Resumo

Esta Dissertação resulta de uma investigação que tem por objeto de estudo os Jogos Paraolímpicos, entendendo-os como articulados a políticas de inclusão. Como desdobramento dessa investigação, também foi possível problematizar os processos de inclusão e exclusão como uma unidade e perceber as relações de imanência entre os discursos sobre Paraolimpíadas e inclusão e seus efeitos sobre sujeitos que possuem relação com esses significados. Para realizar essa análise, vali-me das ferramentas teórico-metodológicas dos Estudos Foucaultianos. Primeiramente, fiz um breve apanhado da história dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paraolímpicos, procurando identificar como foram constituídos os discursos sobre cada uma dessas competições que são reforçados e divulgados atualmente pela mídia. Após, articulei o discurso da perfeição – atrelado às Olimpíadas – e o discurso da superação – atribuído às Paraolimpíadas – a conceitos desenvolvidos por Michel Foucault, como norma, anormal, normalização e normatização. A partir disso, analisei como esses discursos governam os corpos dos atletas, ao mesmo tempo em que pude perceber as Paraolimpíadas como uma estratégia biopolítica para incluir os sujeitos nas normas da governamentalidade neoliberal. Finalizei a investigação utilizando a metodologia de grupos focais para buscar compreender como esses discursos atuam sobre alunos com deficiência que participam de atividades paradesportivas numa escola inclusiva. Como um dos principais apontamentos resultantes desta pesquisa, percebo que os discursos constituídos sobre a condição de ser olímpico ou de ser paraolímpico designam quem são os normais e quem são os anormais, governando seus corpos em operações de inclusão e exclusão. Além disso, confirmo que entendo os Jogos Paraolímpicos como uma estratégia de inclusão para colocar as pessoas com deficiência dentro das normas da governamentalidade neoliberal.  

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