Percepções e práticas profissionais no cuidado da obesidade na estratégia saúde da família
Por Pedro Israel Cabral de Lira (Autor), Adrielly Araújo de Oliveira (Autor), Emilia Chagas Costa (Autor), Priscila Ribeiro Rezende Mergulhão Silveira (Autor), Fernanda Cristina de Lima Pinto Tavares (Autor), Amanda Tayná Tavares de Figueiredo (Autor).
Resumo
A obesidade é uma epidemia global em ascensão no Brasil. A Estratégia Saúde da Família é a forma prioritária de organização da atenção básica representando a porta de entrada principal e ordenadora do cuidado no Sistema Único de Saúde. Objetivos: Identificar concepções e práticas de cuidado ofertadas a pessoas com obesidade na Estratégia Saúde da Família. Materiais e Métodos: Estudo exploratório-descritivo, de método qualitativo. Os dados foram coletados por entrevistas semiestruturadas gravadas com 12 profissionais de uma Unidade de Saúde da Família em Recife, transcritos e submetidos à análise de conteúdo por categorias temáticas. Na análise foram consideradas três categorias definidas à priori (I-Formação Profissional; II-Conhecimento Prévio e; III-O Cuidado diante da Obesidade) e 8 subcategorias emergentes identificadas respectivamente (I-Perfil dos Profissionais/ Educação Permanente em Saúde; II- Reconhecendo a Obesidade/ Implicações da Obesidade para ao Indivíduo/ Como Tratar a Obesidade e; III- Práticas de Cuidado na USF e Território/ Percebendo o Usuário com Obesidade/ O Papel da ESF e da RAS no Enfrentamento da Obesidade). Resultados: Apesar das profissionais reconhecerem a múltipla determinação da obesidade e a necessidade de intervenções interdisciplinares, longitudinais e sistematizadas, identificou-se desafios em operacionalizar tal entendimento e predominância de percepções negativas sobre usuários com obesidade. Conclusões: Embora as concepções reforcem a importância do cuidado integral, interdisciplinar e em rede, as práticas profissionais destinadas ao enfrentamento da obesidade na ESF mostram a não superação do modelo assistencial biomédico com fragilidades relacionadas à educação permanente em saúde, ao vínculo profissional-usuário e à prática interdisciplinar e intersetorial.