Resumo

O objetivo do presente trabalho foi investigar, o Perfil de profissionais do ensino do professor leigo que ministra Educação Física em escolas públicas do Espírito Santo, analisando sua situação política, social e pedagógica, tendo como referência, a representação de profissional do ensino presente na literatura da educação brasileira. Para buscarmos esse objetivo, elaboramos o seguinte estudo: a) o que os profissionais da educação brasileira consideram como educador? e b) como pode ser percebida a prática pedagógica do professor leigo em seu contato com a Educação Física escolar e a escola? Com base na definição de profissional do ensino a partir das experiências profissionais de Nilda Alves, publicadas nos cadernos Cedes nº 17, intitulado: O profissional do ensino - debates sobre a sua formação, que estabelece bases para a tentativa de contribuir no processo de mudanças na formação do educador. Para responder a primeira das questões, optamos pela busca de definições na concepção de educador dos autores do livro: Educador: Vida e morte, entre eles, Carlos Rodrigues Brandão, Ildeu Moreira Coelho e Rubem Alves, que definem, com objetividade, a figura do educador e profissional da educação, num contexto de sobrevivência, face às condições conjunturais da sociedade capitalista, que leva a categoria do magistério ao processo dicotômico: técnico X educador; professor X educador e especialistas X não especialista. Para responder à segunda questão, realizamos uma pesquisa de campo, envolvendo professores leigos do Estado do Espírito Santo. Utilizamos a entrevista semi-estruturada, com perguntas guiadas e gravadas, numa abordagem qualitativa. Concluímos que o professor é um profissional da escola, que consegue articular as esferas que compõem a figura do profissional do ensino. Encontrou no conteúdo esporte seu maior aliado na articulação política com a comunidade; tem espírito voluntarioso, descartando o imobilismo conjuntural e adquire o conhecimento acadêmico por vias indiretas, mas suficientes para o que o cotidiano escolar lhes exige. Entretanto, enfrenta sérios problemas em relação à sua condição acadêmica, entre eles, a falta do exercício pleno dos direitos do trabalhador, a pouca possibilidade de participar do projeto político-pedagógico; a postura de resignação perante a direção e controle escolar e a distância da organização da categoria de professores. É tido como profissional provisório, mas muitas vezes é o único que a escola pode contar, mantendo assim a Educação Física como componente curricular obrigatório.

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