exerce seus efeitos benéficos e terapêuticos, por meio de regulação do eixo CSE/H2S/miR-34c-3p no coração, tanto em modelo de ratas saudáveis, como em modelo de ratos espontaneamente hipertensos (SHR). Para isso, este estudo foi dividido em duas etapas, onde na 1a etapa serão utilizadas ratas normotensas Wistar (10 semanas de vida) submetidas aos protocolos de TF aeróbico e no segundo utilizamos o modelo de ratos SHR que foram submetidos ao mesmo protocolo experimental.

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