Para Não Dizer Que Não Falei de Isabel

Sei que muita gente vai falar da Isabel agora, mas eu também tenho que falar, porque preciso preencher a falta que sinto dela, a falta que o esporte sente dela, a falta que o Brasil sente dela, com um pouquinho de palavras, palavras que lembrem a pessoa doce que ela era, a pessoa corajosa que ela era, a pessoa forte que ela era, a pessoa mulher que ela era.

Pessoas como a Isabel fazem muita falta no esporte, porque o esporte, no Brasil e em boa parte do mundo, há muito tornou-se, não só reduto do autoritarismo, mas reserva especial desse autoritarismo, de onde saem muitas das propagandas do reacionarismo cavernoso de nossa política. Não se pode misturar política com esporte, diziam a Isabel, dizem a mim, dizem a Ana Moser, mas quando é para enaltecer os reacionários, os extremistas da direita, pode.

A Isabel faz falta para os amigos, para os esportistas do bem, para a sociedade brasileira, e faz falta a este país termos muitas Isabéis, muitas Ana Mosers, para preencher esse vazio de ideias, esse campo político estéril que é o esporte brasileiro.

Viva para sempre em nossa lembrança doce e forte Isabel!