Resumo

O estilo de vida (EV) das pessoas foi severamente modificado ao longo dos anos da pandemia. O risco de contágio e infecção pela Covid19 condicionou as populações a adotarem novas formas de viver em sociedade. Para universitários, a adoção de aulas remotas, o isolamento social incluindo amigos e familiares, além das restrições para manifestações culturais comuns à vida universitária se tornaram comuns, todavia às vezes uma preocupação com a saúde geral passo a fazer parte da vida dessas pessoas. Objetivo: Comparar de forma transversal o estilo de vida de moças e rapazes estudantes universitários em dois momentos, sendo um sem a pandemia e outro durante a pandemia. Método: A amostra compreendeu 335 moças (2019=181 ;2021=154) e 131 rapazes (2019=67; 2021=64), matriculados em um um campus universitário de Paranavaí-PR. Todos responderam ao questionário padronizado Estilo de Vida Fantástico (AÑEZ; REIS; PETROSKI, 2008) que é formado por 25 questões, sendo 23 em escala likert (valores de 0 a 4pontos) e 2 dicotômicas (valores de 0 e 4 pontos) sendo subdividido em 9 dimensões do EV (FA-Família/Amigos; AF-Atividade física; N-Nutrição; TD-Tabaco/drogas; A-Álcool; SS-Segurança/Estresse; TC-Tipo de Comportamento; I-Introspecção; e C-Carreira). Resultados: Foi observado que em ambos os sexos o EV apresentou, em média piora significativa (Fem., 2019=63,9; 2021=60,7pts.; Masc., 2019=66,3; 2021=60,8pts., P<0,00), sendo que as moças apresentaram valores médios menores (P<0,001) durante a pandemia em três dimensões (FA; TD; A) indicando que o convívio social entre família e amigos foi comprometido na pandemia (FA, 2019=6,3; 2021=4,3pts.), bem como elevou o consumo e uso de substâncias nocivas como bebidas alcoólicas (A, 2019=10,5; 2021=9,8pts.), tabaco e drogas (TD, 2019=13,8; 2021=10,3pts.). Por outro lado, houve melhora (P<0,001) no EV das moças quanto a nutrição e ao tipo de comportamento (controle de ansiedade/raiva). Os rapazes apresentaram condição significativa para um melhor EV apenas na dimensão carreira (C, 2019=2,4; 2021=2,9pts., P=0,08), sugerindo que nesse período parece que houve certa valorização quanto a escolha profissional, por outro lado, em média também apresentaram elevação no consumo de substâncias nocivas (TD, 2019=13,2; 2021=10,0pts., P<0,00) e comprometimento no convívio familiar e de amigos (FA, 2019=6,1; 2021=4,3pts., P<0,00). Conclusões: A pandemia contribuiu para a piora geral no EV de universitários, em especial atingindo aspectos do convívio familiar e de amigos, além de elevar níveis de uso de substâncias nocivas como álcool, tabaco e drogas.