Resumo

Introdução e objectivos: A dança surgiu há muitos séculos atrás quando os homens primitivos ainda buscavam seus primeiros movimentos na natureza. Nesta época já expressavam seus sentimentos e emoções através de formas simples e elementares do movimento. Por ser uma arte presente em todos os lugares, consegue atingir diversos tipos de pessoas e classes sociais e assim, ao longo de sua história, apresentou-se como uma arte contagiante, que expressa emoções, desejos, interesses, sonhos ou realidade levando os bailarinos a mostrarem toda sua sensi-bilidade quando a interpretam. Quando se trata do aspecto sen-sibilidade, a dança passa a ser alvo de muitos preconceitos, levando ao afastamento de bailarinos do gênero masculino. Este preconceito talvez possa ser explicado em razão da errô-nea interpretação que a sociedade faz sobre o sentido da socie-dade, com uma característica essencialmente feminina, e jamais masculina. Porém, a dança, em sua conotação mais ampla, é considerada como uma arte válida tanto para os homens, quan-to para as mulheres. O homem que dança e consegue ultrapas-sar as barreiras e os preconceitos que a sociedade lhe impõe, alcança um equilíbrio corporal, psíquico, de modo a sentir ple-namente seu corpo, passando a utilizá-lo através de expressões de sentimentos e emoções. Deste modo o objetivo do estudo proposto foi de verificar se os bailarinos do gênero masculino, de grupos de dança de nível amador, do Vale do Aço-MG, sofrem preconceito por praticarem dança. Material e métodos:A amostra foi, então, constituída por 40 bailarinos destes grupos, na faixa etária de 20 a 30 anos. Como instrumento foi elaborado um questionário, constituído por 11 questões utilizando-se uma escala do tipo Likert. Os dados obtidos foram analisados através do software SPSS, sendo que os relativos à freqüência permitiram visualizar as tendências de respostas de cada uma das questões. Principais resultados e conclusões: Quanto ao estilo de dança, observou-se que 45% dos entrevistados praticam dança de rua. O principal motivo que os levou a prática da dança, foi por pura vocação à arte, com 60% das opiniões. Em relação ao grau de satisfação, 60% dos bailarinos estão totalmente satisfeitos e praticam dança por um período de 1 a 5 anos. Observou-se que 40% dos entrevistados possuem o total apoio de suas famílias para a prática desta forma artística e 35% não possuem. Na questão do preconceito envolvendo os bailarinos, observou-se que 75% são discriminados e o tipo de preconceito mais sofri-do por eles é em relação a sua sexualidade. De acordo com os bailarinos entrevistados, 45% acreditam ser mais discriminados por pessoas que não praticam dança. Em relação à sociedade, 67,5% dos entrevistados acreditam que ela é a principal contri-buinte para este tipo de preconceito. Com base nos estudos realizados, pode-se constatar que o preconceito sofrido por bai-larinos do gênero masculino é um fato significativo na dança, concluindo assim a relevância de buscar uma maior valorização do homem através da dança e perante a sociedade.