Perfil sociodemográfico, educacional e esportivo de atletas de basquete do Distrito Federal

A jornada de um esportista de alto rendimento pode ser caracterizada como uma atividade iniciada, desenvolvida, especializada e descontinuada em uma modalidade esportiva, a fim de atingir o maior desenvolvimento pessoal possível (GALATTI et al., 2021). Paralelamente, exige-se do jovem atleta o cumprimento de uma carga horária escolar obrigatória de, em média, cinco horas diárias (BRASIL, 1996). No contexto do estudante-atleta, o equilíbrio dessas duas jornadas que impactam na sua vida como um todo se torna extremamente necessário. Objetivos: Identificar, caracterizar e analisar o perfil sociodemográfico, educacional e esportivo dos jogadores de basquetebol de base (masculino e feminino) no Distrito Federal. Referencial teórico: Denomina-se como dupla carreira a conciliação entre a evolução esportiva e o progresso acadêmico ou profissional não-esportivo (WYLLEMAN, 2019), que pode gerar tensões e desequilíbrios entre as rotinas de estudos e treinamentos, podendo impactar na transição para fora do esporte (FOLLE et al., 2016). Consequentemente, existe a necessidade de identificar as experiências dessa “vida-dupla" do atleta a nível holístico, de tal forma a compreender o que influencia na carreira do atleta nos aspectos esportivos, psicológicos, psicossociais, acadêmicos/vocacionais, financeiros e jurídicos (WYLLEMAN, 2019). Materiais e métodos: Trata-se de um estudo quantitativo de natureza exploratória a fim de analisar de forma descritiva o perfil do atleta de uma equipe de basquete do DF. A amostra se deu com 28 participantes de cinco categorias. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados um formulário semiestruturado no Google Formulários, realizando a transcrição dos dados pelo software Excel, e, Pôsteriormente, sua análise descritiva pelo software Jamovi. Este estudo seguiu o protocolo ético da instituição. Resultados e Discussão: A amostra é metade do sexo masculino (14) e metade do sexo feminino (14), com média de idade de 17,2 ±2,91 anos distribuídos nos seguintes estratos socioeconômicos: A (09), B1 (06), B2 (09) e C1 (03). Possuem carga horária de treinamento semanal de 15,8 ±12,2 horas e apontaram que viajam, em média, 22,9 ±7,0 dias para participar de campeonatos da modalidade. O principal auxílio financeiro vem da família (60%), além do Bolsa Atleta (14%). Os atletas não apresentam atraso escolar, estudam no período matutino (90%) e cursam o ensino médio na rede privada (73%). A ausência escolar é justificada (41%) e as provas são remarcadas (50%). Três atletas interromperam os estudos motivados pelo esporte. Conclusão: Os estudantes-atletas de basquete do DF conseguem conciliar a rotina de treinamentos e campeonatos com a jornada escolar, têm apoio da instituição de ensino, quando necessário, para não prejudicar o seu processo educacional e são assistidos financeiramente pelos pais para se desenvolverem na modalidade