Perfil de Lesões em Atletas Brasileiros de Rugby em Cadeira de Rodas
Por Daniela Clarissa Bazanella (Autor), Mariane de Freitas Alves Machado (Autor), Simone Zatesko (Autor), Audrin Said Vojciechowski (Autor), Luize Bueno de Araujo (Autor), Raciele Ivandra Guarda Korelo (Autor).
Resumo
O estudo objetivou verificar o perfil das lesões em atletas brasileiros praticantes de rugby em cadeira de rodas (RCR). Trata-se de pesquisa de corte transversal, com 72 atletas de RCR, distribuídos entre 8 equipes brasileiras. Os dados foram coletados por meio de questionário semiestruturado do tipo recordatório, contemplando caracterização demográfica, esportiva (time, tipo de cadeira para prática esportiva, tempo da prática esportiva, classificação funcional, frequência e duração de treinamento) e das lesões (tipo da lesão, local acometido, mecanismo e momento da lesão, tratamento e afastamento). Os resultados mostraram que 66,67% dos atletas apresentaram algum tipo de lesão durante a prática esportiva, sendo que a maioria (75,5%) ocorreu durante os treinos. Maior acometimento foi em membros superiores, sendo em sua maioria no sistema tegumentar (abrasão, bolha e calo). A tendinite apresentou maior frequência (9%) dentre as lesões que acometeram o sistema musculoesquelético, seguida por distensão (3,3%) e luxação (2,5%). Não houve correlação entre a quantidade das lesões e o tempo de prática e/ou classificação funcional. Portanto, nosso estudo revelou de alta incidência de lesões com a prática esportiva, sendo a maior parte delas sem gravidade tendo como agente causal a condução da cadeira de rodas. Assim, evidencia-se a necessidade de estratégias e profissionais habilitados atuando na promoção, prevenção e reabilitação; além do acompanhamento a longo prazo, uma vez que é um esporte considerado novo no cenário brasileiro e que envolve contato físico e níveis elevados de condicionamento físico.