Perfil da Aptidão Física, Estilo de Vida de Crianças Associados Aos Principais Determinantes do Excesso de Peso e Adiposidade

Introdução: os níveis de aptidão física (ApF) entre escolares não são satisfatórios e, visto que a ApF se relaciona inversamente ao risco de doenças crônicas não transmissíveis, esse assunto é de enorme importância em saúde pública. Objetivo: Avaliar o perfil da ApF e estilo de vida (EV) de crianças de 9 a 11 anos e estabelecer associações. Método: Foram analisados o índice de massa corporal (IMC; kg/m2), gordura corporal (GC; mm), avaliada pela média das sete dobras cutâneas (bíceps , tríceps, subescapular, supra-ilíaca, axilar média, abdominal e panturrilha medial) e percentual de gordura corporal (com base na equação proposta por Lohman (1986): 1,35 (TR+SE) –0,012 (TR+SE)². As variáveis neuromotoras foram: força de membros superiores e inferiores (impulsão vertical sem auxílio e impulsão horizontal), flexibilidade, agilidade e velocidade. O estilo de vida foi avaliado por questionário (dieta, sono e tempo de tela) e o nível de atividade física por acelerometria, uma adaptação do Estudo Internacional de Obesidade Infantil, Estilo de Vida e Ambiente (ISCOLE). Resultados: excesso de peso (excesso de peso+obesidade) e excessiva adiposidade corporal (excesso de gordura corporal+obesidade) foram verificados em 27% e 37% das crianças, respectivamente. A prevalência de crianças com resultados consideradas de risco, nos testes de ApF, foram de 29% (força de preensão manual), 9% (impulsão vertical sem auxílio), 56% (impulsão horizontal), 48% (flexibilidade), 32% (agilidade) e 19% (velocidade). Inadequados hábitos foram observados em 77% (consumo de frutas e verduras) e 34% (frequência de consumo de refrigerantes), 38% (sono), 19% (tempo de tela), 71% atividade física de moderada a vigorosa intensidade (AFMV). A AFMV correlacionou-se (r>-0,32 a r<-0,47) significantemente a todos os parâmetros antropométricos e de composição corporal, e ao desempenho nos testes de impulsão horizontal, agilidade e velocidade. O tempo de tela só se correlacionou (r=-0,27) às horas de sono. Não foram verificadas correlações significantes entre o sono, adequado consumo de frutas e verduras com as variáveis antropométricas, de aptidão física e de estilo de vida, exceto o já citado, entre comportamento sedentário e horas de sono. Conclusão: dos indicadores avaliados de estilo de vida de crianças de 9 a 11 anos, somente a AFMV mostrou importantes associações.

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