Percepções sobre idadismo de uma amostra de pessoas idosas residentes em Brasília, Distrito Federal, Brasil
Por Sabrina Fernandes Gonçalves (Autor), Maria da Glória David Silva Costa (Autor), Sandra Regina Gomes (Autor), Marisete Peralta Safons (Autor).
Em Lecturas: Educación Física y Deportes v. 29, n 322, 2025.
Resumo
O estudo investigou as percepções sobre o idadismo com o objetivo principal de identificar o conhecimento sobre o termo idadismo e as experiências de discriminação por idade de pessoas idosas participantes de um programa de exercícios físicos da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília, Distrito Federal. A pesquisa, de abordagem quantitativa, foi realizada por meio de um questionário online, obtendo 42 respostas válidas. Os resultados indicam que 78,57% dos participantes conheciam o termo "idadismo", enquanto 21,43% nunca tinha ouvido falar neste termo. Além disso, 62,5% relataram ter vivenciado preconceito em diferentes contextos, como trabalho, comércio, ambiente familiar e serviços de saúde. Esses achados reforçam a prevalência do idadismo e corroboram com pesquisas anteriores, que identificam essa discriminação em níveis individuais, interpessoais e institucionais. O estudo destaca a necessidade de políticas públicas e campanhas educativas para combater o idadismo e promover uma visão inclusiva e digna do envelhecimento. Embora o Brasil tenha leis que protegem as pessoas idosas, como o Estatuto da Pessoa Idosa e a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, a implementação dessas normas ainda é lenta, comprometendo a efetividade das ações. O estudo conclui que ações intergeracionais e campanhas de conscientização são fundamentais para garantir o respeito e a inclusão das pessoas idosas na sociedade.
Referências
Araújo, P.O., Soares, I.M.S.C., Vale, P.R.L.F., Sousa, A.R., Aparicio, E.C., e Carvalho, E.S.S. (2023). Ageism directed to older adults in health services: A scoping review. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 31, e4020. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6727.4020
Brasil (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Senado Federal. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
Brasil (1994). Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a Política Nacional do Idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm
Brasil (2003). Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm
Brasil (2006). Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Diário Oficial da União. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html
Brinkhof, L.P., de Wit, S., Murre, J.M.J., Krugers, H.J., e Ridderinkhof, K.R. (2022). The subjective experience of ageism: The Perceived Ageism Questionnaire (PAQ). International Journal of Environmental Research and Public Health, 19(14), 8792. https://doi.org/10.3390/ijerph19148792
Campillay, M.C., Calle, A.C., Rivas, E.R., Pavéz, A.L., Dubó, P.A., e Araya, F.G. (2021). Ageísmo como fenómeno sociocultural invisible que afecta y excluye el cuidado de personas mayores. Acta Bioethica, 27(1), 127-135. https://doi.org/10.4067/S1726569X2021000100127
Chahini, T.H.C., e Gomes, J.A.C. (2023). Ageism in Brazilian universities: Etarismo nas universidades brasileiras. Concilium, 23(19), 265-277. https://doi.org/10.53660/CLM-2103-23P42
Chang, E.S., Kannoth, S., Levy, S., Wang, S.Y., Lee, J.E., e Levy, B.R. (2020). Global reach of ageism on older persons’ health: A systematic review. PloS One, 15(1), e0220857. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0220857
Sousa, A.C.S.N. de, Lodovici, F.M.M., Silveira, N.D.R., e Arantes, R.P.G. (2014). Alguns apontamentos sobre o idadismo: A posição de pessoas idosas diante desse agravo à sua subjetividade. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, 19(3). https://doi.org/10.22456/2316-2171.50435
Distrito Federal (1997). Lei nº 1.547, de 30 de outubro de 1997. Estabelece que a pessoa idosa tem conhecimentos fundamentais para o desenvolvimento da sociedade no Distrito Federal. Diário Oficial do Distrito Federal. https://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/12345
Distrito Federal (2006). Lei nº 3.822, de 21 de novembro de 2006. Dispõe sobre o desenvolvimento de programas de promoção da saúde do idoso no âmbito do Distrito Federal. Diário Oficial do Distrito Federal. https://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/53015
Distrito Federal (2024). Lei nº 7.410, de 3 de março de 2024. Dispõe sobre a criação de centros de convivência para idosos e parcerias com universidades no âmbito do Distrito Federal. Diário Oficial do Distrito Federal. https://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/123456
Dórea, E. L. (2021). Idadismo: Um mal universal pouco percebido (Vol. 1, 1ª ed.). Unisinos.
Fioreze, C., Henrich, G., e Toazza, D.L. (2023). Vivências de isolamento e solidão de pessoas idosas: Interfaces entre idadismo e familismo. Oikos: Família e Sociedade em Debate, 34(2). https://doi.org/10.31423/oikos.v34i2.15069
França, L.H.F.P., Siqueira-Brito, A.R., Valentini, F., Vasques-Menezes, I., e Torres, C.V. (2017). Ageism in the organizational context: The perception of Brazilian workers. SciELO Journals. Dataset. https://doi.org/10.6084/m9.figshare.5861949.v1
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018). Projeção da população por sexo e idades simples, em 1º de julho - 2010/2060: Projeção da população 2018. https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9109-projecaodapopulacao.html
Lima-Costa, M.F. (2019). Envelhecimento e saúde coletiva: Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). Revista de Saúde Pública, 52(Suppl 2), 2s. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.201805200supl2ap
Organização das Nações Unidas (ONU). (2015). Transformando nosso mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (Resolução A/RES/70/1). https://brasil.un.org/sites/default/files/2020-09/agenda2030-pt-br.pdf
Organização Mundial da Saúde (OMS). (2020). Década do envelhecimento saudável 2021-2030. OMS. https://www.who.int/initiatives/decade-of-healthy-ageing
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). (2022). Relatório mundial sobre o idadismo. OPAS. https://doi.org/10.37774/9789275724453
Pillemer, K., Burnes, D., e MacNeil, A. (2021). Investigating the connection between ageism and elder mistreatment. Nature Aging, 1 (2), 159-164. https://doi.org/10.1038/s43587-021-00032-8
Previtali, F., Keskinen, K., Niska, M., e Nikander, P. (2022). Ageism in working life: A scoping review on discursive approaches. The Gerontologist, 62 (2), e97-e111. https://doi.org/10.1093/geront/gnaa119
Rudnicka, E., Napierała, P., Podfigurna, A., Męczekalski, B., Smolarczyk, R., e Grymowicz, M. (2020). The World Health Organization (WHO) approach to healthy ageing. Maturitas, 139, 6-11. https://doi.org/10.1016/j.maturitas.2020.05.018
Silva, A.M. de S., Souza, L.L.E.C. de, e Aires, L.C. (2022). Revisão sistemática de instrumentos de atitudes em relação aos idosos e ao envelhecimento. Avaliação Psicológica, 21 (1), 74-89. https://doi.org/10.15689/ap.2022.2101.20074.07
Teixeira, S.M. de O., Souza, L.L.E.C. de, e Maia, L.M. (2018). Ageismo institucionalizado: uma revisão teórica. Revista Kairós-Gerontologia, 21(3), 129-149. https://doi.org/10.23925/2176-901X.2018v21i3p129-149