Integra
Amigos:
Em princípio, minha resposta “sincera e educada” (*) é não sei! Mas uma coisa eu sei: fecho, com este texto a “trilogia da afetividade e da efetividade”, título do blog que escrevi na semana passada.
Embora no decorrer das últimas três décadas temos convivido com pensamentos diferentes e, muitas vezes, antagônicos dentro do campo do lazer no Brasil, nunca faltou a “afetividade” entre nós e o ENAREL sempre foi um tempo/espaço, digamos, dessa “celebração das diferenças”!
Depois de estar “visceralmente” envolvido na realização das primeiras edições do ENAREL, por inúmeros fatores, me afastei de algumas edições, mas sempre me mantive informado sobre o seu desenrolar ao longo dos anos.
O pouco que vivenciei na última edição do ENAREL, realizado em Atibaia/SP no mês passado, e o resultado da eleição dos dois próximos locais para 2011 e 2012 (Avaré/SP, num eco-resort, sob a liderança entusiástica do Prof. Luiz Fernando e em São Luiz/MA, com a forte e competente liderança do Prof. Leopoldo, respectivamente), me inspiraram a considerar a evolução recente do ENAREL, quando grupos de interesses distintos conquistaram seus espaços nesse evento – gestores municipais, animadores sócio-culturais, pesquisadores, docentes de recreação e lazer, entre outros.
Aqui cabe um parêntesis sobre a “missão” que elegi para este blog: “gestão do lazer”. Não se faz gestão se o passado histórico não for considerado e o diagnóstico da situação presente não for mapeado, visando projetar as tendências futuras. Isso se chama VISÃO ESTRATÉGICA no campo da gestão.
Foi pensando nessas premissas de “passado/presente/futuro” que busquei identificar uma ferramenta gerencial amplamente utilizada, especialmente na iniciativa privada, mas com crescimento exponencial dentro do setor público e no chamado “terceiro setor” que pudesse nos auxiliar, sem ser pretensioso, numa “reinvenção” do ENAREL. Essa ferramenta chama-se Planejamento Estratégico (PE).
Creio ter chegado (ou passado da…) hora de identificar qual é o “DNA” do ENAREL, ou seja, a razão da sua existência, que em PE denominamos por MISSÃO. Isso feito será necessário estabelecer qual a VISÃO que temos desse grande acontecimento “acadêmico-vivencial”, ou para utilizar uma máxima tão em voga, “o que queremos ser quando crescer”. Para ser ainda mais objetivo, num prazo de cinco anos, de onde estamos, para onde desejamos chegar.
Na seqüência, um exercício fundamental para avançarmos nessa proposta: quais são os VALORES que nortearão essa iniciativa.
Somente então, com esse “pano de fundo” paradigmático e conceitual é que poderemos identificar os chamados “fatores críticos de sucesso”, ou seja, os indicadores essenciais que possam ser avaliados objetivamente como os resultados dessa ação ao longo do tempo.
A partir daí só nos resta uma coisa: eleger os projetos prioritários para atingirmos aquilo que identificamos como a nossa missão. Fundamental que esses projetos prioritários tenham uma coordenação e prazo de entrega, caso contrário, como é tão comum acontecer, esse riquíssimo processo de participação coletiva transforma o planejamento estratégico numa “carta de intenções”, frustrando todos que dele participam.
Numa outra ocasião pretendo voltar a esse assunto para explicitar “o como” eu acredito que todo esse processo pode ser desenvolvido.
Ao encerrar mais um texto, aproveito a ocasião para desejar a todos um natal de paz e luz e que em 2011 possamos continuar transformando nossos sonhos em realidade e nos esforcemos, cada vez mais, em unir a “afetividade” com a “efetividade”.
Voltarei em 2011!
Forte abraço.
Bramante
(*) Ah, ia me esquecendo… Nunca me esqueço “da resposta educada e/ou sincera” frente a uma pergunta, que aprendi com a minha querida amiga Susana Tostes, lá de Brasília, também uma das “pioneiras” do ENAREL!