Resumo

Desde 2020 o Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos (CBCP) assumiu de forma integral as competências das atividades e a aplicação dos recursos ao paradesporto de formação e rendimento por meio dos Clubes. A questão que se coloca é o CBCP diagnosticar e entender o perfil e estrutura das Entidades de Prática Paradesportiva (EPPs) visando a aplicação de seus recursos. Objetivo: O objetivo geral do estudo foi obter das EPPs elementos e informações para direcionar estratégias de maneira assertiva de aplicação dos recursos públicos geridos pelo CBCP. Método: Estudo transversal, de abordagem quantitativa, com finalidade exploratória e descritiva. Foi conduzida uma avaliação de campo por meio do método Survey, utilizando-se questionário online. A amostra abrange clubes, associações, institutos, centros, ONGs, entre outros. Resultados: Participaram do estudo 131 EPPs das cinco regiões do país. Foram identificados 6980 atletas, das seguintes modalidades: Atletismo (24%), Natação (18%), Basquete (7%), Goalball (6%) e Futebol de 5 (5%). 48% das entidades atendem mais que uma deficiência, 29% para deficiência Física, 17% Visual, 5% Intelectual e 1% Auditiva. 84% dos gestores, 19% da equipe administrativa e 35% da equipe técnica trabalham de forma voluntária. Apenas 29% das EPPs possuem uma mulher como principal gestora. EPPs indicaram interesse em cursos que abordem a Capacitação para Projetos (16%) e a Gestão de Projetos (15%). Outro ponto que pode explicar o interesse nesse assunto é a maioria dos Projetos em execução das entidades serem financiados por Projetos Incentivados (50%). Indicam como maiores necessidades que o CBCP pode auxiliar com projetos a Participação em Eventos (transporte, alimentação e hospedagem). Conclusões: Embora de característica amadora, observa-se movimento quanto as entidades buscarem aperfeiçoamento e desenvolvimento das boas práticas de gestão e governança. É interessante dar atenção para que haja maior discussão quanto a igualdade de gênero nos cargos de gestão dessas entidades. A concentração de entidades e atletas na região sudeste sugere um olhar atento para o desenvolvimento do paradesporto nas outras regiões, principalmente de modalidades menos praticadas e não tão divulgadas, algumas delas com grande potencial paradesportivo. Atenção deve ser dada para a necessidade de auxílio para as EPPs na participação em eventos.