Resumo

O presente trabalho buscou um maior entendimento da formação da percepção subjetiva de esforço (PSE) durante esforços exaustivos. Dessa forma, o primeiro estudo verificou as associações da atividade muscular (EMG) com a PSE, bem como a determinação do limiar de esforço percebido (LEP) e de fadiga neuromuscular (LFN). Esse estudo analisou 11 adultos jovens durante testes de carga constante até a exaustão voluntária máxima com monitoramento constante de PSE e EMG. A taxa de aumento dessas variáveis (EMGslope e PSEslope) foram significativamente correlacionados e inversamente associados ao tempo de exaustão. LEP e LFN e não se diferiram significativamente. Assim, indicamos a estreita relação do recrutamento adicional de fibras com o aumento da PSE. O segundo estudo foi realizado durante estágio no exterior (sanduíche) na África do Sul no ano de 2009. Nesse trabalho, foi analisado os efeitos da diminuição de oferta de oxigênio (hipóxia) sobre variáveis centrais e periféricas e suas associações com PSE. Seis ciclistas realizaram testes exaustivos de carga constante em normoxia e hipóxia com contínua aquisição de respostas de PSE, EMG e oxigenação muscular (MOX) e cerebral (COX). Foi demonstrado que na condição hipóxia ocorre um significativo aumento sobre PSE em seus diferentes modos (local, respiração e geral), EMG e COX, mas não em MOX. Os slopes de PSE e valores finais de COX foram relacionados ao desempenho em normóxia, no entanto ainda maiores foram apresentados em hipóxia. Além disso, COX foi ainda significativamente relacionada RPE local em normóxia e novamente, hipóxia exerceu efeitos maiores nessas associações, mas dessa vez para todos os modos de PSE. No terceiro estudo, foram utilizado os mesmos dados do estudo anterior para verificamos os possíveis efeitos de hipóxia ao estimarmos LEP de maneira diferenciada (local, respiração e geral) e LFN pelo mesmo protocolo. Todos os modos de LEP diminuíram significativamente sob hipóxia, com maiores efeitos sobre LEP local. Já LFN não respondeu aos efeitos da condição experimental. Dessa forma, expandiu-se a utilização de LEP para altitudes moderadas e foi apresentado uma nova forma de predizer capacidade aeróbia referente aos membros envolvidos e respiração, além de PET para o corpo como um todo. Associando os achados dos estudos, podemos inferir a estreita relação de respostas periféricas e centrais sobre a formação de PSE, senda essas fortalecidas em condições de diminuídas ofertas de oxigênio. Mais adiante, essas associações justificam a ampliação de utilização prática de PSE, podendo ser para o exercício de alta intensidade ou monitoramento localizado da capacidade aeróbia.

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