Participação em esportes na infância e adolescência e fatores de risco à saúde na idade adulta
Por Mariana Biagi Batista (Autor), Catiana Leila Possamai Romanzini (Autor), Cynthia Correa Lopes Barbosa (Autor), Gabriela Blasquez Shigaki (Autor), Enio Ricardo Vaz Ronque (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
As doenças crônicas não transmissíveis estão entre as principais causas de mortalidade prematura em adultos no mundo, configurando-se em um grave problema de saúde pública na atualidade. Pesquisas têm identificado que fatores de risco individuais estão diretamente ligados a esses eventos de morbidade e mortalidade. OBJETIVO: Verificar a relação entre a participação em esportes (PE) na infância e adolescência e fatores de risco à saúde na idade adulta. MÉTODOS: Participaram do estudo 123 adultos jovens (61 homens) com idades entre 18 e 25 anos. Medidas antropométricas de massa corporal (kg), estatura (m) e circunferência de cintura (CC; cm) foram coletadas, e posteriormente, calculado o índice de massa corporal (IMC; kg/m2 ). A adiposidade corporal foi avaliada pela técnica de absortometria radiológica de dupla energia, com estimativa do percentual de gordura corporal (%GC) determinada por exame de corpo inteiro. Como indicador da aptidão cardiorrespiratória, os adultos realizaram o teste de corrida vai-e-vem de 20 metros, e para a estimativa do consumo de oxigênio de pico (VO2; ml/kg/min), foi utilizada a equação proposta por Léger et al. (1989). A pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), em repouso, foi aferida utilizandose aparelho digital da marca OMRON modelo HEM-742. Foram considerados como fatores de risco à saúde: IMC; CC; VO2; PAS e PAD. As informações referentes ao indicador de PE no período da infância e adolescência foram obtidas por um instrumento retrospectivo (FERNANDES; ZANESCO, 2010). RESULTADOS: As comparações entre as características descritivas e variáveis de fatores de risco à saúde, de acordo com a PE na juventude demonstraram que, considerando a PE na infância, aqueles que relataram PE têm menor idade (anos) (22,26 ± 1,65 vs. 23,10 ± 1,40; P=0,010), menor %GC (27,37 ± 9,96 vs. 34,34 ± 8,81; P=0,001) e maior valor no indicador de aptidão cardiorrespiratória - VO2 (ml/kg/min) (40,94 ± 7,14 vs. 35,21 ± 6,41; P<0,001). Em adição, ao analisar a PE na adolescência, a única diferença estatisticamente significante identificada foi para o VO2, com maior valor novamente verificado para o grupo que relatou praticar esportes nessa fase da vida (40,83 ± 7,31 vs. 35,46 ± 5,82; P<0,001). CONCLUSÃO: Adultos de ambos os sexos que relataram PE na juventude, apresentaram melhores indicadores de adiposidade corporal e VO2, o que pode levar a redução dos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis.