Resumo

Nas últimas décadas temos acompanhado um novo paradigma no que concerne a inserção das pessoas com deficiência na sociedade, o da inclusão. Pautado não mais na defesa da adequação do sujeito à sociedade, mas sim da sociedade às condições das pessoas com deficiência, entende-se que todas e quaisquer tipos de barreiras necessitam ser eliminadas a fim de promover a inclusão desta população nas diversas atividades cotidianas. Considerando que o lazer se constitui uma importante atividade da vida humana, o presente estudo teve por objetivo analisar a in(ex)clusão de pessoas com deficiência física e visual nas políticas de lazer dos parques esportivos de Campo Grande/MS. Especificamente, buscamos avaliar o nível de acessibilidade arquitetônica, programática e metodológica. O estudo se caracterizou como descritivo/exploratório e foi desenvolvido em seis parques esportivos em Campo Grande/MS. Ainda, integraram o estudo os coordenadores dos projetos desenvolvidos nos parques. A acessibilidade arquitetônica foi avaliada através da análise morfológica dos espaços físicos, utilizando como técnica a observação direta das dependências dos parques esportivos (passeio público, acesso, circulação horizontal, circulação vertical, portas, sanitários, estacionamento, espaços esportivos, mobiliários, dentre outros). Por sua vez, a acessibilidade metodológica e programática foram analisadas por intermédio da avaliação dos programas desenvolvidos e população atendida, adotando como técnica de pesquisa a entrevista estruturada. Os resultados indicam que, com exceção de dois estacionamentos (Nações Indígenas), uma das vias de circulação horizontal interna (Jaques da Luz, Airton Senna, Ecológico do Sóter e Tarsila do Amaral) e complexos poliesportivos (Jaques da Luz, Airton Senna e Tarsila do Amaral), todos os demais elementos analisados se encontram inacessíveis às pessoas com deficiência física e visual. Conclui-se que todos os parques analisados, devido a inacessibilidade arquitetônica e inexpressível fomento a acessibilidade programática e metodológica, se constituem palco de exclusão das pessoas com deficiência física e visual.

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