Participação em Hidroginástica, Crenças de Auto-eficácia e Satisfação com a Vida em Mulheres de 50 a 70 Anos
Por Roosevelt Leão Júnior (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O conhecimento sobre as relações entre atividades físicas de baixo impacto, praticadas
por indivíduos sedentários e a melhoria do bem-estar físico, psicológico, mediado
pelo senso de auto-eficácia física e na memória é útil à teorização sobre os
determinantes do bem-estar psicológico em pessoas mais velhas. Objetivos: 1)
Caracterizar os efeitos da prática regular de exercícios físicos de baixo impacto,
administrados num programa de hidroginástica, sobre o senso de auto-eficácia física
e na memória em mulheres de meia idade e idosas; 2) Investigar as relações entre
alterações no senso de auto-eficácia física e intelectual, e no bem-estar físico e
psicológico associadas à participação no programa. Participaram 40 mulheres, idade
entre 52 e 79 anos, iniciantes num programa de hidroginástica mínimo uma vez por
semana, durante 30 minutos. Instrumentos: 1) Ficha de informações sóciodemográficas; 2) Escala de auto-eficácia física; 3) Questionário de auto-eficácia em
memória; 4) Escala para Medida de Satisfação de Vida. Coleta de dados, em duas
etapas: uma no início do programa (pré-teste), depois de 4 meses, nova aplicação
dos instrumentos (pós-teste) para comparação das crenças de auto-eficácia física e
na memória, e a satisfação com a vida antes e depois do programa de hidroginástica.
A análise estatística mostrou melhora na pontuação nas escalas de auto-eficácia
física global, de auto-eficácia em capacidade física, de satisfação em relação à saúde
e de satisfação com a capacidade física. Tanto no pré-teste quanto no pós-teste os
indivíduos que apresentaram elevada crença de auto-eficácia nas suas capacidades
físicas como um todo, apresentaram também elevada satisfação com a sua saúde
mental, e os que apresentaram elevado senso de auto-eficácia no domínio capacidades
físicas apresentaram elevados índices de satisfação com a vida nos domínios saúde,
capacidade física, saúde mental. Em todas variáveis medidas, as participantes
pontuaram acima do ponto médio das escalas, indicando que, no grupo, havia
predominância de avaliações positivas. Os dados sugerem que há uma relação forte
entre crenças de auto-eficácia, satisfação com a vida e a prática regular de atividade
física, embora seja difícil apontar a direção causal dessas relações. A atividade física
na vida dos idosos permite percepções positivas sobre ele mesmo, sua auto-estima,
sua auto-imagem, sua auto-eficácia, podendo ser uma estratégia adaptativa às
mudanças inerentes ao processo de envelhecimento.