Pedagogia do Esporte: Transformações Históricas na Metodologia de Ensino do Futebol e do Futsal
Por Everton de Albuquerque Cavalcanti (Autor).
Em XV Congresso de História do Esporte, Lazer e Educação Física - CHELEF
Resumo
: Durante o tecnicismo, os esportes coletivos eram ensinados com referência metodológica ao treinamento de alto rendimento, visto que a formação profissional tinha um viés técnico que se reproduzia metodologicamente nos diferentes espaços de prática esportiva (CASTELLANI FILHO, 1988). Atualmente, alguns profissionais ainda têm essa referência e pautam suas aulas pelo método parcial, que visa ensinar a prática dos esportes de acordo com as partes segmentadas. Esse método acredita que indivíduos com pouco domínio motor sobre o gesto técnico de uma determinada modalidade possam ter êxito com um acompanhamento próximo do docente no desenvolvimento das tarefas. Porém, essa ideia de ensino ignora a relevância da motivação para aprendizagem, implícita na ludicidade do jogo propriamente dito (DARIDO, 2015). Nesse trabalho buscamos referências contemporâneas na discussão do fenômeno esportivo e pretendemos apresentar novas formas de ensinar o futebol e o futsal em ambientes educacionais, localizando historicamente essas metodologias que tem transformado as bases pedagógicas para a iniciação esportiva. Nossa pesquisa se trata de uma revisão bibliográfica exploratória, tendo como principais bases teóricas as concepções de Freire (2011), Kroger e Roth (2005) e Santana (2008). Nas ideias de Freire (2011) apresentamos a pedagogia do futebol que redefine a abordagem das brincadeiras praticadas na rua, utilizando-as no ambiente educacional com o trato pedagógico docente que vai encaminhar o processo de ensino de acordo com o nível de aprendizagem dos alunos. Em Kroger e Roth (2005) com base na escola da bola e que seguem a mesma linha, s autores apresentam uma ideia de que a aprendizagem por meio do jogo estimula o desenvolvimento de habilidades inespecíficas – relacionadas as diversas modalidades esportivas coletivas e que podem ser retratadas como gestos comuns a mais de um esporte. Nas ideias de Santana (2008), com ênfase na pedagogia do futsal, que vai de encontro com as ideias de Freire (2011), no que se refere ao processo de iniciação a partir da ludicidade, notamos a proximidade entre as duas modalidades jogadas com os pés, o que reitera o processo de desenvolvimento das habilidades inespecíficas, acrescentando repertório motor na iniciação e consequentemente, possibilitando uma transição entre as modalidades, caso o indivíduo chegue ao nível de especialização. Dessa forma, notamos que a dinâmica do futebol e do futsal como de natureza sistêmica aberta, requer dos praticantes uma série de inteligências que são desenvolvidas através do jogo jogado, reiterando a tática enquanto central no processo de ensino e aprendizagem. Além disso, os autores relatam que em um ambiente lúdico, se estimula a aprendizagem a partir da motivação, sem que o professor deixe de trabalhar os elementos técnicos e táticos que planejou para a aula.