Resumo

Introdução: Existem poucos estudos que têm analisado o nível de aptidão física em jovens na fase pubertária, com a mesma idade cronológica, mas com níveis diferentes da maturação biológica. Objetivo: verificar o perfil antropométrico e metabólico da aptidão física de adolescentes na fase púbere com a mesma idade cronológica, mas em diferentes estágios de maturação sexual. Metodologia: a amostra foi composta por 79 escolares do sexo masculino com idade de 13 anos (13,48 ± 0,28) da rede pública de ensino de Ilhabela, litoral norte do Estado de São Paulo Brasil. Todos faziam parte do Projeto Longitudinal de Crescimento, Desenvolvimento e Aptidão Física coordenado pelo CELAFISCS desde 1978. O nível de maturação foi determinado mediante a auto-avaliação da maturação sexual dos estágios de Tanner, considerando os níveis de pilosidade púbica e o desenvolvimento dos genitais. Todos os escolares se encontravam na puberdade (estágios II, III e IV). Foram verificados também os níveis dos pêlos axilares classificados nas fases pré-púbere, púbere e pós-púbere. As medidas antropométricas determinadas segundo a padronização CELAFISCS foram: peso corporal (kg), estatura (cm), comprimento troncocefálico (cm) adiposidade mediante a média de 7 dobras cutâneas (mm), diâmetro de úmero e fêmur (cm), circunferências de braço e perna (cm). O consumo máximo de oxigênio (VO2max) em termos absolutos (l.min-1.) e relativos (ml.kg-1.min-1.) foi preditos por teste submáximo na bicicleta ergométrica, utilizando o nomograma de Astrand. Para comparar os resultados dos níveis de maturação sexual utilizou-se a Análise de Variância “One Way”, com o teste post hoc Scheffé e o delta percentual (Δ%), com nível de significância de p<0,05. Resultados: analisando os dados de acordo com os pelos púbicos houve diferença significativa no peso corporal do estágio II em relação ao estágio III (25,9%) e do estágio II em relação ao IV (24,4%); na estatura do estágio II em relação III (5%), do estágio II em relação o IV (5,4%) e no comprimento tronco cefálico e do estágio II em relação ao IV (2,8%). Não foram encontradas diferenças significativas no VO2max nos diferentes estágios maturacionais, tanto mediante pêlos axilares, púbicos como pelo desenvolvimento dos genitais, nem na análise das variáveis antropométricas pelos estágios de genitais nem pelos axilares. Conclusão: a auto-avaliação dos pêlos púbicos parece ser um critério mais eficaz na determinação de eventuais diferenças de aptidão física em escolares do sexo masculino assim com o processo de maturação na puberdade parece afetar mais as variáveis peso, estatura e comprimento tronco-cefálico, enquanto que circunferências, diâmetros, adiposidade e potência aeróbica parecem não se alterar de maneira significativa entre esses três estágios. PALAVRAS-CHAVE: maturação sexual, aptidão física, purberdade, adolescentes

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