Resumo

O presente estudo teve por objetivo a identificação dos perfis dermatoglífico e somatotípico e da qualidade física força que caracterizam atletas masculinos, de alto rendimento, participantes de halterofilismo paradesportivo do Brasil. A população constituiu-se por 10 atletas paradesportivos com idades entre 18 e 40 anos, praticantes da modalidade halterofilismo das cinco regiões do Brasil nos Campeonatos Regionais do ano de 2004. A amostra representa cerca de 25% do total de atletas que disputaram os campeonatos. O método utilizado na determinação das características dermatoglíficas foi o protocolo de dermatoglifia de Cummins & Midlo (1943). Para a verificação do perfil da somatotipia foi utilizado o método somatotipológico de Heath & Carter. Na verificação da força foi realizado o teste de 1RM de supino. Os resultados encontrados na pesquisa de campo apontam que os atletas do Grupo 1, classificados como os de maior nível de qualificação, mostram a maior relação entre dermatoglifia (predisposição) e as avaliações morfofuncionais (estado); e quanto maior a predisposição coordenativa, maior se apresenta a força relativa; na análise dermatoglífica houve diminuição dos A, aumento de L, W, D10 e SQTL, além de maior presença de L>W nas fórmulas digitais, sendo indicativos do índice de alto rendimento para a prova em análise. Os dados demonstram que os grupos se caracterizam como meso-endomórficos, sendo o Grupo 1 o que apresentou a melhor relação entre o três componentes, indicando a maior massa magra dos três grupos. O teste de 1RM foi dividido em valor absoluto e valor relativo dividindo-se a kilagem pelo peso corporal do testado. Observa-se que o Grupo 1 apresenta os melhores valores tanto de força absoluta quanto relativa, caracterizando-se, portanto, como ,o grupo de melhor qualificação. Os resultados da pesquisa a que se refere esta dissertação demonstraram que quanto maior é a predisposição coordenativa, maior se apresenta a força relativa. Verificou-se, na análise dermatoglífica, uma diminuição dos A e um aumento do L e do W, verificando-se que a coordenação intra e intermuscular é um dos fatores determinantes. O aumento do D10 e do SQTL demonstrou ser, no estudo, um indicativo da qualificação esportiva na prova em questão, assim como a diminuição do A e aumento do W. Outro indicativo interessante foram as fórmulas digitais que, no grupo de maior qualificação, apresentaram maior presença de L>W como o índice de alto rendimento para a prova em análise. Recomenda-se que futuros trabalhos na área de treinamento de força possam se nortear por uma abordagem que inclua o binômio estado-predisposição e ampliar as possibilidades de evolução nas pesquisas da área, criando-se um diferencial à pratica da prescrição de exercício, seleção e orientação de talentos esportivos, a fim de que maiores grupos de atletas e treinadores de outras modalidades esportivas venham a se beneficiar com esses trabalhos.

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