Resumo
Na atualidade existe grande preocupação em como reduzir a doença cardíaca coronariana, doenças cérebro-vasculares, hipertensão arterial, diabetes mellitus e osteoporose em idosos. Alguns pesquisadores reconhecem as vantagens da prática regular do exercício físico na promoção da saúde e na redução da incidência de doenças crônico-degenerativas. Por outro lado, a maioria das pesquisas tem priorizado os indivíduos de meia-idade, especialmente em relação ao comportamento dos fatores de risco. Nesse sentido observamos que em todo o território brasileiro, o maior contingente de óbitos é decorrente das doenças do aparelho circulatório, que compreende um conjunto desigual, com etiologias e manifestações clínicas bastante diversas, cujos principais componentes são as doenças coronarianas, as cérebro-vasculares e a insuficiência cardíaca. Considerando que o envelhecimento propicia alterações morfofisiológicas relacionadas ao aumento do aparecimento desse tipo de doença e que nos idosos observamos aumento nos níveis lipídicos e que os níveis lipídicos estão associados ao aparecimento de doenças coronarianas e por não existir muitos estudos sobre o tema em idosos esse estudo teve o propósito de determinar um perfil lipídico de mulheres entre 50 a 70 anos de idade, sedentárias, inscritas em um programa de atividade fisica, identificando e relacionando os fatores de risco (FR) associados à idade que, possivelmente, possam desenvolver doenças ateroscleróticas coronarianas (DAC). A amostra foi composta de 72 voluntários do sexo feminino, na faixa etária entre 50 a 70 anos. Divididos em dois grupos, um grupo de 50 a 60 anos de idade, subdividindo-se em níveis desejáveis e outro em não desejáveis e o segundo grupo de 61 a 70 anos de idade, subdividindo-se em níveis desejáveis e outro em não desejáveis, nas variáveis lipídicas colesterol total (CT), triacilgliceróis (TAG), e as lipoproteínas de alta densidade (HDL) e baixa densidade (LDL). Foi realizada uma coleta de sangue, onde foram analisados os níveis de lipídios sangüíneos, abrangendo o colesterol de baixa densidade (LDL), o colesterol total (CT), os triacilgliceróis (TAG) e o colesterol de alta densidade (HDL). A coleta foi realizada no período pré do programa de atividade física orientada. Utilizou-se do aparelho analisador semi-automático de diagnóstico, Analisador Bioquímico 2000 (Bioplus) e os kits diagnósticos de HDL, CT, TAG (kits do LABEST). O resultado do colesterol de baixa densidade (LDL) foi obtido mediante a equação de Friedeward (FORTI, 1997). Para análise dos dados referentes ao perfil lipídico, foi utilizada a estatística descritiva, média (X) e desvio-padrão (DP) e o teste Quiquadrado. O grupo avaliado não apresentou significância nos níveis das variáveis lipídicas, avaliados pelo coeficiente de variação (CV) tanto na faixa etária entre 50 a 60 anos e entre 61 a 70 anos de idade. O fator de risco (FR) que apresentou um índice maior foi à hipertensão, seguido do sedentarismo e do colesterol alto. Os índices observados em relação ao colesterol total (CT), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e triacilgliceróis (TAG), não colocam em risco o grupo analisado de estar predisposto a desenvolver a DAC. O estudo sugere maior atenção ao controle dos fatores de risco e alterações das variáveis lipídicas em qualquer faixa etária, a fim de identificar as alterações que possam predispor o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.