Resumo

O artigo parte da consideração de que não é somente o capital cultural e o capital escolar que estão em jogo no processo de escolarização. As práticas de socialização das famílias implicadas podem estar em consonância ou em dissonância com a lógica que organiza o cotidiano da escola, favorecendo ou não seu trabalho. A escola é um lugar de confrontação de modos de socialização divergentes, sendo o seu próprio modo de socialização - o modo de socialização escolar - considerado hegemônico. Analisa como fonte das dificuldades escolares de filhos de camadas populares tensões, contradições entre as lógicas da escola e as lógicas de suas famílias. Discute os confrontos entre o modo de exercer autoridade, o modo de comunicação, a relação com o tempo e o sentido da escolarização, como casos em que as lógicas de socialização naqueles dois espaços se opõem. Mostra que é preciso buscar nos confrontos entre lógicas populares e lógicas escolares as fontes das dificuldades particulares da escola e do ensino nos bairros populares.

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