Perfil Alimentar das Gestantes Atendidas na Estratégia de Saúde da Familia do Menino Deus do Munícipio de Santa Cruz de Santa Cruz do Sul
Por Júlia Beckenkamp (Autor), Marilei Sulzbach (Autor), Graziele Guimarães Granada (Autor).
Em Cinergis v. 8, n 2, 2007. Da página 13 a 20
Resumo
A falta de conhecimento sobre uma alimentação saudável pelas gestantes, reflete diretamente nas suas escolhas dietéticas, que podem estar influenciadas por fatores como aumento do apetite, paladar acentuado, condições socioeconômicas e influências locais. O presente estudo investigou o consumo alimentar de gestantes em atendimento pré-natal na Equipe de Saúde da Família do Menino Deus, localizado no município de Santa Cruz do Sul, descrevendo os alimentos mais consumidos e apontando possíveis carências nutricionais durante o período gestacional. Foram avaliadas 12 mulheres no período gestacional que participam das reuniões do grupo, realizadas semanalmente às quintas-feiras, no período de 15 de agosto a 22 de setembro de 2005. As informações aqui analisadas foram obtidas através de um Questionário de Freqüência de Consumo Alimentar (QFCA) aplicado a todas as gestantes do grupo. Apenas 17% referiram consumo diário de carne, enquanto 24% das entrevistadas não fazem uso da mesma, o que pode significar um déficit na ingesta protéica, bem como de ferro orgânico. O leite encontrase com melhor aceitabilidade quando comparado com a carne, pois 33% o consomem diariamente e 17% não tem esse hábito. Outra deficiência encontrada está relacionada ao consumo de vegetais. Do total de gestantes, 25 % não consomem vegetais diariamente; 17% utilizam uma vez por semana, e 17% consome vegetais duas vezes na semana. Outra distorção importante observou-se na ingesta de doces, pois esses são apontados como de consumo diário por 66% das gestantes, podendo causar em excessivo ganho de peso gestacional. Foi avaliado também o Índice de Massa Corporal - IMC gestacional, sendo representado por 58% de gestantes eutróficas; 25% de gestantes estão com sobrepeso e 17% em obesidade. Com o presente estudo foi possível verificar que o déficit maior na alimentação das gestantes encontrasse no consumo de carnes e vegetais. Existe, porém, um excessivo aumento na ingestão de doces e em menor freqüência de frituras, mostrando que a orientação nutricional faz-se de extrema necessidade para este grupo.