Perfil dos Usuários da Academia a Céu Aberto no Bairro Santa Terezinha/BH
Por M. G. Maciel (Autor), L. S. R. Cantão (Autor), F. I. T. Silva (Autor).
Resumo
A discussão a respeito da relação atividade física e saúde vêm se ampliando e aprofundando nos últimos anos em âmbito mundial devido ao crescimento da prevalência das doenças crônicas não transmissíveis. Diante dessa realidade, ações de políticas públicas foram geradas para incentivar a pratica de atividade física, como meio de controle dessas doenças. Uma das ações criadas pela Prefeitura de Belo Horizonte/MG foi a implantação da Academia a Céu Aberto nas diferentes regionais administrativas da cidade. Considerando esses aspectos, o objetivo deste estudo foi identificar o perfil e o entendimento sobre a saúde e a atividade física dos usuários da Academia a Céu Aberto no bairro Santa Terezinha, localizado na regional Pampulha. Foi realizada uma amostra intencional de sujeitos para participar de uma entrevista semiestruturada, cujo conteúdo consistia na coleta de dados sociodemográficos e referentes ao entendimento sobre à prática de atividade física e saúde. Como procedimentos metodológicos foram adotadas as técnicas de saturação amostral - sendo que os sujeitos deveriam ter idade acima de 18 anos; bem como a de análise de conteúdo. Participaram da pesquisa 18 sujeitos - sendo 16 do sexo feminino -, com média de idade de 43 anos. Os resultados demonstram que os usuários desse local atendem as recomendações propostas por especialistas para a prática de atividade física - pelo menos 150 minutos semanais - e a realizam há mais de seis meses; frequentam esse espaço em média quatro vezes por semana e há mais de 42 meses. Contudo, possuem uma visão restrita sobre os conceitos de saúde e prática de atividade física; entendendo a primeira com enfoque biomédico e limitando-se à adoção de um estilo de vida saudável. Portanto, com enfoque na culpabilização do sujeito e, não na associação dos aspectos complexos e multifatoriais que a constitui. Quanto à prática da atividade a realizam conforme conhecimento do senso comum e por meio da imitação de movimentos que outras pessoas realizam na execução dos exercícios. Conclui-se que se faz necessário uma reflexão para se rever essa "política de banalização" da prática da atividade física sem a devida orientação profissional, além de trabalhar adequadamente as questões conceituais e práticas relacionadas à temática abordada nesse estudo junto à sociedade por meio de uma educação à saúde mais efetiva, por exemplo, nas escolas e meios de comunicação.