Perfil dos Egressos do Doutorado em Educação Física: Um Estudo de Caso na Universidade Federal de Santa Catarina (2006 a 2018)
Por Sofia Wolker Manta (Autor), Paula Fabricio Sandreschi (Autor), Allana Alexandre Cardoso (Autor), Tânia Rosane Bertoldo Benedetti (Autor), Gelcemar Oliveira Farias (Autor), Rui Resende (Autor), Juarez Vieira do Nascimento (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 22, 2020.
Resumo
O objetivo do estudo foi analisar o perfil dos egressos do curso de doutorado do Programa de Pós-graduação em Educação Física (PPGEF), da Universidade Federal de Santa Catarina. As informações dos 92 egressos do doutorado no período de 2006 a 2018 foram levantadas em fontes secundárias de sites de domínio público. Três avaliadores independentes filtraram as informações por meio de dupla digitação. Os resultados revelaram que mais de 50,0% dos egressos eram do sexo masculino, 58,7% tiveram bolsa de estudos e 27,8% realizaram estágio de doutorado sanduíche em instituições estrangeiras. Apenas 17,4% dos egressos concluíram estágio de pós-doutorado. A maioria tem vínculo empregatício como professor efetivo (73,3%), principalmente em instituições públicas do magistério superior. As temáticas da área de concentração em Atividade Física e Saúde (AFS) predominam nos títulos dos trabalhos de conclusão. Ao longo da trajetória formativa, 48,9% (n=45) dos egressos mudaram pelo menos uma vez de área de concentração, 44,6% (n=41) mantiveram-se na mesma área de concentração e 6,5% (n=6) investigaram as três distintas áreas de concentração durante a graduação, mestrado e doutorado. A maioria dos egressos desenvolve pesquisas na área de AFS (50,0%), seguido da Pedagógica (25,5%) e Biodinâmica do Desempenho Humano (17,8%). Assim, a formação de doutores no PPGEF parece desenhar um perfil de acordo com o idealizado pelo curso, com chances profissionais de inserção no ensino superior e com engajamento em investigações científicas.
Referências
Balbachevsky E. A pós-graduação no Brasil: novos desafios para uma política bem-sucedida. In: Brock. C.; Schwartzman, S. Os desafios da educação no Brasil.Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 2005, p. 275-304.
Brasil. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Plano Nacional de Pós-Graduação – PNPG 2011-2020. Coordenação de Pessoal de Nível Superior. Brasília, DF: CAPES, 2010. Disponível em: https://www.capes.gov.br/images/stories/download/Livros-PNPG-Volume-IMont.pdf [2018 dec 09].
Brasil. Portaria nº 321, de 5 de abril de 2018. Dispõe sobre a avaliação da pósgraduação stricto sensu. 2018. Disponível em: https://capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/06042018-Portaria-MEC-n-321-de-5-de-abril-de-2018.pdf [2018 dec 09].
Ministério da Educação. Documento de área: área 21 Educação Física. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- CAPES, 2016. Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/documentos/Documentos_de_area_2017/21_efis_docarea_2016.pdf. [2018 dec 09].
Ministério da Educação. Relatório de Avaliação de Educação Física. Avaliação Quadrienal de 2017. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior- CAPES, 2017. Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/relatorios-finais-quadrienal-2017/20122017-EDUCACAOFISICA-quadrienal.pdf [2018 dec 09].
Marchlewski C, Silva PMda, Soriano JB. A influência do sistema de avaliação Qualis na produção de conhecimento científico: algumas reflexões sobre a Educação Física. Motriz: J Phys Ed 2011;17(1): 104-116.
Moreira EC, Tojal JBAG. A formação em Programas de Pós-Graduação Strictu Sensu em Educação Física: preparação docente versus preparação para pesquisa. Mov 2009; 4: 127-145.
Hortale VA, Moreira COF, Bochner R, Leal C. Trajetória profissional de egressos de cursos de doutorado nas áreas da saúde e biociências. Rev Saúde Pública 2014; 48 (1): 1-9.
Freitas MAO, Demarchi GSS, Rossit RAS. Educação Interprofissional na pósgraduação stricto sensu: o olhar dos egressos. Interface 2018; 22(2): 1647-1659.
Senger MH, Campos MCG, Servidoni MFCP, Passeri SMRR, Toro IFC, et al. Trajetória profissional de egressos do curso de Medicina da Universidade de Campinas (Unicamp), São Paulo, Brasil: o olhar do ex-aluno na avaliação do programa. Interface 2018; 22 (1): 1443-1455.
Gentil RN. Situação profissional de doutores egressos dos Programas de Pósgraduação em Educação Física. [Dissertação de Mestrado- Programa de Pósgraduação em Educação Física]. Florianópolis (SC): Universidade Federal de Santa Catarina; 2016.
Milan FJ, Pereira MPVC, Lacerda EB, Folle A, Nascimento JV, Farias GO. Âmbitos de atuação profissional de egressos dos cursos de pós-graduação em educação física da UFSC. J Phys Educ 2019; 30(1): 1-11.
Brasil. Ministério da Educação. Web site. Disponível em: https://sucupira.capes. gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/programa/quantitativos/quantitativoIes.js f?areaAvaliacao=21&areaConhecimento=40900002. [2019 apr 09].
Silva IC, Farias LA, Santos W. Pós-graduação e produção científica: a teoria do capital humano e as demandas do setor produtivo. Filosofia Educ 2017; 8(3):142-168.
Bastos FC, Sá MR, Rocco J, Ary J. 40 anos da Pós-graduação da EEFE-USP: sua contribuição para a formação de recursos humanos para a docência no ensino superior. Rev Bras Educ Fís Esporte 2017; 31:89-96.
Proni MW. Universidade, profissão Educação Física e o mercado de trabalho. Motriz: J Phys Ed 2010; 16(3):788-798.
Quadros H, Afonso M, Ribeiro J. O Cenário da Pós-Graduação em Educação Física: Contextos e possibilidades na região sul do Brasil. Rev Bras Ativ Fís Saúde 2013;18(5): 576-576.
Zaidan S, Caldeira MAS, Oliveira BJ, Silva PGC. Pós-Graduação, saberes e formação docente: uma análise das repercussões dos cursos de mestrado e doutorado na prática pedagógica de egressos do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da UFMG (1977-2006). Educ Rev 2011; 27 (1): 129-160.
Moreira ML, Velho L. Trajetória de egressos da pós- graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: uma ferramenta para avaliação. Aval 2012; 17 (1): 255-288.
Tani Go. Professional preparation in physical education: changing labor market and competence. Motriz: Rev Educ Física 2013;19 (3): 552-557.
Salles WN, Farias GO, Nascimento JV. Inserção profissional e formação continuada de egressos de cursos de graduação em Educação Física. Rev Bras Educ Fís Esporte 2015; 29 (3): 475-486.
Manoel EJ Carvalho YM. Pós-graduação na educação física brasileira: a atração(fatal) para a biodinâmica. Educ Pesqui 2011; 37(2):389-406.
Moreira EC, Tojal JBAG. Prioridades dos programas de Pós-graduação stricto sensu em educação física: a visão dos egressos. Rev Bras Ciênc Esporte 2013; 35 (1):161-178.