Resumo

Este ensaio visa compreender como as atletas paralímpicas com doenças degenerativas Susana Schnarndorf, da natação, e Elizabeth Gomes, do atletismo, lidam com a dicotomia do tempo que o esporte lhes confere. Uma luta “contra” o relógio para conquistas de índices e a “favor” da extensão do tempo de vida. Paradoxalmente, traz falas da velocista belga Marieke Vervoort, que preferiu romper com o tempo de vida e das competições. A metodologia usada são as narrativas biográficas, que partem de um convite para que as atletas contem suas histórias de vida. Resultam das narrativas elementos de subjetividade, que lidam não apenas com o papel social dessas mulheres como atletas, mas como seres humanos, que sofrem com a condição da mortalidade e de uma finitude breve, marcada pela doença. A aproximação com personagens literários é uma forma de metaforizar a aspereza desse vislumbre tão tênue entre a finitude e a eternidade.

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