Resumo

No treinamento com pesos (TP), a prescrição adequada da carga dos exercícios é importante e necessária para as adaptações desejadas. Um dos métodos, utilizados na prática, para realizar esse controle é por meio de escalas subjetivas, em especial de percepção subjetiva de esforço (PSE) e repetição em reserva (RR), que são de fácil aplicabilidade e se relacionam com medidas fisiológicas importantes. Contudo, pesquisas apontam que a PSE está mais associada ao volume do treinamento (número de repetições) do que propriamente à carga (intensidade), sendo que a escala de RR é uma maneira complementar de acessar a intensidade do esforço e posteriormente ajustar a carga empregada no exercício. OBJETIVO: Analisar a resposta aguda da PSE e da RR em diferentes percentuais de 1RM no exercício de rosca direta em homens treinados. MÉTODOS: Adultos jovens (n = 5; 22 ± 2 anos; 2,7 ± 0,6 anos de experiência no TP) foram submetidos ao teste de 1RM no exercício de rosca direta, e, em seguida, realizaram uma série até a falha concêntrica nos percentuais de 90%, 80%, 70%, 60% e 50% da carga máxima. A PSE e a RR dos participantes foram mensuradas imediatamente após cada série. Os dados foram reportados por mediana e amplitude interquartil. Empregou-se o teste de Friedman, com significância de 5%, para verificar em qual percentual de 1RM ocorreram os maiores valores de PSE. RESULTADOS: A PSE não diferiu entre os diferentes percentuais de 1RM (X2 = 9,0; P = 0,108), apresentando valores elevados em todas as séries (100% = 8 (1); 90% = 8 (1); 80% = 9 (0,5); 70% = 9 (1); 60% = 9 (1,5) e 50% = 10 (2). A RR acompanhou o comportamento da PSE, se mantendo constante entre as séries (100% = 0 (0); 90% = 0 (0); 80% = 1 (1); 70% = 0 (1); 60% = 0 (0); 50% = 0 (2). CONCLUSÃO: A PSE não foi adequada para acessar a carga apropriada ao treinamento, uma vez que valores semelhantes foram encontrados em diferentes % de 1RM, assim como a RR. Porém, ambas são bons indicadores de fadiga, uma vez os participantes realizaram as séries até a falha e altos indicadores foram encontrados, de forma que as escalas podem estar mais relacionadas com o volume do que com a intensidade no TP.

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