Resumo

O presente estudo, de cunho qualitativo, teve como objetivo analisar as ações e as estratégias empreendidas pela revista Men´s Health para a produção de determinados corpos masculinos (ditos saudáveis). A perspectiva teórica adotada é a dos Estudos Culturais em Educação, dos Estudos de Gênero e dos Estudos de Mídia, sendo que o caminho metodológico foi o da análise cultural (textual e imagética) de doze exemplares da revista Men´s Health no período de junho de 2008 a maio de 2009. As análises indicaram que a revista assume, prazerosa e pedagogicamente, que determinados corpos masculinos e determinadas masculinidades são - mais saudáveis do que outros/as – isto é, são saudáveis aqueles corpos retos, rijos, sem gordura, sem pelos, - bombados - naturalmente desejáveis pelas mulheres e cujas ações e comportamentos são tidos como - exemplares As estratégias utilizadas pela revista para ensinar o que seriam corpos masculinos saudáveis incluem o uso do humor, a linguagem coloquial, a sensualidade e a convocação de especialistas (médicos, preparadores físicos, nutricionistas, etc. bem como especialistas de outra ordem - as personagens - Carol, a vizinha e - Gil, o garçom). Em Men´s Health, a saúde é, em primeiro lugar, estética; secundariamente, ela é representada como obrigação de cada homem e, sobretudo, mostrada como fruto de esforços individualizados e supostamente simples (mudar de dieta, adotar atividades físicas, comer determinados alimentos, fazer exames, comprar determinados produtos, etc.). A chamada - medicina de revista (CRAWSHAW, 2007) praticada por Men´s Health visa garantir a adoção de práticas, comportamentos e modos - saudáveis de ser homem - heterossexual, vaidoso, - sarado, bem sucedido, consumidor de produtos de alta tecnologia e de cosméticos, competitivo, líder, campeão, vencedor, - pegador (e, em alguns momentos, também - predador). 

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