Pefil Metabólico Anaeróbio no Desempenho de Nado em 50, 100 e 200 Metros: Comparação do Déficit de Oxigênio Acumulado Entre Nadadores Homens e Mulheres
Por Valter Akira Bravo (Autor), Astor Simionato Reis (Autor), Leandro Oliveira da Cruz Siqueira (Autor), Daniel Pestana (Autor), Daniel da Silva Carneiro (Autor), Luiz Gustavo de Almeida dos Santos (Autor), Alessandra Midori Yoriyasu (Autor), Larissa Aparecida Takehana Gomes (Autor), Dalton Muller Pessoa Filho (Autor).
Em 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom
Resumo
Introdução: A demanda anaeróbia tende a representar ~170%, ~140% e ~109% da taxa oxidativa máxima (V̇O2max), respectivamente, em distâncias curtas (50m e 100m) e média-curta (200m), quando analisada pelo método do déficit de oxigênio acumulado (AOD). Estudos que aplicaram esse método para o diagnóstico da contribuição anaeróbia durante esses eventos de curta duração e elevada intensidade de nado, evidenciaram um AOD equivalente a ~2,3, ~2,8 e ~3,2 LO2, mas não relatam se essa contribuição tende a ser diferentes entre nadadores homens e mulheres. Dessa forma, não há relatos sobre a mensuração do AOD na natação comparando a participação anaeróbia entre nadadores homens e mulheres. Objetivo: Determinar o perfil metabólico anaeróbio em eventos de 50, 100 e 200 metros, entre nadadores de ambos os sexos e compará - los. Métodos: Foram avaliados sete homens, com 16,8 2,3 anos, 179,5 7,6 cm e 74,4 kg (10,2); e sete mulheres com 15,5 3,3 anos, 160,9 5,1 cm e 52,0 4,6 kg. Todos realizaram o desempenho máximo para as distâncias de 50, 100 e 200 metros para a determinação do O2 acumulado. Após 24 horas, os nadadores desempenharam um teste incremental escalonado máximo e descontínuo (TIE: 6 x 250m e 1 x 200m, 50 à 100% da v200m) para a avaliação do V̇O2max e obtenção da relação V̇O2 vs. velocidade de nado em intensidades subáximas. A partir desta relação, projetou-se a demanda de O2 nas velocidades correspondentes ao 50, 100 e 200m foi estimada. Em seguida, a permuta gasosa pulmonar também foi analisada durante os desempenhos de 50, 100 e 200m para se obter a oferta de O2. Assim, a estimativa de AOD foi realizada pela comparação entre demanda e oferta de O2. Em todos os testes, o V̇O2 foi obtido respiração-a-respiração por uma unidade metabólica automatizada e portátil (CPET K4b2), que esteve acoplada a um snorkel específico e validado na natação (new-AquaTrainer®). O teste-t de Student (não-pareado) comparou as médias do perfil metabólico entre homens e mulheres para cada distância de desepenho (50, 100 e 200 metros). O nível de significância foi estabelecido em ρ ≤ 0,05. Resultados: Os valores de V̇O2max atingiram 4075,7 ± 347,3 ml×min-1 em homens e para as mulheres foi 3052,4 ± 374,0 ml×min-1. A contribuição anaeróbia pela mensuração do AOD foi 70 ± 20%, 50 10% e 26 5%, respectivamente, para 50, 100 e 200 metros entre homens; e 71 ± 7%, 49 14% e 26 10%, respectivamente , para 50, 100 e 200 metros entre mulheres. Ao comparar homens e mulheres, não se observou diferença entre o AOD em 50 (ρ ≤ 0,93), 100 (ρ ≤ 0,61) e 200 metros (ρ ≤ 0,90). Essa parcela de contribuição anaeróbia de ~70, ~50 e ~30% da energia total respectiva à cada distância está alinhada à demanda reportada para eventos com tempo de duração entre 30 segundos a 2 minutos na natação. Conclusão: Os resultados apresentados corroboram a informação disponível na literatura sobre o perfil metabólico para distâncias de 50, 100 e 200 metros, acresentando que não há diferenças entre os sexos, quanto ao perfil de contribuição relativa do metabolismo aneróbio. Isso sugere que o treinamento de alta intensidade não deve diferir entre os sexos, face às similaridades da exigência anaeróbia.