Resumo

Na universidade federal, campo desta pesquisa, o curso de Licenciatura em Educação Física consta em seu currículo a disciplina obrigatória Teoria e Metodologia dos Esportes de Aventura oferecida a partir do 5º semestre. Sua ementa prevê tratar de conteúdos, como: atividades físicas na natureza, de aventura e de equilíbrio na educação ambiental; classificação e perspectivas de intervenção; fundamentação básica e vivência prática de diferentes atividades físicas ao ar livre; prática pedagógica. Este estudo tem como objetivo analisar as perspectivas de acadêmicos concluintes deste curso a respeito do ensino de atividades de aventura no âmbito escolar. Participaram deste estudo cinco estudantes, com média de idade ± 23 anos, sendo 3 homens e 2 mulheres. Ao serem questionados sobre o desenvolvimento de atividades de aventura como conteúdo nas aulas de Educação Infantil, todos os participantes responderam que é interessante, possível e importante, destacando aspectos como: diferenciadas possibilidades que o curso proporciona e a relevância do apoio das instituições. Tratando-se do Ensino Fundamental, os acadêmicos acreditam que possa ser extrapolado o espaço formal da escola para proporcionar vivências na natureza, além de tratar da Educação Ambiental. Em relação ao Ensino Médio, os participantes acreditam que, pela faixa etária dos alunos, pode-se desenvolver de forma mais contundente o senso de criticidade, além de os alunos estarem mais aptos e interessados para encarar desafios e riscos proporcionados por este tipo de atividade. Durante a formação acadêmica, todos os participantes cursaram disciplina específica sobre atividades de aventura. 2 acadêmicos tiveram alguma vivência deste teor em demais disciplinas. Nos estágios supervisionados obrigatórios, 3 estudantes lecionaram para a Educação Infantil conteúdos relacionados às atividades de aventura, sendo: atividades aquáticas; sandboard; slackline; surfe; e simulação de salto de paraquedas. Fora do contexto de estágio, os participantes não ministraram atividades de aventura. Um acadêmico nunca praticou atividades de aventura, 2 praticam eventualmente e 2 praticam regularmente as atividades: slackline, trilha, stand up paddle, surfe, mountain bike, sandboard, skate. Ao se tratar de atividades físicas convencionais, 4 acadêmicos alegaram praticar regularmente: corrida, futebol, futsal, musculação, treinamento funcional, voleibol. Conclui-se que as perspectivas dos acadêmicos são positivas a respeito do ensino de atividades de aventura no âmbito escolar, vislumbrando diferentes possibilidades de conteúdos dependendo do nível de ensino e a importância destas atividades na relação com a natureza, bem como a oportunidade de extrapolar os espaços convencionais das aulas de Educação Física.