Resumo

A qualidade de vida vem sendo muito estudada nas últimas décadas, porém pouco se tem pesquisado o assunto a partir da ótica de crianças. A escola, ao lado da disciplina de educação física, procura encontrar meios de promover a saúde e, dessa forma, oferecer uma boa qualidade de vida aos alunos. A saúde não é vista como ausência de doenças, mas sim, como um completo bem estar físico e mental. Por meio da prática de atividades lúdicas durante as aulas de educação física, espera-se a formação de hábitos saudáveis e, em conseqüência disso, a busca pela qualidade de vida. Este estudo teve como objetivo compreender de que forma as crianças de uma escola pública de Fortaleza percebem a qualidade de vida, quais os fatores que consideram necessários para isso e em qual a ordem de importância esses referenciais devem estar dispostos. Trata-se de uma abordagem quantitativa-qualitativa, do tipo descritiva, desenvolvida na Escola de Aplicação Yolanda Queiroz, na comunidade do Dendê, incluindo 60 alunos, de 4 a 6 anos de idade. Como coleta de dados, utilizamos técnicas projetivas como desenhos e figuras e o questionário AUQEI. A partir das categorias de qualidade de vida propostas por Sabeh e Verdugo (2002), fizemos uma triangulação metodológica entre os resultados obtidos nas três fases do estudo. Como resultado dessa investigação, percebemos que as crianças envolvidas se preocupam, em ordem de importância, com o brincar categoria de ócio e atividades recreativas, com a afetividade dos pais relações interpessoais e com a moradia bem estar material. Concluímos, portanto, que a atividade lúdica é o principal elemento para a aquisição da qualidade de vida infantil dos envolvidos. Recomendamos que, somente por meio da reflexão sobre a importância do brincar, do jogar e da atividade lúdica na escola, bem como, da presença significativa dos pais no ambiente escolar e de ações de educação em saúde para a melhoria das condições de moradia, é que estaremos promovendo a saúde das crianças envolvidas. Esperamos que as idéias deste estudo possam servir de análise para novas pesquisas no ambiente da Comunidade do Dendê e ainda que novas políticas públicas de saúde levem em consideração a percepção infantil sobre a qualidade de vida

Acessar Arquivo