Perspectiva Social e Organizacional dos Jogos Olímpicos: Estado da Arte

Por Tiago Miguel Ribeiro (Autor), Abel Correia (Autor), Rui Biscaia (Autor),

Parte de Qual Legado? Leituras e Reflexões Sobre os Jogos Olímpicos Rio-2016 . páginas 19 - 36

Resumo

Na festa de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil concluiu também o seu ciclo de megaeventos. O projeto iniciado em 2007 com a escolha do país para sediar a Copa do Mundo de Futebol transformou o Brasil no único a sediar os dois maiores eventos esportivos seguidamente no Século XX I. Uma epopeia que durou quase dez anos, atravessou o mandado de três presidentes, viu o país passar de um período de crescimento acelerado para a maior crise econômica de sua história e um momento de grande instabilidade política. Para os jogos esse também foi um período de grandes transformações, passando do glamour, com o duelo dos países e cidades para sediar os eventos, para a rejeição, com cidades e países retirando sua candidatura por não ter apoio popular. Pouco se vê, concretamente, do famoso legado, mas muito se vê da socialização dos prejuízos e da individualização dos lucros, sendo o evento considerado um facilitador para a corrupção, principalmente em países com democracias frágeis. Para se compreender as transformações e ramificações de um evento dessa magnitude ainda serão necessários muitos estudos, com uma vasta gama de assuntos a serem abordados, como: economia, corrupção, legado, desenvolvimento urbano e esportivo, saúde, contribuição social. Este capítulo busca oferecer ao leitor a imagem que o Brasil construiu no exterior durante os Jogos Olímpicos de verão de 2016 tendo como objeto de análise as reportagens publicadas no jornal The New York Times.