Resumo

As pressões emocionais provocadas pelas exigências do esporte competitivo levam muitosatletas a excederem os limites de sua capacidade física e psicológica. Sendo assim,aperfeiçoaram-se ferramentas e métodos para intervir em tais fenômenos emocionais. Os perfis de estado de humor em psicologia refletem na capacidade de um indivíduo experimentar um conjunto de emoções. Sendo assim, o estudo tem por objetivo avaliar o perfil de humor em atletas de alto-rendimento do sexo masculino das modalidades de voleibol n= 59 com média de idade de 19,01, e tênis n=69 com média de idade 17,01. Especificamente comparar as variáveis independentes: modalidade esportiva (voleibol e tênis); tempo de prática no alto-rendimento (até 2 anos; mais de 2 anos) e categorias de idade (jovens e adultos) com as variáveis dependente do perfil de humor (tensão depressão, raiva, vigor, fadiga e confusão mental). O evento deste estudo, os perfis de humor em atletas de altorendimento, foi mensurado a partir do design estatístico inferencial, médias, desvio-padrão, teste t student e MANOVA. Também utilizadas medidas elementares a entrevista semiestrutura, o que permitiu flexibilidade na análise a partir do método do discurso do sujeito coletivo. Ao executar a MANOVA, foram verificadas diferenças multivariadas entre as modalidades (F=4,289/ p=0,001; Hotellings’s Trace = 0,216) e tempo de prática (F=5,845/ p<0,001; Hotelling’s Trace = 0,295) no vigor. Além disto, foram verificados efeitos interativos da modalidade e tempo de prática na variável independente (perfis de humor) (F=2,943/ p=0,01; Hotelling’s Trace = 0,148). A variável dependente confusão mental na analise de variância 2x2 da modalidade versus tempo de prática apresentou significância somente na interação das duas variáveis (F= 9,179/ p=0,003) em torno de 7% da variância. Na avaliação de perfis de humor em atletas de voleibol evidenciou-se alteração significativa na variável tensão p=0,05 atletas voleibol x tempo de prática, na variável raiva n=0,001 atletas de voleibol x categoria de idade. Contudo nos atletas de tênis resultou em diferenças significativas na depressão p=0,001, raiva 0,04 e confusão mental 0,02 com médias maiores nos atletas tênis adultos e mais experientes; também na comparação da modalidade x categoria de idade a depressão p= 0,05. Na análise do DSC os atletas de voleibol apontaram com maior freqüência vigor e raiva, enquanto os atletas de tênis tensão e fadiga, corroborando para a complementação dos resultados anteriores. Considerou-se no estudo que o perfil de humor dos atletas de voleibol aproximou-se do perfil considerado iceberg pela literatura em comparação aos atletas de tênis, confirmado na análise multivariada a alteração resultou uma diferença significativa de p=0,01 sugerindo que a modalidade foi responsável por 18% da alteração no perfil de humor. Faz-se necessário aplicar processualmente o instrumento BRUMS para discriminar com maior precisão os perfis de estados de humor, pela oscilação que tais estados emocionais se apresentam, não podendo ser considerados em única aplicação uma característica psicológica fixa. Existe também a necessidade de cuidar com a variabilidade do delineamento da curva do gráfico padrão levando em conta os processos contextuais ao longo do desenvolvimento dos atletas.